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O suicídio não é solução

Da edição de outubro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Naquele altura eu era adolescente e achava que a vida estava a fechar-se á minha volta. Várias vezes pensei em suicídio. Uma tarde, numa hora de forte depressão, coloquei a espingarda contra a cabeça e pus o dedo no gatilho. Eu havia conquistado medalhas como atirador exímio, portanto sabia quão perto do ponto de disparo estava a arma quando, com o sentimento de que havia algo melhor do que o suicídio, baixei a espingarda.

Anos mais tarde, vim a saber que minha mãe estava a par dos meus problemas e estivera orando em silêncio. Por sermos Cientistas Cristãos, era também natural que ela pedisse a um praticista da Ciência Cristã para orar a fim de curar-se do medo que sentia com relação à minha segurança. Não há dúvida de que em grande parte, as orações de minha mãe e seu constante amor por mim me protegeram enquanto eu aprendia a buscar ajuda em Deus.

Uns dois meses após minha tentativa de suicídio, alistei-me na Força Aérea dos Estados Unidos. A pressão decorrente do treinamento básico de certo modo tornou as coisas muito piores, mas também me forçou a recorrer de todo o coração à Ciência Cristã. Considerava-me Cientista Cristão, muito embora até aí jamais tivesse confiado, de fato, em sua ajuda. Nessa altura iniciei meu estudo com toda sinceridade, buscando uma resposta que me livrasse do meu sofrimento emocional.

Estudei a Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, que é a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, e novas idéias emergiram com relação a mim e a Deus. Minha oração era o anseio de sentir a presença divina em minha vida. Havia aquela necessidade de amor, do amor do Amor divino, do Próprio Deus, que não só haveria de me consolar como fortalecer. Graças à Ciência Cristã comecei a aprender a confiar nesse Amor divino. Percebi que Deus não é um ser distante, por cuja intervenção precisamos implorar. Ele é nosso terno Pai-Mãe, o bem que está sempre presente. Após essa oração tão simples aconteceu algo que não recordo haver sentido antes em minha vida. Veio-me uma sensação de certeza e promessa.

Passo a passo, meu pensamento ampliou-se, acolhendo Deus e incluindo outras pessoas à minha volta. Comecei a usar o que estava a aprender para ajudar outros que se sentiam saudosos de casa ou angustiados. Pouco tempo depois evidenciaram-se os resultados da aplicação da Ciência Cristã na cura de males físicos, em minhas decisões sobre meu futuro profissional e em meu próprio relacionamento com outras pessoas.

As circunstâncias que me levaram a desejar o suicídio talvez não sejam as mesmas que outrem esteja a enfrentar. Mas posso dizer, com confiança, que a Ciência Cristã oferece uma saída para fora do negrume da depressão. Minha cura não resultou do fato de meus problemas serem singulares ou mais fáceis do que os outrem, mas porque o estudo da Ciência Cristã nos mostra como Deus, a Verdade infinita, cura.

Hoje, ao recordar aqueles tempos, vejo que no meu caso a disposição de pensar cada vez menos em mim mesmo, precedeu cada evidência de melhoria em minha vida. Isso aconteceu com naturalidade, pois comecei a pensar mais em Deus, e deixei de ater-me tanto aos meus pontos de vista limitados a respeito da minha experiência.

Durante esse período de luta, muitíssimas vezes me perguntei: “Por que me acontecem essas coisas?” De fato, eu me fiz essa pergunta muitas vezes ao orar a Deus, se bem me lembro, desde pequeno. Eu achava que a vida e Deus (se é que Deus existia) tinham sido muito injustos comigo. Por que é que essas coisas (solidão, depressão, problemas de relacionamento) aconteciam comigo? Por que era eu tão infeliz? Toda essa experiência me parecia demasiado injusta. Nunca magoara ninguém nem usara expressões de baixo calão. Freqüentara a Escola Dominical e á minha maneira orara com sinceridade. Eu era tímido e calado, por isso não me impunha ao mundo como todos os outros pareciam impor-se. Passei a achar que o mundo fora criado para os valentões e tagarelas que eram capazes de forçar um relacionamento, um emprego e, até mesmo, a felicidade.

