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O espírito que confere a cura

Da edição de agosto de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Em nossa vida somos testemunhas de muitas coisas. Algumas delas estão tão carregadas de lições, que se torna impossível resumi-las em poucas palavras. Quase todos concordamos que o nascimento de um filho, por exemplo, é uma dessas experiências. No meu caso, porém, a noite em que meu filho nasceu, trouxe uma inesperada lição adicional. Quando estava limpando a neve acumulada na entrada da casa, em antecipação à chegada do médico, rolei escada abaixo, vários degraus, no cimento. Graças à oração, fui rapidamente curado e essa experiência ajudou-me a compreender que nunca estamos fora do cuidado de Deus. Essa foi uma lição valiosa para um pai recém-estreado.

Lembro-me bem de um aluno da Escola Dominical que ficou gravemente ferido enquanto andava de bicicleta. Um elemento importante do processo curativo foi o estreitamento dos laços afetivos de sua família e a ternura adicional que se estabeleceu entre seus membros.

Mas nós também presenciamos ocorrências que não são tão rapidamente resolvidas e que ameaçam minar nossa fé no poder de Deus. A perspectiva da vida humana é muito ampla.

Um homem ainda jovem foi preso e colocado em isolamento. Era tão violento e mostrava tanta tendência ao suicídio, que acabou por ser colocado numa área especial. Como eu era capelão militar, pediram-me que o visitasse. Ele era rude com todos e seu desespero era evidente. Sua vida era um escombro, estava em guerra com todo o mundo e, aos olhos dele, eu estava do lado do inimigo. Eu pouco podia dizer, mas à medida que as semanas passavam, os sinais de beligerância foram diminuindo. Creio que não captei corretamente a capacidade de reforma daquele homem até seu caso ser dado por encerrado. Nesse dia, no entanto, quando me viu, disse-me o quanto significara para ele que eu não tivesse desistido. Essa experiência ajudou-me a melhor compreender um importante capítulo do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy.

O capítulo intitulado “A Prática da Ciência Cristã”, que começa com uma história do Evangelho de Lucas que ilustra a arte curativa do cristianismo, me atrai incessantemente. Cristo Jesus foi convidado a jantar em casa de um influente líder da comunidade. Durante a refeição, uma mulher, que sem sombra de dúvida não pertencia àquele meio, entra sem ser convidada e se dirige a Jesus. Segundo as aparências, aquela mulher é considerada impura. Jesus, não obstante, trata-a com compaixão, com deferência e diz ao anfitrião que aquela mulher está perdoada de muitas coisas, porque ama muito.

Eis aí um modelo para a prática da cura pela Ciência Cristã. Na verdade, esse modelo teve dois aspectos. A compaixão, a pureza, a sensibilidade espiritual do Mestre aparecem aliadas ao arrependimento, à humildade e à coragem da Madalena.

A seguinte questão é, pois, dirigida aos estudantes desta Ciência: “.. . mostram eles seu respeito para com a Verdade, ou Cristo, mediante arrependimento sincero, e com corações quebrantados, respeito esse expresso em humildade e afeição humana, assim como o fez essa mulher?” Mais adiante a Sra. Eddy afirma: “Se o Cientista tem bastante afeição cristã para conseguir seu próprio perdão e tal louvor como o que a Madalena recebeu de Jesus, então ele é bastante cristão para exercer a prática científica e tratar seus pacientes com compaixão; e o resultado corresponderá à intenção espiritual.” Ciência e Saúde, pp. 364, 365.

Há, sem dúvida, um método para a prática bem sucedida da Ciência Cristã. Esse método exige que afirmemos o todo-poder, toda-presença de Deus e o profundo fato espiritual de o homem refletir a perfeita natureza e a bondade infinita de Deus. À medida que passamos a ceder a essa realidade espiritual, também descobrimos que existe um espírito crístico que dá poder a essa afirmação. Esse espírito crístico é a força moral que habilita aquele que cura por meios espirituais, a enfrentar o erro que pretensamente domina homens e mulheres. É esse espírito de Verdade e Amor, que provém de fato de Deus, que fez do Mestre um amigo inteligente e lhe permitiu curar com eficácia os males da humanidade. O espírito da Verdade e do Amor abre as mentes e os corações para a verdade absoluta da natureza espiritual e para a união do homem com Deus.

À medida que nossa aspiração espiritual e nosso cristianismo crescem, compreendemos quão importante é a cura. Nosso amor cresce e nosso afeto por Deus e pelos nossos concidadãos expande-se. Sem comprometer os princípios vitais crísticos, esse afeto e essa sabedoria fazem brotar o grau necessário de compaixão e, até mesmo, de tolerância, para apoiar a atividade curativa e antever com humildade a eventual reforma que Deus requer de cada um de nós.

As epístolas de João no Novo Testamento imortalizaram o amor puro e a compaixão do cristianismo. O autor dessas cartas não concebia uma fé poderosa em Cristo sem a evidência de sinais inequívocos de amor crístico por parte do crente. Ele escreveu que se permanecermos fiéis aos ensinamentos do Mestre, o amor de Deus será aperfeiçoado em nós. Ver 1 João 2:5. Esse autor também sabia que a “concupiscência” do mundo e o espírito do "anticristo", podem obscurecer nossa visão e levar-nos a perder de vista tanto a Deus como o mérito de nosso próximo.

O amor a que João se refere não é, obviamente, indiscriminado ou cego. É um afeto com sabedoria suficiente para provar “os espíritos se procedem de Deus” 1 João 4:1.. É também uma disposição para fazer o que for acertado e discernir a efetiva natureza espiritual do homem. Essa motivação acelera a cura.

As palavras da Ciência vêm-nos com relativa facilidade. Mas não precisaremos orar com maior determinação, para possuir mais do espírito crístico? Esse é, por certo, um dos temas mais importantes, tanto no Novo Testamento como em Ciência e Saúde. Aprenderemos essa lição de muitas maneiras, à medida que despertarmos para a profunda necessidade de cura na vida humana — cura espiritual que revela a verdadeira natureza do homem como imagem e semelhança de Deus. Essa compreensão e visão espirituais mostram-nos não só a natureza temporária do mal, mas também a natureza eterna do homem como o perfeito filho de Deus, agora, já.

A cura na Ciência Cristã não apenas restaura a saúde ao corpo, mas também renova nossa afeição, compaixão e compreensão para com os outros. Dá-nos confiança de que a raça humana pode ser redimida e permite-nos compreender a seguinte verdade, que revela ser Deus a verdadeira Mente do homem: “A necessidade de elevar a raça é a razão de a Mente poder elevá-la; porque a Mente pode transmitir pureza, e não impureza, força e não fraqueza, saúde e não moléstia. A Verdade é um alterante que penetra o organismo inteiro, e pode torná-lo 'de todo sadio'.” Ciência e Saúde, p. 371. Essa verdade envolve nossa vida e desenvolve o espírito crístico que produz a cura.

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