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Não há tropeço

Da edição de junho de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Um indivíduo que estava prestes a ser executado, não o foi, pois Jesus mediou a disputa legal.

Um homem que fora banido do seio do povo, devido a uma terrível enfermidade, recuperou a saúde graças a Jesus e este lhe ordenou que voltasse para casa.

Um homem que nascera cego, recuperou de repente a capacidade de ver, graças ao tratamento espiritual de Jesus.

Esses são apenas três casos de pessoas cujas vidas foram radical e prontamente mudadas mediante penetrante intervenção espiritual. Mas você já se pôs a imaginar como essas pessoas enfrentaram o cepticismo, a curiosidade e o julgamento ulterior da família e dos amigos, após esses breves encontros com Cristo Jesus?

Compreende-se muito pouco acerca da cura espiritual do indivíduo e, por isso, a experiência inicial do restabelecimento assinala apenas o começo de um processo muito mais amplo de cura e de busca da verdade. Talvez seja essa uma das razões que tantas vezes levaram Jesus a aconselhar aqueles que haviam sido curados, a que se calassem. Ele sabia que haveria interesse de sobra, quando a cura se tornasse conhecida de maneira mais ampla.

Aprendi muito nesse sentido, com um amigo que se interessou pela Ciência Cristã. Foi fantástica a maneira como ele mudou. Sua família e diversos de seus amigos ficaram atônitos com a cura inicial e a subseqüente mudança, a ponto de não acreditarem que fosse algo permanente. Passaram, porém, muitos anos, e ele é, de fato, uma nova criatura.

Perguntei-lhe há algum tempo o que, a seu ver, tornara possível essa mudança extraordinária, ocorrida de um dia para o outro, e o fato de ter permanecido estável. Foi interessante saber que ele fez a si próprio essa mesma pergunta, na época em que iniciava o estudo de Ciência Cristã. E a melhor explicação que conseguiu dar em palavras, partiu destes dois versículos da Bíblia: “Príncipes me perseguem sem causa, porém o que o meu coração teme é a tua palavra [de Deus]. ... Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço.”  Salmos 119:161, 165.

E acrescentou: “A impressão que a Ciência divina causou em mim, não tornou minha vida perfeita de um momento para o outro, nem fez dela o ideal em todos os sentidos. Mas a nova compreensão de que a lei de Deus é em verdade suprema, e de que Deus é todo o bem, foi tão poderosa, que percebi ser ela natural para meus anseios espirituais mais profundos. A impressão que essa verdade espiritual causou em mim, empurrou tudo o mais para o segundo plano em minha vida. Acredito que o Salmista se referia a isso, quando escreveu aquele Salmo. Nunca mais perdi a profunda paz daquela intuição espiritual. Acho que se poderia dizer que sinto a presença de Deus.”

Tal iluminação espiritual tem implicações profundas. Descreve a maneira pela qual a Verdade divina vence a crença material de que nossa vida é apenas o que se apresenta aos sentidos materiais. Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, descreve o poder curativo de tal experiência: “Torna-te consciente, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são da matéria — e então o corpo não proferirá queixa alguma. Se sofres de uma crença na doença, achar-te-ás repentinamente Ciência e Saúde, p. 14.

Claro, tudo isso não passaria de um sistema humano de fé e afirmação, não fosse por um fato sublime. E Ciência e Saúde vai logo ao âmago da questão: “Inteiramente separada da crença e sonho num viver material, está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sobre toda a terra. Essa compreensão expulsa o erro e cura o doente, e com ela podes falar 'como quem tem autoridade'.” Ibid.

Ora, a mente humana procura elaborar todo tipo de racionalização e de motivos para tentar se assemelhar ao Cristo. O intelecto humano pode até mesmo acomodar-se ao sofrimento, às asperezas da vida e às privações, no esforço de simular o estilo de vida religioso ou cristão. A força genuína, porém, que permite ao indivíduo ser governado pela lei divina, é a capacidade de mentalmente render-se à natureza de Deus como sendo Espírito infinito e à nossa própria natureza como sendo o reflexo exato, a expressão, de Deus. Não se trata tanto de decidir ser assim; é a experiência revolucionária de compreender que a vida realmente é assim!