Ao aprender mais a respeito de Deus mediante o estudo e a oração, consegui responder essa pergunta tantas vezes repetida. Percebi que gastara demasiado tempo a pensar em mim e no que me acontecia, sempre cismando. Na verdade, o que eu precisava era de amar mais Deus e os outros. Constatei que quando me dispus a ser menos egoísta e a amar mais, tornei-me mais receptivo à orientação de Deus em minha vida e senti mais Seu amor. Se alguém me tivesse dito que era isso o que eu precisava fazer, teria achado esse comentário insuportável e pouco amoroso. Minha oração honesta, no entanto, preparou-me para encarar minha necessidade e, assim, comecei a esforçar-me para ser menos egoísta.

Ao fazer meu estudo da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy com regularidade, ponderei muitas citações que sustentaram minha confiança em Deus, confiança esta que estava em fase de crescimento. Cristo Jesus diz-nos de modo bem direto: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”  Mateus 6:33. O livro-texto da Ciência Cristã diznos: “O esquecimento de si mesmo, a pureza e o afeto são orações constantes.” Ciência e Saúde, p. 15.

A preocupação com o que os outros pensam de nós ou com nossas necessidades, pode transformar-se num muro mental que nos impede de sentir a presença de Deus, o Amor divino. Em Ciência e Saúde lemos: “O egotismo é mais opaco do que um corpo sólido. Em paciente obediência a um Deus paciente, trabalhemos por dissolver, com o solvente universal do Amor, a dureza adamantina do erro — a obstinação, a justificação própria e o egotismo — que faz guerra contra a espiritualidade e é a lei do pecado e da morte.” Ibid., p. 242.

Nem sempre é fácil, acreditem-me, eu sei! Mas quando enfrentamos dificuldades, é um consolo descobrir que não são enviadas por Deus. Na Ciência Cristã verificamos que nosso relacionamento mais importante é com Deus, nosso Pai-Mãe. Por isso é importante fazer o esforço para encontrar Deus, para acercar-nos de Deus. Num acampamento, uma fogueira é capaz de fornecer muito calor e luz. Mas se você nunca chegar perto dela, quanto calor sentirá? Quando fazemos nossos esforços iniciais para encontrar Deus e para recorrer a Ele em busca de ajuda, devemos, é claro, começar a pensar menos em nossos próprios problemas, o que torna cada vez mais fácil e mais natural pensar nos outros. Ao encontrar o Amor divino, nós o expressamos.

Algumas ferramentas já mencionadas são muito úteis para nos volvermos a Deus em busca de ajuda. Essas ferramentas são: o estudo e a oração. Mas a oração e o estudo não nos afastam da vida. O estudo e a oração inspirada propiciam descanso e elevação e trazem progresso espiritual, alteram as situações e as condições de nossa vida. Em conseqüência não apenas nos sentimos “melhor”, de fato verificamos que a cura se opera em nosso corpo, nossa carreira e nossos relacionamentos.

O crescimento espiritual é inerente ao altruísmo. Cada vez que buscamos cura na Ciência Cristã, vemos com maior clareza a necessidade de obedecer áqueles dois grandes mandamentos dos quais “dependem toda a lei e os profetas”, como disse Jesus. Eles são: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” e: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”  Ver Mateus 22:35–40.

Se o egoísmo é um elemento da “lei do pecado e da morte”, então deduz-se que o amor a Deus e à humanidade, por destruir o egoísmo, indica a vereda da vida e da felicidade. Na proporção de nossa disposição em confiar na ternura de Deus e na justiça divina, encontramos paz, propósito e realização, expressados de maneira muito bela nas palavras de um hino:

É o teu fardo árduo e pesado?
Os teus passos cansadamente se arrastam?
Ajuda o teu irmão a carregar o seu fardo,
Deus sustentará esse fardo e a ti também.Christian Science Hymnal, n° 360.

As promessas de Deus estão vivas e disponíveis desde já. Esta é a mensagem da Ciência Cristã ao mundo atual. A confiança inabalável em Sua terna solicitude e em Seu consolo não é produto da ingenuidade nem da vontade própria, mas é algo palpável, transformador e regenerador. E por isso vale a pena viver!

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