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O que pedimos na oração que traz a cura?

Da edição de outubro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Em poucas oportunidades sentimos tanto nossa proximidade com Deus, como quando obtemos uma cura por meio da oração. Milhares de pessoas podem testificar que foram curadas pela oração. Como estudantes da Bíblia, que desejam aprender mais sobre essa oração que cura, talvez precisemos considerar a pergunta: “O que é que pedimos em nossa oração?”

Se nossa oração a Deus não passar de uma súplica para que Ele nos cure, não é muito diferente de pedir a um ser humano que nos dê alguma coisa que queremos. Mas, como aprendemos nas Escrituras que Deus é Espírito infinito, que Ele é a Mente divina que Cristo Jesus expressou, sabemos que Deus deve ser infinitamente diferente do mortal, da pessoa finita. Assim, para orar de acordo com as Escrituras, temos que orar a partir de um ponto de vista novo, realmente com um sentido espiritual acerca dEle, como o Deus único e infinito, que criou o homem à Sua própria imagem. No capítulo “A Oração”, do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: “O mero hábito de suplicar à Mente divina, assim como se suplica a um ser humano, perpetua a crença de que Deus seja humanamente circunscrito — erro que impede o desenvolvimento espiritual.” Ciência e Saúde, p.2.

Certa noite eu tentava curar-me de uma gripe que havia se agravado durante o dia. Orei diligentemente, afirmando a verdade aprendida na Ciência Cristã de que, por ser o Espírito, Deus, perfeito e harmonioso, eu deveria refletir essas qualidades naquele exato momento, como Sua imagem espiritual. Mas não obtive cura imediata. Estava grato por sentir algum alívio, e como antes já havia vencido pela oração uma enfermidade semelhante, tive fé e convicção de que poderia vencê-la também naquele momento. Continuei a estudar e a orar algum tempo e depois fui dormir. Acordei no meio da noite sentindo-me mal e então levantei-me para estudar a Bíblia e Ciência e Saúde.

Desta vez, orei para ver o que eu necessitava saber. A Bíblia falanos, nas palavras de nosso Mestre, Cristo Jesus: “Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.” Mateus 6:8. Eu sabia que a única Mente divina estava revelando a verdade espiritual que eu necessitava perceber. Tomei o livro Ciência e Saúde novamente, buscando as páginas iniciais sobre a oração, para esclarecer o meu pensamento. Li a citação já mencionada sobre “suplicar” a Deus e o que chamou minha atenção foi a advertência de que trata-se de um “erro que impede o crescimento espiritual”. Mais do que tudo, mais do que a própria cura, eu não queria que houvesse impedimento ao meu crescimento espiritual. Então, li a citação novamente e, dessa vez perguntei: “Será que estou de alguma forma implorando a Deus para ser curado?” Honestamente, eu não achava que estivesse. De repente, percebi que, embora afirmasse a perfeição de Deus e do homem, como Sua imagem, eu estava, ao mesmo tempo, tão desejoso de livrar-me do sofrimento, que inconscientemente “suplicava” por alívio e cura.

Enquanto procurava saber quais eram as minhas necessidades reais, encontrei no mesmo capítulo sobre a oração estas linhas explicativas: “Aquilo de que mais necessitamos, é a oração motivada pelo desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, humildade, amor e boas obras.” E adiante, na mesma página: “Pedir simplesmente que possamos amar Deus nunca nos fará amá-Lo; mas o anseio por sermos melhores e mais santos, expresso na vigilância diária e no esforço de assimilar mais do caráter divino, há de nos moldar e formar de novo, até que despertemos na Sua semelhança.” Ciência e Saúde, p.4. Ponderei sobre esses trechos e reafirmei a unidade do homem com Deus, desta vez com a grata compreensão de que eu realmente era aquele homem espiritual que expressava perfeita harmonia, bondade e Amor. De repente percebi que não sentia mais dor e não estava mais com o peito congestionado. Voltei para a cama livre e sereno, regozijando-me pela compreensão e pela inspiração que havia tido. No dia seguinte todos os vestígios da enfermidade desapareceram completamente. Eu sabia que tinha aprendido uma lição importante sobre a oração na Ciência Cristã.

Num capítulo intitulado “Perguntas e Respostas”, em seu livro Miscellaneous Writings, a Sra. Eddy responde a uma pergunta importante: “É errado orar pelo restabelecimento dos doestes?” Ela responde: “Não, se oramos de acordo com as Escrituras, com a compreensão de que Deus já deu todas as cousas àqueles que O amam; mas, suplicar ao Amor infinito que nos ame, ou restaure a saúde e a harmonia e, dessa forma, admitir que as perdemos sob Seu governo, é a oração da dúvida e da crença mortal, oração que é ineficaz na Ciência divina.” Mis., p.59.

Se as afirmações calmas e fortes da verdade não nos elevam ao ponto de percebermos a presença e o poder curativo do Amor divino, o que é que precisa ser mudado? Talvez estejamos, inconscientemente, delineando um resultado que acreditamos deveria ocorrer, ao invés de deixar tudo aos cuidados de Deus. A fim de nos ajudar a não determinar inconscientemente uma solução material, que corresponda ao nosso desejo, temos de perguntar ao Pai: “O que estou aprendendo com esta experiência? O que preciso saber?” Essa oração que se dirige a Deus em busca de maior entendimento, nos torna mais cônscios da natureza de Deus e de nossa união com Ele, como Sua idéia espiritual e perfeita. Através desse influxo de verdade, o erro ou o mal é trazido à luz e eliminado, a consciência humana progride e o resultado manifesta-se como cura.

A principal razão de procurarmos nossa cura por meio de uma concepção mais clara de Deus, incluindo uma visão mais clara do homem feito à Sua imagem, é que esse é o caminho que Cristo Jesus apontou, que conduz ao único Deus, isto é, o Espírito infinito e a Vida eterna. É o caminho reto e estreito que encontramos à medida que abandonamos os métodos e meios materiais e achamos a solução em Deus, que é nosso Pai, nosso Pastor e o Amor divino que satisfaz a todas as necessidades.

Desejar mais a espiritualidade do que a materialidade é começar a aprender mais sobre o nosso ser real como filhos de Deus. À medida que cultivamos esse desejo através do estudo da Bíblia e da prática da Ciência do Cristo, encontramos a alegria de curar e de pôr a descoberto as falsas crenças e medos que ignorávamos, decorrentes da educação errada e de um sentido material acerca de nós mesmos. Dessa introspecção devota surgem, também, a disposição e o desejo de executar a obra de Deus, de ver em toda parte Seu universo perfeito, e de ser o homem criado por Deus. O anseio de ser semelhante a Deus, que deixa os erros a descoberto, traz à luz também as maravilhosas possibilidades que nos pertencem como descendentes de Deus.

Nosso progresso verdadeiro que conduz à saúde e à harmonia é sempre espiritual. Advém do fato de vermos, a cada dia, algo mais do homem perfeito e de seu perfeito Criador, algo mais da realidade espiritual e da consciência pura do ser que está sempre presente e sempre acessível através da oração.

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