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Na quietude do coração: como ouvir a Palavra de Deus numa “era de distração”

Da edição de março de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Numa crítica do recente livro de autoria do historiador Harry S. Stout intitulado “A Alma da Nova Inglaterra”, nota-se uma estatística um tanto surpreendente. Durante a vida de um puritano comum da Nova Inglaterra colonial do século dezessete, todo homem e toda mulher ouviam “mais de 7.000 sermões que exigiam cerca de 15.000 horas de atenção concentrada” Ver Kenneth L. Woodward, “When God Had No Competition”, Newsweek, 20 de outubro de 1986, p. 73..

As pessoas estavam famintas por serem asseguradas da vontade de Deus e de Seu propósito. Lutavam pela sobrevivência e reconheciam a necessidade de Deus ser o centro do tipo de vida que conseguissem esculpir do ermo. Havia poucas distrações frívolas para a mente e o espírito.

Hoje, é claro, a história é bem diferente. Nossa era aparenta ser uma incessante busca de entretenimento, diversão, recreação: uma era de distração. Para muitas pessoas, o ato de adorar a Deus e o interesse pelas coisas do Espírito são relegados a uma inexpressiva e relutante participação ocasional, desde que não interfira com a diversão. Para muitos, a vida cotidiana tem pouco ou nada a ver com Deus. Há tanto “barulho” a bombardear os sentidos, que o mundo parece quase nunca apresentar suficiente quietude para se ouvir a mensagem de Deus. A sociedade de hoje parece estar a anos luz de distância daquilo que, na crítica do livro do Sr. Stout, aparece descrito como uma era que representava “a espécie de quietude cultural sem a qual a Palavra não pode ser ouvida”.

Haverá algum modo de desafiar essa distração, de encontrar silêncio e paz interior apesar do clamor do mundo a exigir nossa atenção? Cristo Jesus deve ter considerado vital esse silêncio. Quando ele falou a seus seguidores a respeito da oração, dirigiu-os a uma espécie de santuário: uma quietude de coração e mente e espírito onde a liderança de Deus pudesse ser percebida. Disse ele: “Tu, ... quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará.” Mateus 6:6. E quase no final de seu ministério, uma das bênçãos que Jesus concedeu a seus discípulos foi a paz espiritual. Essa é a paz que permanece, acima e além do turbilhão do mundo. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo.” João 14:27.

Um elemento importante para se encontrar a quietude de que necessitamos, talvez tenha a ver com uma virtude que hoje pode soar um tanto superada. É a disciplina. Quando nos vemos repetidamente diante de diversões que não fornecem nutrição real ao desenvolvimento espiritual, é preciso boa dose de disciplina para nos afastarmos da distração e criarmos nossas próprias oportunidades de orar, de estudar a Bíblia, de nos regozijarmos na bondade de Deus.

No entanto, a disciplina que é obtida mediante a força de vontade humana apenas, talvez não se sustente por si mesma. É preciso uma disciplina dotada de humildade, de objetivo espiritual, impelida pelo sentido espiritual, enraizada em nosso amor ao bem.

No seu estudo da Bíblia, os estudantes de Ciência Cristã também usam outro livro que, segundo constataram, aprofunda sua compreensão das Escrituras. É o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria da Sra. Eddy. O livro-texto fala claramente do que a Ciência do Cristo oferece ao cristão dos dias atuais: “Um cristianismo mais elevado e mais prático, que demonstra justiça e atende às necessidades dos mortais, tanto na doença como na saúde, está batendo à porta desta época, pedindo entrada.” E, a seguir, Ciência e Saúde pergunta: “Abrirás ou fecharás a porta a esse anjo visitante, que vem na quietude da mansidão, como veio outrora ao patriarca, ao meio dia?” Ciência e Saúde, p. 224.

Os patriarcas do Antigo Testamento, por certo, tinham disciplina espiritual bem como inspiração. Eles sabiam o que vinha primeiro em suas vidas e afetos; e quando Deus os orientava, ouviam a mensagem. O que eles ouviram e o que fizeram com o que ouviram, mudou o mundo.

Hoje, o cristianismo prático da Ciência Cristã ensina que Deus é o bem infinito, o Amor e o Espírito onipresente, a força que cria, governa e sustenta Sua criação espiritual. O homem é a expressão pura de Deus, o reflexo do Espírito, a imagem e semelhança do Amor. Esse homem é o ser real de cada um de vocês, e não uma esperança extravagante.

Conhecer Deus tal como Ele é nos permite conhecer a nós mesmos como somos. Essa compreensão de Deus e esse autoconhecimento espiritual provêem domínio, vigor, alegria, o caminho da cura pelo Cristo e uma satisfação real de viver. Nada é mais prático do que o cristianismo científico, à medida que atua em nós para transformar nosso pensamento e renovar nossa vida.

As distrações do materialismo se desgastam muito depois de pouco tempo. O coração desperta finalmente para o vazio e a pequenez, e anseia por ser satisfeito com algo digno de valor, permanente, altruísta.

O significado verdadeiro da vida, da nossa própria vida aqui e agora, só pode ser encontrado em Deus e no que Ele quer para nós. Eis por que é tão importante ouvir a mensagem de Deus. Eis por que é tão importante ficar sossegado, orar, e escutar. O amor e a verdade de Deus estão sendo constantemente vertidos sobre Seus filhos. Contudo, se sempre estamos andando numa roda viva, envolvidos em todas as barulhentas diversões de nossos tempos, estamos fugindo do bem real que Deus propôs para cada um de nós.

Precisamos sair dessa roda viva, precisamos permanecer sossegados e conhecer Deus. Então nossa vida terá progresso. Nós nos sentiremos bem a respeito de nós mesmos. Faremos a obra de Deus e encontraremos alegria real em fazê-la. Nossos corações encontrarão “repouso e segurança”, como a Bíblia diz, “para sempre”. Isaías 32:17.

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