Correndo para casa depois de descer do ônibus escolar, Lila chutava as folhas caídas que estavam amontoadas às margens da calçada. Ela estava entusiasmada. Faltava apenas uma semana para o Dia de Ação de Graças e, na escola, a professora havia convidado todos os alunos a participar de uma Campanha de Alimentos para dar de presente, nesse dia. Todos os que pudessem, deveriam trazer de casa um pacote com algum gênero alimentício. Os alimentos arrecadados seriam entregues a uma família da comunidade.
Após anunciar a Campanha, a professora havia lido a história dos “Peregrinos”, que foram os primeiros colonizadores na costa leste dos Estados Unidos. Esses pioneiros não estavam preparados para o inverno rigoroso daquela região, mas os índios ajudaram, trazendo-lhes milho e outros produtos da terra. A professora explicou, então, que as crianças poderiam fazer de conta que eram índios levando comida para uma família de “Peregrinos” da própria cidade.
Lila gostava de brincar de “faz-de-conta”. Aliás, é o que vinha fazendo desde que o pai dela morrera, havia alguns meses. Ela fazia de conta que o pai viria para casa na hora do jantar, ou que o encontraria esperando por ela à saída da Escola Dominical. Isso fazia com que se sentisse melhor, pelo menos por algum tempo. Embora tivesse sete irmãos, entre meninos e meninas, muitas vezes a casa lhe parecia terrivelmente vazia.
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