O que significa ser uma lei para si mesmo? O autor de Provérbios comenta sobre um homem: “Como imagina em sua alma, assim ele é.” Prov. 23:7. Tudo quanto aceitamos em nosso pensamento como verdadeiro ou válido, atua como lei, e determina a qualidade de nosso viver. Por isso, é de importância vital para a saúde, a felicidade e o progresso, que nosso pensamento seja governado pela Verdade divina, pelos fatos espirituais do ser, e não por opiniões materiais. As crenças impostas pela falsa educação não podem atuar como lei para nós, quando compreendemos as leis de Deus, mais elevadas, e as obedecemos.
Cristo Jesus jamais permitiu que as crenças e práticas materialistas de sua época fossem uma lei para ele. Suas curas de males humanos e seu domínio sobre a matéria, o pecado e a morte provaram que a compreensão da Verdade e do Amor anula as assim chamadas leis materiais de toda e qualquer espécie.
O ciúme e a maldade que o ministério de cura de Jesus despertava, pretendia obstruir por completo sua missão. O mal, porém, não pôde destruí-lo nem impedir-lhe a ação, porque Jesus era sempre uma lei para si mesmo. Por meio de oração incessante, Jesus manteve divinamente sustentada sua unidade com Deus, a única Mente do homem. Essa unidade com a fonte de toda inteligência e ação verdadeira lhe permitiu anular toda sugestão obstruidora do mal.
A divina revelação da Ciência, subjacente nas obras de Jesus, nos veio através da Sra. Eddy. Em Ciência e Saúde ela mostra como é possível a todos gozar de saúde e liberdade mediante a obediência à lei espiritual. Escreve ela: “O homem cristãmente científico reflete a lei divina, tornando-se assim uma lei para si mesmo.” Ciência e Saúde, p. 458.
A própria vida da Sra. Eddy foi uma prova dessa asserção. Antes de descobrir a Ciência Cristã, fora uma pessoa enfermiça. Contudo, numa época de extrema necessidade física, teve profundo discernimento espiritual da lei divina subjacente à cura de um homem paralítico Ver Mateus 9:2-8., realizada por Jesus. E esse discernimento a libertou dos efeitos de um grave ferimento. Como conseqüência de sua cura, passou a devotar a vida a descobrir e demonstrar as leis de Deus que libertam a humanidade das imposições cruéis da crença material.
Por meio de sua obediência à lei divina, a Sra. Eddy superou muitas limitações. A escassez, a solidão, os desafios físicos, o preconceito e a perseguição foram vencidos por essa corajosa mulher, que demonstrou o que significa sermos, sob o governo de Deus, uma lei para nós mesmos.
Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy fez constar esta advertência, que desejava fosse objeto de atenção diária de seus seguidores: “Cientistas Cristãos, sede uma lei para vós mesmos, para que a má prática mental não vos possa prejudicar, quer estejais adormecidos, quer estejais despertos.” Ciência e Saúde, p. 442; ver também The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany 237:12-14. Consideremos como as verdades da Ciência Cristã nos capacitam a negar as nefastas influências mentais.
O Salmista escreve: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro.” Salmos 4:8. Podemos prepararnos para um descanso imperturbado, colocando-nos sob o cuidado incessante do Amor divino, sabendo que os pensamentos angelicais de Deus guardam-nos, quer estejamos dormindo, quer despertos. Sabemos que, como Deus é a única Mente do homem, não há mente inconsciente nem subconsciente para ser perturbada por sugestões mentais agressivas. A crença de que os pensamentos maléficos podem ser transferidos de uma mente para outra é anulada pela compreensão de que não existe mente mortal, capaz de fazer vítimas ou de cair vítima. Na proporção em que permanecemos cientes da verdade de que nunca poderemos estar fora da consciência do Amor, nosso sono será tranqüilo.
Contra quais influências adversas necessitamos estar em guarda, quando acordados?
As crenças que nos tenham sido ensinadas sobre a doença e suas causas, sintomas, a assim chamada curabilidade ou incurabilidade, são, constantemente, apresentadas pelos vários meios de comunicação. A menos que estejamos atentos, inconscientemente ficamos impressionados com esses quadros mentais aflitivos de discórdia física, e mais tarde estes se reproduzem no corpo. Isso não acontece quando somos uma lei para nós mesmos.
As crenças de doenças não nos podem afetar, quando compreendemos nosso estado espiritual como imagem e semelhança de Deus, governados somente pela lei divina. Quando recusamos, com inteligência, as teorias sobre a doença, reconhecendo que esse tipo de educação é errôneo, livramo-nos do medo e de seus efeitos. Por meio de nossa percepção dos fatos espirituais da harmonia inatacável do homem, o objeto do constante cuidado do Amor, a verdade científica torna-se uma lei para nós, e nos exime das penalidades impostas pela crença material.
As crenças universais sobre a idade constituem outra forma sutil de má prática mental. Contudo, as muitas opiniões falsas relativas ao período pré-natal, à infância, à adolescência, à meia-idade e à idade avançada não precisam atuar como lei para o indivíduo que compreende as leis de Deus e as obedece. Essa compreensão é válida tanto para nós como para os que amamos.
