Nossas vidas passam por maravilhosa transformação quando começamos a nos conhecer como filhos de Deus. A Bíblia diz: “Amados, agora somos filhos de Deus ....” 1 João 3:2.
É evidente que precisamos enfrentar o pecado de frente, e vencêlo. Essa vitória, no entanto, é antecipada à medida que compreendemos melhor nossa verdadeira identidade espiritual.
Atentemos para o que o Apóstolo diz: “Agora somos filhos de Deus.” A condição de filhos de Deus não é algo a ser alcançado num futuro longínquo, é uma realidade presente. O homem espiritual, criado por Deus, é perfeito agora e não necessita desenvolver-se até atingir a perfeição. Necessitamos, porém, demonstrar, passo a passo, a realidade de nosso ser. Precisamos despojar-nos do pensamento carnal e materialista para podermos conhecer a nós mesmos como a imagem de Deus. O estilo de vida baseado na sensualidade, assim como o anseio superficial por prestígio e popularidade mundana, ocultam a verdadeira imagem de Deus e iludem o indivíduo, fazendoo pensar que está escalando os degraus do sucesso. No entanto, ao analisar a fundo a situação, veremos que o que ocorre é exatamente o oposto. É só levando uma vida baseada no Cristo que encontramos a verdadeira satisfação e inteireza.
A vereda da regeneração, do despertar dessa ilusão da mente carnal para as alegrias do Espírito, é constituída de enriquecimento contínuo. Cada dia oferece novas descobertas sobre nossa verdadeira individualidade, à semelhança de Deus.
Em certa ocasião, uma caixa de violino ficou vários anos jogada no meio de uma pilha de coisas quebradas e sem uso, num quarto de despejo. Quando um violinista passou pelo local, perguntaram-Ihe se a queria. Ele disse que sim. Ao abrir a caixa avariada, encontrou um violino. Depois de limpar várias camadas de pó, constatou tratar-se de um instrumento muito valioso. A madeira original do violino não fora afetada nem danificada pela poeira do tempo.
Assim como a beleza do violino permaneceu intocada, o homem imortal nunca foi atingido pelas vicissitudes da existência mortal, e esse é o homem que realmente somos, agora. Não importa há quanto tempo um problema exista, não importa há quantos anos sejamos indulgentes com coisas erradas, podemos de imediato mudar de direção e colocar-nos sob a luz do Cristo, a Verdade.
Fui curado de profundo complexo de inferioridade quando pela primeira vez ouvi a afirmação: “Agora somos filhos de Deus,” no encerramento de um culto dominical da Ciência Cristã. Durante anos lutara com a crença torturante de que eu não era “suficientemente bom”. Quando troquei esse conceito falso e prejudicial a meu respeito pela percepção espiritualmente iluminada sobre o homem, quando passei a conhecer-me como filho e herdeiro de Deus, fui resgatado de um atoleiro de autodepreciação e incapacidade.
O relacionamento espiritual de Cristo Jesus com o Pai foi o fundamento que o capacitou a desempenhar seu maravilhoso trabalho de cura. O Mestre disse: “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras.” João 14:10. A nobreza e o poder de cura que ele demonstrou, eram o reflexo do poder divino e ilustravam sua união com Deus.
Hoje em dia ouve-se falar muito da necessidade de desenvolvermos auto-estima. E qual é esse eu que necessita ser mais estimado? Será ele uma personalidade mortal com inclinações ao orgulho e à arrogância, alternados com sensações de rejeição e desânimo? Será que é por esse eu que devemos desenvolver estima? O eu espiritual do homem não sofre influência nem depende de caprichos e tendências mundanos, preferências e antipatias. A imagem e semelhança de Deus, Sua perfeita expressão, não está sujeita às fantasias da mente humana.
A compreensão de nosso relacionamento científico com o Pai, como filhos de Deus, discernida por meio da oração e estabelecida na consciência, pode ser auxílio inestimável em todas as circunstâncias de nossas vidas, como, por exemplo, ao procurar emprego ou tentar entrar na faculdade. Se por algum motivo não formos admitidos, não nos sentiremos desanimados nem poremos em dúvida nosso valor por causa de uma avaliação humana. Ao contrário, continuaremos no encalço de nossa meta até encontrar um lugar onde utilizar bem os nossos talentos. A Sra. Eddy faz as seguintes perguntas pertinentes a esse assunto: “Acaso as opiniões, sistemas, doutrinas e dogmas dos homens determinam a natureza do homem? ou será que sua estatura em Cristo, a Verdade, o revelará?” Christian Science versus Pantheism, p. 11.
Ao volver-nos ao todo sábio e amoroso Pai-Mãe Deus em busca de orientação e progresso, podemos reivindicar nossa preciosa herança como Seus filhos e filhas, e com humildade refletir nosso verdadeiro valor.
