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Jogos de azar, e por que não?

Da edição de junho de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa vez, faz muitos anos, uma amiga e eu fomos assistir às corridas de cavalos e lá passamos o dia. Fiquei encantada com os belos e bem treinados animais e diverti-me com nomes tais como “Sorte Certa” ou “Primeiro Lugar”. Passei o tempo todo aos pulos, torcendo pelo cavalo em que eu apostava. No final, não ganhei nem perdi dinheiro e me senti supersofisticada.

No entanto, eu sabia que alguma coisa não estava certa. Eu me deixara levar pelo espetáculo das corridas, mas apesar disso percebi a outra face do brilho e da excitação: rostos endurecidos, paralisados pela ansiedade, pessoas escravizadas pelo jogo.

Nunca mais fui a uma corrida, nem voltei a apostar. Quando comecei a estudar a Ciência Cristã, descobri o que me fizera sentir que os jogos de azar estão errados. Comecei a compreender que a satisfação e a alegria dignas de confiança, bem como o suprimento certo, procedem apenas de Deus, a fonte de todo o bem.

Ora, o que está errado em se adquirir um número de loteria para financiar o governo? Ou uma rifa com fins de caridade? São os jogos de azar incompatíveis com a Ciência Cristã? Para começar, as apostas ou o jogo implicam a crença de incerteza, acaso, risco, especulação, sorte. A Ciência Cristã ensina a confiar na lei divina do bem, que é o exato oposto de confiar na noção de sorte vinculada ao jogo.

Os esforços diários do Cientista Cristão para aumentar sua confiança em Deus, mediante a compreensão e a aplicação da lei divina do bem, acham-se em completa oposição a qualquer tipo de jogo de azar. Mesmo quando certa forma de aposta não é ilegal, a dependência subjacente à noção de chance difere da confiança na imutável lei de Deus, implícita nos ensinamentos da Ciência Cristã. Portanto, seria incoerente considerar os jogos de azar compatíveis com a Ciência.

Deus, o Princípio divino, todo-poderoso e infinito, supre apenas o bem. Esse bem nunca se baseia na sorte ou no acaso, nem requer grande proporção de perdedores para cada ganhador. À medida que cada indivíduo compreende e aplica a lei divina do bem, verifica essa lei a atuar em sua experiência, vê que a discórdia e a limitação são eliminadas e a harmonia é restaurada.

Essa confiança singela na lei de Deus, o Espírito, é oração. Quando o bem resulta de oração, o indivíduo confia cada vez menos nos meios e recursos materiais nada dignos de confiança e passa a confiar cada vez menos na sorte. É animado a recorrer com maior constância à certeza que a Ciência Cristã oferece, da qual a Sra. Eddy fala da seguinte forma: “O termo Ciência, bem compreendido, refere-se tão só às leis de Deus e ao Seu governo do universo, inclusive o homem.” Ciência e Saúde, p. 128.

Os jogos de azar e atividades afins não se relacionam nem um pouco com a lei de Deus. Abrir a porta aos jogos de azar, até mesmo em suas formas mais brandas, é convite à desarmonia que advirá à nossa vida, se aceitarmos que o conceito de chance ou acaso é válido.

O jogo inclui a crença em chance. Mas essa chance não tem um lado só: se aceitamos a sorte, também o azar, o outro lado da moeda, teria de ter cabida. E se o bem dependesse do acaso, também o mal poderia ser o resultado do acaso.

A Ciência Cristã, porém, mostra-nos que o bem não é uma questão de sorte. O bem baseia-se na lei divina e o mal não tem poder algum para agir, pois carece de lei, portanto, carece de realidade. A lei de Deus é a única realidade e quando essa lei é reivindicada com fé e em oração, as pretensões errôneas do mal ficam sem poder.

Os jogos de azar e a lei divina, tal como o óleo e a água ou a superstição e a compreensão espiritual, não se misturam.

Por que, então, as pessoas se entregam ao jogo ou a fazer apostas? Algumas esperam enriquecer depressa para resolver prementes problemas de carência, outras talvez joguem por simples passatempo e outras talvez sejam atraídas, apesar de suas boas intenções, pela jogatina que as cerca. Muitas são as razões que levam as pessoas ao jogo, mas seja qual for o motivo, os jogos de azar não oferecem soluções reais nem prazer que satisfaça de fato. Essas soluções e esse prazer só podem vir mediante a compreensão espiritual a respeito de Deus e de Seu governo ordeiro e amoroso do homem à Sua semelhança.

