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UMA HISTÓRIA VERDADEIRA A RESPEITO DO DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS*

Alimentando multidões — na nossa própria casa

Da edição de agosto de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Correndo para casa depois de descer do ônibus escolar, Lila chutava as folhas caídas que estavam amontoadas às margens da calçada. Ela estava entusiasmada. Faltava apenas uma semana para o Dia de Ação de Graças e, na escola, a professora havia convidado todos os alunos a participar de uma Campanha de Alimentos para dar de presente, nesse dia. Todos os que pudessem, deveriam trazer de casa um pacote com algum gênero alimentício. Os alimentos arrecadados seriam entregues a uma família da comunidade.

Após anunciar a Campanha, a professora havia lido a história dos “Peregrinos”, que foram os primeiros colonizadores na costa leste dos Estados Unidos. Esses pioneiros não estavam preparados para o inverno rigoroso daquela região, mas os índios ajudaram, trazendo-lhes milho e outros produtos da terra. A professora explicou, então, que as crianças poderiam fazer de conta que eram índios levando comida para uma família de “Peregrinos” da própria cidade.

Lila gostava de brincar de “faz-de-conta”. Aliás, é o que vinha fazendo desde que o pai dela morrera, havia alguns meses. Ela fazia de conta que o pai viria para casa na hora do jantar, ou que o encontraria esperando por ela à saída da Escola Dominical. Isso fazia com que se sentisse melhor, pelo menos por algum tempo. Embora tivesse sete irmãos, entre meninos e meninas, muitas vezes a casa lhe parecia terrivelmente vazia.

Nesse dia, porém, ela se sentia feliz ao correr para casa. O Dia de Ação de Graças, na casa dela, sempre fora uma ocasião alegre. Quando chegou na cozinha, Ricardo e Wilson já estavam contando à mamãe sobre a Campanha de Alimentos na escola. Lila disse que os alunos do segundo ano, sua classe, também iriam participar. Naquele momento, a irmã mais velha chegou em casa de volta de sua escola. Ela já era moça e estava numa escola mais adiantada. Depois de ouvir as crianças falarem a respeito da Campanha de Alimentos, Susana pediu a Lila, Ricardo e Wilson que fossem brincar em outro lugar, pois ela precisava falar com a mãe.

Lila foi para a sala de jantar, mas ficou ouvindo a conversa. Susana perguntou à mãe o que pretendia fazer. Ela sabia que só restavam algumas latas de comida na despensa e a Previdência Social só começaria a pagar a pensão de viúva dali a umas seis semanas. A voz de Susana começou a parecer irritada. A voz da mamãe, porém, continuou completamente calma. Susana disse: “É melhor você cuidar de alimentar seus próprios filhos, em vez de pensar em ajudar os pobres da vizinhança. Se você deixar as crianças levarem aquelas latas de comida para a Campanha, nós não teremos nada para o nosso Dia de Ação de Graças.” Susana saiu da cozinha bastante nervosa, mas Lila percebeu que a mãe pegou a Bíblia que estava na prateleira da cozinha e começou a ler.

Mais tarde, naquela noite, a mamãe falou a todos acerca de Cristo Jesus e de como ele havia alimentado multidões com apenas cinco pães e dois peixes. Ver Mateus 14:15–21. Primeiro ele perguntara aos discípulos o que tinham para comer, depois abençoara o alimento disponível e o entregara aos discípulos para que estes o distribuíssem à multidão. Mamãe achava que Jesus considerava importante os discípulos serem capazes de dar. Por isso, ela também achava importante que Lila, Ricardo e Wilson tivessem a oportunidade de dar. Jesus não havia sentido nenhum temor de que os discípulos viessem a passar fome, portanto ela também não ficaria preocupada por seus filhos.

Susana ainda estava com medo e Lila sabia disso. Mas Lila estava contente por poder levar alguma coisa, como as outras crianças, e poder assinar o cartão que seria dado àquela família junto com os gêneros alimentícios.

