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Esperanças mais elevadas

Da edição de outubro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Esperança! Sentimento que gera tanta força, tanta atividade!

A criancinha na escola maternal trabalha com intensa energia, construindo uma torre com blocos de armar, e ai do coleguinha que tenta derrubar aquela torre! Os jovens passam horas a fio em exercícios e treinos, esperando “entrar no time” de seu esporte preferido. E que dizer dos adultos, que se empenham diligentemente na construção de grandes ou pequenos impérios: impérios de dinheiro, poder, fama, status. Neste caso, o risco pode ser maior, e se o império ruir, as conseqüências serão potencialmente mais prejudiciais para maior número de pessoas.

Há muito tempo atrás quando ameaçado de tudo perder, até mesmo sua própria vida terrena, Cristo Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim...; mas agora o meu reino não é daqui.” João 18:36.

Cristo Jesus evidentemente depositava suas mais caras esperanças onde sabia que não havia possibilidade de malograrem, ou seja, no reino de Deus. E porventura não nos ensinou ele que o reino de Deus não está distante, mas sim dentro em nós? Com seu ministério de cura Jesus provou que a lei de Deus governa de forma absoluta. Quando praticamos o que ele ensinou, também nós podemos dizer: “O meu reino não é daqui.”

Logo após ter dito essas palavras, Jesus demonstrou de forma convincente e conclusiva que a Vida é Deus, todo-poderoso e eterno. A bondade, a pureza, o amor, a inteireza encontram-se entre as muitas características espirituais da Vida divina.

O homem é a expressão completa e perfeita da existência da Vida divina. Tal expressão é perfeita na medida em que cada uma das qualidades divinas está presente no homem em sua total perfeição. E essa é a nossa identidade real, espiritual. Muito embora na aparência sejamos mortais materiais, a realidade é que somos essa idéia espiritual perfeita, a expressar todas as qualidades que caracterizam Deus, e nenhuma sequer nos falta.

Cristo Jesus ensinou que nossas aspirações não podem ser frustradas quando fundamentadas nessa verdade espiritual. E refutou a crença de que a materialidade seja a contextura real da existência ou a sede de nossas esperanças.

Referindo-se a Cristo Jesus, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), Mary Baker Eddy, diz em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A natureza do cristianismo é pacífica e abençoada, mas para entrar no reino, a âncora da esperança tem que ser lançada para além do véu da matéria, no Lugar Santíssimo no qual Jesus entrou antes de nós; e esse avanço para além da matéria tem de vir pelas alegrias e pelos triunfos dos justos, assim como pelas suas tristezas e aflições.” Ciência e Saúde, pp. 40–41.

Um véu encobre algo que está realmente presente. Neste caso específico estaria ocultando a realidade espiritual de que Deus e o homem coexistem em eterna perfeição espiritual. Uma vez removido o véu, vemos a luz e a vida que se originam na Vida verdadeira, onde cada uma das idéias de Deus é dona de alegria, realização e domínio espiritual.

A matéria, que é a contextura desse véu, é uma crença errônea de que a substância material e a vida mortal sejam a realidade ou a totalidade da existência. Essa crença errônea pretende intrometer-se sob as mais diversas formas e gradações em nossas melhores expectativas e aspirações. Jesus, porém, provou que a crença errônea é irreal e não tem poder algum para separar-nos de Deus.

Podemos observar esse “véu” nas experiências daquelas pessoas que vinham ter com o Mestre em busca de cura. Em algumas situações, por exemplo, o véu aparecia como cegueira; em outras, como surdez, paralisia, perda da liberdade moral, ou mesmo a perda da própria vida. Contudo, o registro das curas efetuadas por Jesus prova, para todas as épocas, a realidade absoluta e concreta da verdade de que Deus e o homem coexistem perpetuamente em perfeita união. Os feitos de Jesus destroem o sonho da mortalidade e rasgam de alto a baixo o véu, a crença errônea de haver vida na matéria.

Como é que Jesus curava? Ele se valia da oração, sem dúvida alguma, e do seu reconhecimento de que “Eu e o Pai somos um” João 10:30..

A oração oferece o meio de purificarmos as nossas expectativas. Por meio da oração, podemos reafirmar o amor que Deus tem pelo homem e reconhecer nossa verdadeira natureza como a do homem perfeito a quem Deus criou. Podemos assegurar-nos de que nossas próprias afeições repousam em valores espirituais em virtude da natureza espiritual do homem. A oração nos ajuda diariamente a elevar nossas esperanças até essa realidade espiritual concreta, e aí lançar âncora.

Mas, como avaliar a nossa própria experiência? Pensemos, por exemplo, no pai que todos os dias leva o filho à escola. Quais serão as expectativas desse pai em relação ao filho? Que complete com êxito os estudos, que se torne popular, que se destaque nos esportes. Estas são expectativas típicas, sem dúvida.

Será, porém, que isso é o mais importante? O que dizer do desenvolvimento moral e espiritual da criança? Quando ancoramos nossas mais caras esperanças em relação a nossos filhos na verdade espiritual de sua unidade com Deus, o desenvolvimento normal, moral e espiritual desses filhos abarcará toda a experiência deles.

E quando se trata de assuntos financeiros? Será que ter mais dinheiro é o objetivo final em nossas esperanças? Se assim for, precisamos tornar a nos perguntar se colocamos nossas esperanças numa base material finita e comprovadamente irreal, ou se as alicerçamos no reino espiritual onde verdadeiramente todos residimos.

Na realidade, Deus é o provedor de todo o bem. Esse bem, que é concedido ao homem em abundância, não é deficiente nem excessivo. Se ancorarmos nossas esperanças nessas idéias, os assuntos financeiros assumirão seu lugar devido no cenário humano, não como senhores, mas como servos, a serviço de uma vida na qual reine justiça e ordem.

E quanto ao relacionamento entre uma pessoa e outra? A falta de esperança em razão da crença de que uma personalidade mortal se choca com outra personalidade mortal, leva-nos a procurar sempre uma posição de vantagem em relação às outras pessoas.

No entanto, as esperanças baseadas no que é espiritual, assentam no fato de que o homem é criado por Deus, é a expressão do Amor divino, e de que na realidade esse homem somos nós mesmos. Essa esperança nos leva a adotar como prioridade um modo gentil e destituído de egoísmo em nosso trato com as outras pessoas, com relação às suas opiniões, suas necessidades e seus objetivos.

Naturalmente, o desenvolvimento espiritual significativo, nos pontos aqui mencionados, requer oração constante e consagrada. A decepção que sofremos, por não se concretizar aquilo que esperávamos humanamente, auxilia-nos a desviar nosso pensamento da crença de que as ilusões da matéria ofereçam satisfação verdadeira e volver-nos para a realidade espiritual em que de fato vivemos. Ciência e Saúde explica-o assim: “O desenvolvimento espiritual não germina da semente lançada no terreno das esperanças materiais, porém, quando estas se desvanecem, o Amor propaga de novo as alegrias mais elevadas do Espírito, as quais não têm mácula terrena.” Ciência e Saúde, p.66.

O desenvolvimento espiritual persistente nos dá grande alegria, que alcança todos aqueles que nos rodeiam e nos assegura uma vida útil e desprendida.

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