Os futuros pais precisam proteger o pensamento contra temores e falsidades associadas ao período pré-natal. Não terão medo quanto à perfeição real e espiritual do feto, se o envolverem, constantemente, em pensamentos sagrados, e compreenderem que a verdadeira identidade é a expressão completa e pura da Mente.
Os pais não sofrem o peso da responsabilidade pessoal, quando aumenta sua compreensão de que Deus é a única Mente progenitora que tudo sabe e tudo conhece, e que sempre satisfaz a todas as necessidades humanas. A oração em que se estabelece claramente a relação de cada indivíduo com Deus como Seu descendente perfeito, torna-se uma lei para os pais — uma lei que envolve as crianças nesse lar — quando esse trabalho é fielmente realizado.
À medica que as crianças crescem e especialmente quando começam a enfrentar confusão, incerteza e rebeldia, necessitam da segurança conferida pela disciplina justa e firme, compreensão amorosa e paciência compassiva da parte dos pais. Deve-se ensinar as crianças a afirmar todos os dias, em oração, a verdade de sua identidade genuína dada por Deus e governada por Deus. Todos devem aprender a orar para si mesmos e practicar a obediência à lei divina que protege e traz progresso à vida.
A maturidade humana, tanto quanto a juventude, tem suas crenças comuns que exigem vigilante correção. Quão atentos temos de estar para não sermos atacados pelas crenças da meia-idade ou da idade avançada, em nós ou nos outros! Por que dar nosso consentimento a sugestões de que as faculdades podem estar em vias de embotamento, ou forças em fase de diminuição, ou a utilidade, limitada? A Bíblia fala-nos de Moisés que, aos cento e vinte anos, “não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor” Deuter. 34:7. Nas décadas seguintes à sua descoberta da Ciência Cristã, o vigor, a acuidade mental e a capacidade de trabalhar sem descanso da Sra. Eddy chamavam a atenção. Por meio da Ciência, cada um de nós pode tornar-se, para si mesmo, uma lei de saúde, vigor e utilidade ininterruptas.
A crença de que há uma lei — muitas vezes, uma lei de acaso — em oposição à ordem divina, se apresenta sob muitas aparências. Estatísticas concernentes à probabilidade de acidentes nas estradas, mortes por certas doenças, porcentagens de criminalidade, desemprego e divórcio, representam formas de falsas sugestões que todos encontramos. No entanto, nossa vida, nossa saúde e nosso direito à felicidade e à atividade produtiva não estão à mercê do acaso ou das probabilidades. Somos uma lei para nós mesmos à medida que compreendemos ser a vida do homem governada pelo infalível e imutável Princípio divino, o Amor.
No que diz respeito às sugestões de má prática mental, há pouco mencionamos a animosidade que o ministério de cura de Cristo Jesus despertou. A inveja e a maldade que incitaram seus perseguidores eram dirigidas contra a idéia-Cristo que ele exemplificava. Porém, esse mesmo Cristo, a Verdade, habilitava Jesus e habilita aqueles que o seguem, a dar provas de que o Amor divino triunfa sobre o ódio.
A mente carnal pretende opor-se à cura espiritual em todas as épocas. Não importa quão pessoal a oposição à espiritualidade possa parecer, nunca é pessoa, é somente a animosidade do erro que reconhece o Cristo como seu destruidor. Ciência e Saúde afirma-nos: “Estas bênçãos sagradas pousam sobre os seguidores de Jesus: ‘Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim’; ‘Eis que estou convosco todos os dias’ — querendo dizer, não só em todos os tempos, mas de todas as maneiras e em todas as circunstâncias.” Ciência e Saúde, p. 317.
O Cristo, a Verdade, está sempre conosco e constitui nossa defesa contra a má prática mental. À medida que refletimos a lei divina, expressando qualidades morais e espirituais de humildade, pureza, compaixão e amor, tornamo-nos uma lei para nós mesmos. As flechadas mentais do ódio e do ciúme não conseguem penetrar na consciência, graças a essas qualidades.
O pendor espiritual capacita-nos a detectar a suposta atividade do erro e a nos proteger contra ele, de modo específico. Se um cansaço desnatural, depressão, medo ou confusão mental se insinuar, quando estivermos orando para nós mesmos ou para outros, ou trabalhando pela igreja, temos de perceber rapidamente a importância de tratar a crença de resistência à Verdade, conhecida como magnetismo animal.
O homem, nossa verdadeira identidade, a idéia amada de Deus, habita no reino completamente espiritual da consciência divina. Aí não há nenhum mal, nenhuma fonte da qual a sugestão mental possa ser transmitida. Jeremias descreve a única base verdadeira de comunicação, quando declara: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais.” Jeremias 29:11.
À proporção que nos aprofundarmos firmemente na compreensão da Ciência do Cristo, a verdade que Jesus ensinou, e vivermos o que estudamos, nos tornaremos uma lei para nós mesmos, refletindo a lei divina da saúde, da harmonia e do progresso espiritual não obstruído.