Quando chegou a hora, a mamãe ajudou cada um dos três a embrulhar uma lata de comida para a Campanha. Na escola, Lila depositou sua contribuição na cesta e ficou muito satisfeita por poder participar. Ficou imaginando se, porventura, os discípulos haviam sentido a mesma satisfação ao partilhar alimento.

Na véspera do Dia de Ação de Graças, à noite, a mamãe fez todos se sentarem à volta da grande mesa redonda da cozinha. Susana e Nancy reclamaram, dizendo que isso não era nada divertido. Elas queriam fazer tortas, assar o peru com o recheio, preparar os molhos, cantar juntos, como quando o Papai estava ali com eles. Mamãe, porém, deu uma olhada firme para as duas e elas se sentaram.

Mamãe pegou a Bíblia e um outro livro, Ciência e Saúde da Sra. Eddy. Disse então que, nesse ano, eles se preparariam para o Dia de Ação de Graças de forma um pouco diferente.

Abriu o Livrete Trimestral da Ciência Cristã na lição bíblica de Ação de Graças. Uma de cada vez, todas as crianças leram em voz alta trechos da lição (com exceção dos gêmeos que só tinham um ano e meio). Até Lila conseguiu ler um trechinho da Bíblia, com a ajuda de Linda. Depois de lida a lição, a mamãe pediu que cada um pensasse a respeito de algo pelo que se sentia grato.

Ricardo disse que se sentia grato por sua bicicleta. Mamãe disse então para eles procurarem pensar em algo que não se pudesse ver nem tocar. Lila ficou pensando, pensando. .. e lembrou-se que estivera estudando a Oração do Senhor e que iria repeti-la inteira para sua professora da Escola Dominical. Ela disse então que estava muito grata por ter aprendido a Oração do Senhor.

Aí estava algo para todos se sentirem gratos, disse a mãe. “Vamos repetir juntos a Oração do Senhor.” Logo, a mamãe e Lila e todos os irmãos e irmãs deram-se as mãos em volta da mesa e começaram a orar:

“Pai nosso
que estás nos céus,
santificado seja o Teu nome;
venha o Teu reino,
faça-se a Tua vontade,
assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia dá-nos hoje. .. .” Ver Mateus 6:9–13.

Bem na hora em que chegaram a essa parte do “pão nosso de cada dia”, a campainha soou. Antes que a mãe pudesse sequer levantar-se, todas as crianças já haviam corrido para a porta da frente. Nancy foi a primeira a chegar e quando abriu a porta lá estavam umas vinte pessoas entre pais, alunos e professores da escola primária, inclusive a professora de Lila. Todos carregavam caixas e caixas de comida. E ali estava o cartão que Lila, Ricardo e Wilson tinham assinado. Mamãe abriu um sorriso de orelha a orelha e havia lágrimas de emoção em seus olhos. É claro que convidou todos a entrar.

Mais tarde, enquanto fervia o leite para fazer chocolate quente (tudo isso tinha vindo nas caixas), mamãe chamou Susana para ajudar. Lila também foi, pois queria ver se havia alguma guloseima. Mamãe pediu a Susana que pegasse o livro Ciência e Saúde e lesse o trecho sublinhado, na página marcada com um pedaço de papel. Susana leu em voz alta: “Dar não nos empobrece no serviço de nosso Criador, e reter tampouco nos enriquece.” Ciência e Saúde 79:34–1. Mamãe explicou que, na sua opinião, a melhor maneira de servir a Deus era confiar no Seu suprimento infinito, não só para sua própria família, mas para todas as famílias. Susana abraçou-a e depois foi ajudar Lila a encontrar os biscoitos para comer com o chocolate quente.

Como mamãe tinha razão! E aquela comida recebida na véspera do Dia de Ação de Graças, durou até que veio o primeiro pagamento da pensão, seis semanas mais tarde.

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