A natureza ensina-nos com freqüência grandes lições. Cristo Jesus recorria às coisas da natureza que o rodeavam, as flores do campo, as plantas e os pássaros, para ensinar a seus discípulos acerca do viver cristão.
Uma das mais vívidas ilustrações por ele usadas se refere à videira que cresce com vigor em certas regiões da Terra Santa, uma planta que necessita de muita atenção e cuidado para ser produtiva. Tem de ser plantada em solo muito bem preparado, para que cresça viçosa. Quando a videira atinge a maturidade, é podada energicamente todos os anos, a fim de produzir a máxima quantidade de frutos.
Em Hampton Court, perto de Londres, existe um belo exemplo de videira bem nutrida. Essa famosa “Videira Gigante” foi plantada em 1768, durante o reinado do rei Jorge III. Seu tronco tem 2 metros de diâmetro e o ramo principal mede 35 metros. Já produziu 2.200 cachos de uva num só ano. Seu vigor, é claro, está nas raízes, que extraem da terra a nutrição para alimentar os ramos e os frutos.
Jesus usou a videira como símbolo da vida em Cristo, a Verdade. Falou a respeito de si próprio como a videira e de seu Pai como o agricultor. Disse ele: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.” João 15:1–3.
Jesus comparou seus discípulos aos ramos da videira. Eles podem frutificar nas obras que ele lhes mostrou, mas só se permanecerem em Cristo, a Verdade, que ele patenteava. Sua própria vida ilustrou o fruto abundante que um só homem pode produzir. Seus três anos de ministério foram maravilhosos pelas realizações obtidas. Demonstrou que a vida cristã é uma vida de obras. As boas intenções não bastam, as obras são imprescindíveis.
O Mestre ensinou que não pode haver fruição duradoura, se não compreendermos que fazemos parte da videira viva. Separados da verdadeira fonte da Vida, os ramos enfraqueceriam e se tornariam inúteis. É nossa união com o Cristo o que nos habilita a realizar as obras de Deus. Ao aprendermos a permanecer sem interrupção na verdade que Deus nos revela, encontramos a nutrição espiritual, que purifica e revigora nosso pensamento e torna nossa vida mais produtiva.
É preciso humildade para permancer em Cristo, a mesma mansidão que Jesus expressava ao saber que ele não realizava obras de cura, nem ensinava, por sua própria conta. Sua missão era cumprir o plano divino de salvação para todas as pessoas, conduzir homens e mulheres ao conhecimento de sua verdadeira união espiritual com Deus, o Amor divino. E com esse objetivo o Pai trabalhava com ele.
A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã
Christian Science (kris’tiann sai’enss), Mary Baker Eddy, era cristã devota. Compreendia que os ensinamentos do Salvador eram aplicáveis a todas as épocas para a cura e o bem-estar da humanidade. Ela mesma realizou muitas curas, porque seguia com lealdade o exemplo dado pelo Mestre.
Escreveu ela: “Estais sentados debaixo de vossa própria videira e de vossa própria figueira que é o vosso crescimento espiritual, dessa videira cuja manutenção depende de nosso Pai.” Mais adiante, ela acrescentou: “Pela palavra que vos é dita, vos tornais livres. Permanecei em Sua palavra, e ela permanecerá convosco; e o Cristo que cura, se tornará outra vez manifesto na carne — compreendido e glorificado.” Miscellaneous Writings, p. 154.
Ansiando por crescer em espiritualidade, talvez descubramos a existência de muitos gravetos secos, de muito pensamento mortal ocupando nossa consciência, impedindo o rápido crescimento que desejamos. Não precisamos nos perturbar quando esses pensamentos improdutivos são totalmente expurgados pelo Pai. Aliás, devemos nos alegrar com a poda dos modos de pensar indisciplinados, que nos mantêm no cativeiro do materialismo.
Paulo alertou os novos cristãos gálatas a não se deixarem sucumbir por pensamentos e ações opostas à espiritualidade. Ele escreveu: “Ora, as obras da carne são conhecidas, e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias, e cousas semelhantes a estas.” A seguir, falou dos frutos pertinentes ao pensar cristão: “O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Gálatas 5:19–23.
Acalentando bem fundo em nosso coração e nutrindo essas belas graças cristãs, vivenciando-as nos contatos com outras pessoas, veremos crescimento diário em nós, pois estaremos refletindo mais da natureza divina. Começamos então a ver como nos é natural realizar a obra da cura cristã científica. Apercebidos da alegria que nos advém de permanecermos sem cessar no Cristo, sentimos o amor de Deus que conduz nossa vida à plena fruição.
 
    
