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TEOLOGIA E CURA

A teologia cristã, que é mais do que um raciocinar através das conhecidas premissas humanas, começa pela vida de Cristo Jesus. Deve, necessariamente, incluir a cura, a cura do pecado e da doença que constituem, hoje, os maiores problemas do mundo. A teologia é considerada, muitas vezes, assunto para seminário, algo que ninguém pretende entender senão os especialistas no assunto. Mas na Ciência Cristã, onde todos são membros leigos e todos são iguais, a teologia é considerada de modo diferente. Espera-se que todos os membros compreendam e pratiquem a teologia da Ciência Cristã. Aliás, a compreensão dessa teologia é indispensável à prática da Ciência Cristã. Esta série de artigos examina a teologia curativa da Ciência Cristã, sua relação com as opiniões teológicas tradicionais e seu significado para nós, no mundo de hoje.

A cura: o que é que estamos tentando fazer?

Da edição de setembro de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Todos querem cura. Isso é realmente natural. É provável que não haja ninguém sobre a terra que não deseje intensamente a solução de uma espécie ou outra de problemas. Todos nós queremos que algo seja corrigido. Aliás, nesta época em que são tão numerosos e cruciais os desafios que a humanidade enfrenta individual e coletivamente, talvez a cura venha a ser nossa meta mais significativa.

Para o Cientista Cristão, a cura não pode ser separada do ato de seguir o Mestre, Cristo Jesus, que curava a doença, o pecado, a carência, a tempestade, até mesmo vencia a morte, pelo poder de Deus. Declarou, francamente, que aqueles que cressem nele, seriam capazes de fazer o mesmo. A Ciência Cristã, ou a Ciência do Cristo, ensina as leis espirituais que resultam na cura de discórdias através da esclarecida fé em Deus, pela compreensão de Sua bondade e poder e da perfeita harmonia de Seu reino espiritual, incluindo o homem à Sua imagem.

Esta revista, como as outras publicações religiosas da Igreja de Cristo, Cientista, inclui cartas narrando curas. Essas curas resultaram do maior estudo que as pessoas fizeram sobre a total bondade de Deus e a saúde e a perfeição do homem como a própria semelhança espiritual de Deus.

Mas, às vezes, mesmo aqueles que estão acostumados à cura cristã, que pensam sobre ela como um resultado natural e inevitável da genuína adoração espiritual, podem achar-se frente a uma dificuldade que não cede rapidamente pela oração. O problema talvez pareça resistir a despeito do que alguém considere ser seu maior esforço para conhecer melhor a Deus e para resistir às imposições maldosas do medo ou do sofrimento ou da tentação.

Se isso acontecer, se estivermos obstaculizados em nossos esforços para curar, talvez seja uma boa idéia parar de contender, por um momento, fazer uma pausa em nossas orações e perguntar-nos o que, realmente, estamos tentando fazer.

Se formos realmente honestos em responder essa pergunta, é provável que respondamos que estamos tentando nos livrar de algo real que não é bom.

Parece tão natural à mente humana que a doença seja algo do qual necessitamos nos livrar, que uma pessoa desagradável ou um governante despótico seja alguém que precise ser removido de nossa experiência, que condições desagradáveis ou prementes sejam algo de que queremos estar livres, que fome ou carência seja algo de que necessitamos libertar-nos e assim por diante.

Mas se nos volvemos para o Mestre, tomando-o como exemplo de como curar, verificamos uma perspectiva diferente no processo de corrigir males humanos. De acordo com as narrações do evangelho, Jesus nunca se dirigiu a um problema com uma atitude assim: "Oh! que horrível! Como vamos nos livrar disso?" Por certo, ele expulsava os males com a autoridade do poder e da presença de Deus. A base de seu raciocínio era: "está próximo o reino dos céus" Mateus 10:7., e, a partir dessa base, ajustava tudo o que aparecia em seu campo visual. Para ele, a saúde, a harmonia, a suficiência, a justiça eram a ordem natural das coisas e a falta delas não era algo, mas uma aparente ausência de algo, uma falta aparente de algum elemento da totalidade espiritual que ele sabia ser a verdadeira realidade que estava presente.

Descobrimos, pelo exemplo do Mestre, que o meio de vencer o mal é compreender que a realidade do mal é impossível, se considerarmos a totalidade de Deus, o bem. Jesus disse do diabo, ou o mal, que "quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira." João 8:44.