É isso o que ocorre na cura pela Ciência Cristã e aconteceu na vida de meu amigo. A mudança sanadora que se dá graças à Ciência Cristã, não se assemelha a prender a respiração debaixo dágua, não é como tentar viver temporariamente numa atmosfera espiritual que é a antítese de tudo o que você é, acreditando erroneamente que a certa altura você tem de retornar à existência encerrada na matéria. A Ciência Cristã se revela paulatinamente à consciência humana, como se fosse a descoberta de nossa terra natal ou de nossa verdadeira existência. A Ciência revela nossa identidade real, que é boa, tão boa como Deus, a fonte dessa identidade.

“Bem,” seria razoável perguntar, “se é tão natural e tão boa, por que não ocorre com maior facilidade? Por que coisas tais como o egoísmo, a cobiça, a má saúde, o cepticismo e o pecado se apegam tanto a nós?”

Ora, a questão é: o mal não tem sobre nós a influência que talvez acreditemos possa ter. Até mesmo no plano humano, a maior parte do tempo, a maioria das pessoas não são cruéis, não estão doentes, não são pecadoras. E esse fato deveria ser suficiente para despertar em nós maior curiosidade a respeito do poder espiritual que sustenta essa retidão e essa bondade intrínseca ao ser humano. Pois foi a essa integridade espiritual ou inteireza do homem, que Jesus tantas vezes recorreu, na cura. Pense nas respostas que ele dava às pessoas que precisavam de cura e eram receptivas a sua oração. “Toma o teu leito e anda”; “vai, e não peques mais”  João 5:8; 8:11.; “vai-te em paz, e fica livre do teu mal.”  Marcos 5:34. Essas respostas típicas, dadas às pessoas necessitadas, eram afirmações de que os homens e as mulheres eram capazes de expressar o bem pelo qual suspiravam.

A espiritualidade, o amor a tudo o que é bom, puro e belo, o bemestar e a capacidade de curar mediante a prece da compreensão espiritual, que contínua e esperançosamente comunga com o Amor divino, tudo isso é natural a todos nós. À medida que entendemos que o mal, a mágoa e o materialismo não fazem parte de nossa natureza, desperta em nós o conhecimento consciente de que agora somos filhos de Deus. E passamos a compreender por que o Salmista disse com tanta confiança: “Não há tropeço.”

Não resta dúvida de que precisamos estar preparados para as mudanças resultantes desse crescimento em compreensão espiritual. A cura pela Ciência Cristã não se limita a juntar coisas que estavam separadas; pelo contrário, transforma a própria natureza de nossa existência. A Sra. Eddy descreve a mudança: “Esse estado mental se estabelece sob a forma de vigor, liberdade, profunda fé em Deus; e faz diminuir a fé no mal, na sabedoria humana, em normas, meios e recursos humanos. Desenvolve a capacidade individual, aumenta as atividades intelectuais e de tal forma aviva a sensibilidade moral, que as grandes exigências do sentido espiritual são reconhecidas e os sentidos materiais, que exercem poder sobre a consciência humana, são repreendidos.” Miscellaneous Writings, p. 204.

Prever essas conseqüências da espiritualização de nosso pensamento é a parte mais importante desse preparo. É inevitável que a realidade espiritual irrompa em nossa vida. E podemos ter a certeza de que haverá uma enorme diferença na forma como vemos os outros e no que discernimos em nós mesmos. Essa verdade científica espiritual não é mera afirmação de fé, é o próprio poder da Vida divina em ação. É a força curativa que nos é normal e nós não podemos perdêla, nem ignorá-la.

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