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Do argumento à oração

Da edição de maio de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando eu estava na universidade fazendo o curso de especialização em Ciências Políticas, desejava contribuir com minha parte para promover a liberdade e a fraternidade. Mas meus estudos pareciam afirmar que a humanidade estava para sempre sujeita a ciclos de guerra e paz. Os acontecimentos do momento pareciam confirmar isso. Comecei a ter convicções políticas muito fortes e deleitava-me com discussões sobre política. Então, um dia, percebi que ao discutir e sustentar crenças obstinadas, eu não estava dando absolutamente nenhuma ajuda a milhões de inocentes sofredores em todo o mundo.

Ainda querendo ajudar, comecei a orar. Eu tinha visto a oração resultar em cura na minha própria vida. Não poderia a oração fazer algo pelo mundo, algo que eu não podia fazer por meio de debates persuasão?

Voltando-me para a Bíblia, procurei a sabedoria que se situava para além da mera fé, a sabedoria que poderia curar. A mensagem da Bíblia para todos os tempos, de indivíduos que buscavam a Deus e a fraternidade do homem, chamou minha atenção e deu-me confiança. Nela encontrei pacificadores da mais alta classe, homens e mulheres a quem a convicção do poder salvador de Deus e a disposição de orar deram a visão necessária para superar situações perigosas. Tinham consciência, ainda que parcialmente, do reino de Deus, de um relacionamento imediato com Deus, o que lhes proporcionava a paz interior, o poder e a inteligência para lidar com as condições humanas.

Esses pacificadores eram pessoas que oravam. Depois de um período de jejum e oração, Ester obteve ânimo para chamar a atenção do rei sobre uma conspiração que teria significado sua própria morte e a de seu povo. Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram salvos da morte por meio da confiança em Deus. Ver Ester, cap. 3–7; Daniel, cap. 3, 6.

Eram passivas essas pessoas? Longe disso. Particularmente no caso dos três homens judeus, a profunda convicção do poder de Deus ajudou-os a tomar posição para abençoar seu povo. A comunhão com Deus deu-lhes a visão e a sabedoria de verdadeiros líderes. Obedecendo às leis de Deus, em pensamentos e ação, abriram caminho para que Deus destruísse o mal.

Cristo Jesus viveu numa época de terrível opressão. Porém, em vez de dedicar-se ao debate político, nosso Mestre ensinou seus seguidores a se volverem a Deus para a solução de cada problema. A compreensão acerca de Deus e de Seu amor pelo homem desvia-nos do caótico mundo material, rumo à compreensão espiritual de um Deus onipotente e de um homem e um universo perfeitos e espirituais. Essa compreensão é o reino do céu. É a percepção crística que nos capacita a captar e a pôr em prática em nossa vida a lei de Deus.

Entre os ouvintes de Jesus, deve ter havido pessoas que ansiavam por todo tipo de liberdade. Era gente doente, atemorizada, desanimada e também politicamente oprimida. O Salvador, cuja missão era libertar a humanidade da doença, do pecado, da opressão, até mesmo da morte, usou parábolas para falar de algo muito diferente de métodos médicos, punição de crime ou de teoria política. Ele descreveu uma atitude devota de pensamento, um reino espiritual, onde as correntes da escravidão desapareceriam.

Certa vez, descreveu aos seus discípulos a parábola de um semeador, cujas sementes caíram em quatro lugares diferentes: algumas caíram à beira do caminho e as aves as comeram; algumas caíram em solo rochoso, germinaram, mas morreram por causa da pouca profundidade do solo; outras foram sufocadas por espinhos; mas algumas caíram em boa terra e frutificaram. Ver Mateus 13:1–8, 18–23. O Mestre explicou que a semente é a "palavra do reino". Como preparar o solo, ou seja, nosso pensamento, para essa semente criar raízes em nossa vida?

Ao observar outra vez a parábola, vemos que as primeiras sementes caíram à beira do caminho. O pensamento muito ocupado para estar interessado em Deus ou muito negligente para aprender coisas espirituais é o pensamento que está à beira do caminho. Nosso primeiro dever é, então, perceber nossa necessidade de volver-nos a Deus em oração.

Algumas sementes caíram em lugares pedregosos, onde a terra era pouca. Isso pode ser dito para ilustrar a necessidade de uma compreensão mais profunda de Deus. Obtemos esse conhecimento de Deus por meio da oração que destrói o medo e enche nosso pensamento com a graça de Deus, o poder da verdade sobre o erro, da paz sobre a inquietação e do amor sobre o ódio.

A oração é a submissão do pensamento à ação de Deus, que abençoa o homem, continuamente. A oração dá-nos a humildade e a sabedoria para pôr de lado opiniões egoístas e aceitar nossa verdadeira natureza como homem espiritual, perfeito e livre em um universo governado por Deus. Tal compreensão nos transforma. A Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss), Mary Baker Eddy, referindo-se ao impacto da oração sobre nossa vida, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: "A compreensão, por pouca que seja, do Todo-poder divino, destrói o medo e firma os pés na verdadeira vereda — a vereda que conduz à 'casa não feita por mãos, eterna, nos céus'." Ciência e Saúde, p. 454. Nessa vereda alcançaremos alegria, satisfação e liberdade mais profundas. Estaremos sentindo o reino de Deus em nossa vida.

A parábola também fala da semente que foi sufocada por espinhos. O ódio, o preconceito, a justificação própria, o desânimo são alguns dos espinhos que impedem a humanidade de conhecer o reino do céu. Jesus ensinou que Deus criou o homem perfeito. Precisamos pôr em prática a verdade dessa declaração e comprová-la. Para fazer isso, porém, necessitamos vigiar o que pensamos, eliminar todo pensamento contrário ao caráter de Deus e, em vez disso, sentir amor a Deus e ao homem. O ódio, a sensualidade, o fanatismo são interpretações erradas a nosso próprio respeito, ou ao de outros. Em realidade, não fazem parte do ser do homem. O Amor, Deus, cura todo erro. À medida que aceitamos o controle que o Amor exerce, vemos nossas vidas menos como campos de batalha individuais e mais como o campo fértil, progressivamente livre dos "espinhos" do ódio e da discórdia.

O homem espiritual é a verdadeira natureza crística de todos, inclusive a sua e a minha. Aceitar esse fato espiritual purifica nosso pensamento e essa pureza nos protege. Permite que o poder de Deus nos abençoe com a cura. Podemos postar-nos firmemente no poder e na influência do bem, que destrói toda assim chamada influência do mal. Ciência e Saúde afirma claramente: "Não há poder separado de Deus. A onipotência tem todo o poder, e reconhecer qualquer outro poder é desonrar a Deus." Ibid., p. 228. O mundo necessita de nossa fidelidade ao bem e de nossa convicção de que o mal é impotente. À medida que nosso próprio pensamento estiver melhor direcionado, outros sentirão sua influência curativa.

Viver essa vida crística, amar nosso próximo e nossos inimigos, ser pacificadores, expressar humildade e misericórdia, é nossa atitude diária de cristãos. Jesus trouxe para sua época uma liberdade curativa e demonstrou que o reino do céu está aqui. Podemos seguir seu exemplo. Os pensamentos e ações crísticos hão de nos ajudar e nos curar a nós, às nossas famílias e a este planeta.

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