Só há uma maneira de ser nadador. É nadando! O mesmo se aplica à prática da Ciência Cristã. Falo por experiência em ambos os casos.
Fui criada numa família que professava a Ciência Cristã. Por escolha própria, continuei Cientista Cristã na idade adulta. Depressa descobri, porém, ser eu tão medíocre como Cientista Cristã, quanto o era como nadadora. Chapinhava e espirrava água, mas tinha medo de nadar em águas mais profundas.
Aconteceu que, mais ou menos na mesma data em que precisei aprofundar minha compreensão da cura pela Ciência Cristã, aprendi também valiosa lição espiritual, ao ser obrigada a mergulhar na zona mais funda da piscina. A lição foi, em termos bíblicos: “O perfeito amor lança fora o medo.” 1 João 4:18.
Certo dia, ao levar meus filhos ao complexo desportivo onde davam aulas de natação para crianças, vi um cartaz anunciando aulas de natação para adultos também. O lema era: “Decida-se, mergulhe!” Decidi, e me inscrevi.
O professor começou a aula, ordenando: “Subam para a prancha, mergulhem, venham à superfície e flutuem,” em vez de nos permitir entrar dentro da água e afastar-nos pouco a pouco da borda da piscina até à zona mais funda, como eu pensara.
“É impossível não flutuar,” assegurou-nos o instrutor. “O princípio de Arquimedes, uma lei da física segundo a qual os corpos mergulhados num meio líquido sofrem uma impulsão de baixo para cima, os sustenta, não importa quão profunda seja a água. Vocês não podem deixar de flutuar!”
Eu nem podia acreditar que tinha conseguido mergulhar! Durante vinte e cinco anos a idéia de ficar sem pé apavorara-me. Mas quando meu desejo floresceu em empenho, quando compreendi algo das leis que me sustentavam, o medo desapareceu e percebi que não podia falhar.
No final dessa semana tive de novo outra experiência em águas profundas, se bem que de outro gênero. O jardim da infância que minha filhinha freqüentava, mandou-a para casa com indicação de que a menina estava com escarlatina. Segundo disseram, havia um surto dessa doença na cidade.
De início pareceu que me estava a ser exigido demasiado, como quando o professor de natação nos mandou mergulhar na zona mais funda da piscina. No entanto, senti Deus assegurar-me que Ele destruiria também esse temor, o temor de não conseguir ser um dos “praticantes da palavra”. Tiago 1:22.
Cristo Jesus não tinha medo de mergulhar, de obedecer a Deus sem hesitação. As instruções que deu a seus discípulos mostravam que esperava de nós que assim procedêssemos. “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios.” Mateus 10:8. Por isso, com certeza também eu poderia dar esse primeiro passo para provar o poder curativo de Deus.
Disposta a obedecer, abri a Bíblia nesta passagem: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.” Salmos 37:5. Apreciei em particular a afirmação de que Ele, não eu, curaria. A faculdade de confiar e me empenhar era-me concedida por Ele.
Tentada primeiro a acreditar que a cura de minha filha dependia da minha compreensão (no mínimo hesitante), percebi, de repente, que não precisava alcançar a compreensão de Jesus, para ser sustentada pela Ciência do Cristo que ele praticava. Percebi que o trabalho curativo de Jesus era científico. Estava baseado no Princípio divino descoberto pela Sra. Eddy, ou seja, Deus, que se lhe revelou quando, em obediência a esse poder divino, ela curou e ensinou outros a curar. Mas eu não tinha de compreender a Ciência Cristã toda, assim como para mergulhar e depois flutuar era dispensável saber tudo o que Arquimedes havia descoberto, ou as leis que enunciara.
Deus está sempre disposto a ajudar-nos. Esse fato tornou-se lei para mim, uma lei nova, onde encontrava apoio. Conhecendo o amor de Deus por todos os Seus filhos, raciocinei assim: se Deus é Princípio, o Amor divino, então Sua preciosa e valiosa Ciência, a lei de Sua totalidade, não deixaria de sustentar minha filha e a mim. A Sra. Eddy explica em Ciência e Saúde: “Se o aluno adere estritamente aos ensinamentos da Ciência Cristã e evita violar-lhe as regras, não pode deixar de ter êxito na cura.” Ciência e Saúde, p. 448.
Logo que compreendi a necessidade de minha filha, pedi a um praticista da Ciência Cristã para orar por nós. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para que a criança se sentisse confortável. Nessa noite os sintomas agravaram-se, mas continuamos a orar. Durante toda a noite, apoiei-me neste fato espiritual: “A filha do rei está vestida e revestida de glória.” Salmos 45:13 (conforme a versão King James). Comecei a compreender que cada elemento de seu ser era puramente espiritual. A substância da menina não era constituída por células e tendões, mas por inteligência, beleza, integridade, alegria, isto é, os atributos de Deus.
Apeguei-me ao que aprendera na Ciência Cristã, que o Espírito, Deus, fez tudo o que foi feito e tudo é bom, e também que Ele mantém Sua criação com ternura, exatidão e infalibilidade. A doença não é lei, nem tem poder, é incapaz de produzir algo ou governar o homem. Decidi só aceitar a verdade espiritual da identidade de minha filha, só aceitar a realidade de que Deus, o Amor divino, é a única causa, substância e controle.
Pouco depois deixei de ter medo e minha filha dormiu bem toda a noite. Na manhã seguinte estava muito melhor e no outro dia estava completamente boa, embora tenha permanecido em casa para dar cumprimento às leis estaduais.
Tal como a Bíblia promete Ver Isaías 40:11., Deus guia com ternura todas as mães e seus pequeninos. Não apenas as pessoas que têm filhos pequenos, mas qualquer pessoa que acolha pela primeira vez a cura cristã. Cristo, a Verdade, eleva-nos sempre mais alto a partir de nossa necessidade e do nível de nossa compreensão.
Um só mergulho na piscina não me fez nadadora olímpica, mas foi um começo, um empurrão, encorajando-me a melhorar, assim como a noite em que minha filha foi curada, marcou o início de minha dedicação à Ciência Cristã, quando comecei a estudá-la com amor e antecipação, a aprender e viver suas regras com maior empenho.
“A Verdade é tão onipotente que um grão de Ciência Cristã faz maravilhas para os mortais, mas é preciso apropriar-se mais da Ciência Cristã a fim de perseverar em fazer o bem,” Ciência e Saúde, p. 449. assegura Ciência e Saúde. Posso afirmar que gosto de perseverar. Ainda estou muito longe de andar sobre a água. Minha maneira de nadar (em ambas as modalidades) é cada vez mais potente, todas as vezes que me aventuro. Cada dia adquiro mais força.
