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Deixe o joio aos cuidados da Verdade

[O nome da autora foi omitido a pedido]

Da edição de março de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando nossos filhos já crescidos adotam um estilo de vida divergente daquele que lhes foi ensinado, sentimo-nos profundamente perturbados. Onde foi que erramos? perguntamos. Como foi que se desviaram tanto? que fazer agora?

Quando descobri que meu filho estava vivendo com uma moça (chamemo-la Elizabeth), precisei lutar com as perguntas acima. Com o passar dos anos, porém, vim a compreender que a Ciência Cristã não oferece apenas esperança, mas soluções para essas situações complicadas. Ao estudarmos a Bíblia junto com os escritos da Sra. Eddy, que descobriu a Ciência Cristã, entendemos que não precisamos ficar desesperados por causa de nossos filhos (ou dar conselhos que ninguém pediu).

A parábola de Cristo Jesus a respeito do joio e do trigo Mateus 13:24–30. sempre foi uma das minhas favoritas e foi verdadeiramente um farol a ajudar-me a compreender que se fizemos todos os esforços para semear “boa semente” ao educar nossos filhos, podemos descansar certos de que essas sementes germinarão e darão fruto, mais cedo ou mais tarde, ainda que junto com a semente haja crescido muito “joio”. Por vezes temos de exercer grande paciência para conosco e para com os nossos entes queridos, e é preciso que continuemos sempre a amar aquilo que conhecemos como o verdadeiro ser do homem à semelhança de Deus.

Quando fui visitar meu filho, ele acabava de passar por um triste e prolongado divórcio, e eu pensava que morava sozinho. Fui para dar-lhe um pouco de alegria. Podem imaginar minha surpresa quando descobri que meu filho vivia com Elizabeth e que ela estava grávida! Fiquei atônita.

Os dois não pretendiam se casar, contou-me ele. Ambos tinham sofrido dolorosos malogros no casamento e estavam convencidos de que o casamento sufocava o amor. Tinham tomado as providências para que a criança fosse registrada com o sobrenome paterno, isto é, o de meu filho, o qual me contou tudo isso em termos suaves, mas definitivos, antes de eu ter a oportunidade de conhecer Elizabeth.

Quando esta chegou, um pouco mais tarde, sua natureza amável e afetuosa imediatamente me atraiu. E eu nunca tinha visto meu filho tão tranqüilo. A casa transbordava de ternura. A atmosfera era suficiente para alegrar o coração de qualquer mãe que tivesse observado o sofrimento do filho no decorrer dos anos de um casamento infeliz.

No entanto, como se para frustrar ou negar essa felicidade, de repente fiquei tentada a emitir julgamento e a sentir-me justificada: Isto está tudo errado. Estes dois não estão casados. Como podem sonhar em colocar uma criança numa situação dessas? Quanta irresponsabilidade! Por certo tenho de falar com eles e fazê-los compreender seu erro, do contrário pensarão que estou de acordo!

Naquela ocasião eu achava, e acho até hoje, que tanto os pais como os filhos precisam da força moral e da pureza que o casamento imprime e protege. A obediência aos Dez Mandamentos não perdeu prioridade na consecução de uma felicidade duradoura. No entanto, o cicio tranqüilo e suave da Verdade divina me dizia: “Não diga nada, e ame-os.” Ao orar para seguir essa orientação divina (não foi fácil), comecei a ver quão destruidora é a atitude de superioridade sobre os outros. Por certo, há ocasiões em que não devemos ficar quietos, mas neste caso senti bem clara a orientação de Deus, de que eu não dissesse nada.

Portanto, durante os três dias de minha visita eu não disse uma só palavra a respeito da situação deles. Simplesmente dei-lhes meu amor e orei. E quando encontrava tempo para ficar sozinha, eu ponderava em silêncio a parábola de Jesus sobre o joio e o trigo.

“O reino dos céus,” diz a parábola, “é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo.” Bem, pensei eu, assim também eu o fizera. Meu filho fora educado a pautar sua conduta de acordo com a moralidade cristã que a Ciência Cristã ensina. Ao educá-lo, eu confiara inteiramente na paternidade e maternidade de Deus, e nada podia agora sugerir que eu negligenciara o padrão de pureza e bondade em minha forma de criá-lo, ou em minha própria vida.

O que fazer com esse “joio”? Um padrão mais baixo de moralidade parecia ter se apossado desses jovens. O argumento era de que o casamento havia proporcionado a ambos tanto sofrimento no passado, que era melhor evitá-lo.

No entanto, havia algo do “trigo” no fato de que juntos encontravam uma calma alegria, e empenhavam-se em curar o egoísmo que havia destruído a base de seus casamentos anteriores. Procurando agora dar ao invés de receber, por certo eles estavam em condições de nutrir um casamento e colher as bênçãos dele decorrentes.

Foi uma luta não dizer nada, não lhes mostrar quão cegos estavam em fechar o pensamento ao casamento devido à experiência anterior. Mas aquele cicio tranqüilo e suave me dizia: “Não!” Na parábola, o dono da casa, com sabedoria, disse aos servos que desejavam arrancar o joio: “Não! ... para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro.” Eu precisava aprender a esperar a colheita, esperar que Deus fizesse a separação entre o que era para ser salvo e o que era para ser rejeitado.

Eu não desejava desarraigar as tenras flores da confiança e do afeto, por isso mantive-me calada e apenas lhes dei meu amor.

Quando voltei para casa, procurei o que a Sra. Eddy dizia a respeito do joio e do trigo. E este trecho de Ciência e Saúde me consolou: “O desarmonioso e o autodestrutivo nunca tocam o harmonioso e o auto-existente. Essas qualidades opostas são o joio e o trigo que em realidade nunca se misturam, embora (aos olhos dos mortais) cresçam juntos até a colheita; então a Ciência separa o trigo do joio, pela compreensão de que Deus está sempre presente e de que o homem reflete a semelhança divina.” Ciência e Saúde, p. 300.

Nesse trecho encontrei a resposta e senti-me em paz. Fosse qual fosse o raciocínio que os conduzira a essa decisão, eu agora entendia que o erro não podia afetar o verdadeiro ser de ninguém, não podia afetar a bondade e a pureza que o homem reflete de Deus. E reconheci que tudo o que não refletisse Deus em qualquer relacionamento, tudo o que fosse errôneo, impuro ou imoral, finalmente haveria de ceder ao doce poder do Cristo. Eu podia continuar orando, confiante de que Deus cuida de todos os Seus filhos.

A Sra. Eddy escreve: “Se deixarmos a semente da Verdade à sua própria vitalidade, ela se propaga: o joio não a pode obstruir.” Miscellaneous Writings, p. 111. Com isso, deixei o assunto de lado.

Vários meses mais tarde, meu filho telefonou com a alegre notícia de que ele e Elizabeth iam se casar! “Porque isto é o correto, Mamãe”, disse ele. “Estamos aprendendo o que o casamento realmente pode significar, e não temos mais medo.”

Imaginem minha alegria! E que satisfação por ter deixado o joio aos cuidados da Verdade!

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