A lei de Deus enriquece nossa vida. Quando a idéia de servir a Deus e a nosso próximo torna-se primordial, devido a um sentimento altruísta, o progresso espiritual nos confere satisfação genuína. Nada na terra se compara à alegria de começar a compreender esta afirmação de Jesus: “Os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai.”  Mateus 13:43.

Quando discernimos espiritualmente algo desse reino radioso de Deus e nossa participação nesse reino, como reflexo ou imagem espiritual, perfeita e pura de Deus, passamos a confiar cada vez mais na lei de Deus. Torna-se difícil, e por fim impossível, voltar à escuridão do pensar material e dos meios materiais.

Ora, o que realmente quer dizer a lei de Deus? Homens tais como Abraão, Moisés, Elias e, em especial, Cristo Jesus e seus seguidores, deixaram bem claro pelo seu modo de viver, que existem leis universais de Deus. As pessoas que foram curadas e salvas por Cristo Jesus, tiveram a prova de que as leis de Deus existem para todo o sempre e são eficazes. É disso que trata a Bíblia! A Bíblia trata das leis da Vida, das leis de Deus, em ação.

As leis de Deus para o viver diário permeiam a Bíblia, mas os Dez Mandamentos dados a Moisés talvez sejam o mais conhecido resumo de Suas leis. A toda lei bíblica é fundamental o Primeiro Mandamento: “Não terás deuses diante de mim.”  Êxodo 20:3.

A Ciência Cristã observa integralmente o Primeiro Mandamento; ensina que Deus é Princípio divino, a origem do ser do homem. Isso significa que todo o bem que recebemos, procede de Deus. A Ciência Cristã ensina que, pelo fato de Deus ser Princípio, Deus é também Amor divino e supre apenas o bem perfeito, mantendo sempre a harmonia de Seu descendente. Podemos confiar totalmente em Deus para obter o bem, pois a lei de Deus é o bem.

Deus, essa fonte de todo o bem, é também nosso divino Pai-Mãe. Devido a esse relacionamento entre Pai e filho, a lei divina do bem requer nossa obediência. Precisamos recorrer exclusivamente a Ele, com confiança irrestrita, em toda e qualquer circunstância. Agir de outra forma é desobedecer ao Primeiro Mandamento. E quando somos obedientes ao nosso Pai, os jogos de azar, que implicam a ausência de lei, passam a ficar fora de nossas cogitações. Participar em jogos de azar significa confiar na sorte, confiar em algo além de Deus para obter alegria, satisfação e sentimento de valia. Essa é uma vereda obscura que nos afasta da obediência a Deus.

Quando persistimos, porém, em cumprir a lei de Deus, começamos a demonstrar a Ciência da Vida contida nas Escrituras. Temos um lampejo do que a Sra. Eddy tem em mente, quando diz em Ciência e Saúde: “Como Deus é substância e o homem é a imagem e semelhança divina, o homem deve desejar, e em realidade possui, tão só a substância do bem, a substância do Espírito, não da matéria. A crença de que o homem tenha qualquer outra substância, ou mente, não é espiritual e transgride o Primeiro Mandamento: Terás um só Deus, uma só Mente.” Ciência e Saúde, p. 301.

Podemos subjugar o impulso de escravizar-nos ao jogo. A liberdade total é alcançada quando se compreende e se percebe a eterna presença da lei divina do bem. O homem é livre para fazer a vontade de Deus; como semelhança de Deus ele está livre de qualquer impulso errôneo ou falsa atração. Está sempre de posse da alegria, da inteireza, da sabedoria e da valia. Quando reconhecemos com persistência que essas verdades estão presentes em nosso ser real, verificamos que somos sempre inseparáveis do terno governo de Deus.

E quando, com maior compreensão, recorremos à Bíblia para aprender a lei divina do bem, Seu amor e cuidado se tornam mais e mais evidentes, a ponto de que a mínima inclinação ao jogo desaparece prontamente de nossa vida. Confiando a Deus todas as nossas necessidades, ficamos livres para desfrutar bênçãos divinas.

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