O que verdadeiramente se faz necessário, é livrar-se da crença de que o mal seja uma realidade tão verdadeira quanto o bem; uma mentira seja tão real como a verdade. Mary Baker Eddy define o fato claramente: "O mal nunca foi real, nem por um momento. Este grande fato relativo a todo erro traz consigo outra verdade ainda mais gloriosa, que o bem é supremo. Como não há outro fora d'Ele, e Ele é todo o bem, não pode haver o mal. Não é bastante declarar este grande pensamento. Precisamos vivê-lo até que Deus se torne o Tudo e o Único do nosso ser." Não e Sim, pp. 24–25.

A firme convicção de Jesus, de que a bondade de Deus estava sempre presente e disponível, em todas as circunstâncias, tornou perfeitamente natural para ele silenciar as evidências agressivas de doença, de comportamentos pecaminosos e de condições ameaçadoras. Sabia que Deus não era somente cem por cento bom, mas também cem por cento presente e cem por cento disposto e capaz de prover a subsistência do homem. Demonstrou que o mal era impotente diante da presença e do poder dominantes do amor e da provisão prática do bem de Deus para Seus filhos.

Seguindo o exemplo de Jesus, também nós podemos pensar em termos de demonstrar a presença e o poder de Deus, em vez de em termos de aceitar a presença de algum mal "real". Isso não é pensamento positivo, não é imaginário, nem ingênuo; é oração prática, eficaz, espiritualmente consciente, porque é adoração genuína. Crer que o mal esteja presente, é crer que o bem esteja ausente. Crer no bem ausente é crer que Deus está ausente, inteira ou parcialmente, em uma situação ou em um lugar em particular. Crer que Deus, ou qualquer aspecto de Sua bondade e de Seu amor, esteja ausente, não é, por certo, adorá-Lo como o Mestre o fez.

Superar o mal, que parece tão dominante na história humana, não é um processo intelectual, mas um processo de crescimento espiritual e demonstração cristã. Certa vez tive uma vívida e instrutiva experiência nesse sentido. Por ter mudado para outra cidade, precisei encontrar um novo escritório e, assim, aluguei o que parecia ser o local exato e instalei-me. Tudo ia bem até que um inquilino instalou-se no escritório vago ao lado. Logo descobri que não havia material isolante ou barreira de som na parede que nos separava. Eu ouvia tudo o que era dito naquele escritório, como se estivessem falando no meu.

Levei esse problema ao conhecimento do administrador do edifício. Ele me garantiu que seria prontamente resolvido, mas não fez nada. Reclamei diversas vezes e, repetidas vezes, ele me assegurou que seria colocado material isolante na parede, mas não o fez.

Para mim, o caso tornou-se ainda mais urgente, porque o novo inquilino era barulhento, propenso a usar linguagem verdadeiramente reprovável e, aparentemente, não estava interessado em manter um padrão moral elevado.

Tornou-se-me muito difícil manter um estado mental apropriado ao meu trabalho. Eu estava cada vez mais enfurecida com o inquilino vizinho e cada vez mais irritada pelo que considerei como atendimento precário por parte da direção.

Durante todos os meses em que isso se estendeu, orei sobre o caso, mas minha oração era fortemente influenciada pelo pensamento de que a solução era livrar-me, ou do inquilino contíguo, ou do incompetente administrador do edifício!

Finalmente, vi-me tão transtornada com a situação, que pedi ajuda a uma praticista da Ciência Cristã para elevar meu pensamento através da oração. Calmamente, ela ouviu minha descrição do problema e depois disse que meu sentimento de autojustificação estava estorvando a cura.

Não era exatamente o que eu esperava, mas esforcei-me para reconsiderar minha posição. Quando volvi meus pensamentos a Deus, orando por humildade para compreender o que Ele me dizia, a resposta veio claramente: ao insistir na presença de algo desagradável na sala ao lado e ao insistir na ausência de direção idônea no edifício, eu estava, em realidade, negando a eterna presença de Deus. Repreendida por essa compreensão, orei pelo perdão de Deus por acreditar que qualquer de Suas sagradas qualidades estivessem, alguma vez, ausentes desse ou de qualquer lugar e reconheci, sinceramente, a eterna presença de Sua bondade e de Sua graça.

Dentro de minutos após essa mudança em meu pensamento sobre o problema, um amigo, de um escritório próximo, veio me oferecer uma solução em que eu não havia pensado, procurar ajuda no departamento de manutenção do edifício, em vez de ir ao escritório da empresa administradora. O funcionário da manutenção que me atendeu mostrou, em medida plena, todas as qualidades que, a meu ver, estavam perdidas há muito tempo: integridade, consideração sincera, prestimosidade. Duas semanas mais tarde, o serviço necessário estava pronto.

Enquanto acreditarmos na presença verdadeira e na realidade de algum mal, estaremos acreditando na ausência de Deus, o bem. Isso não é seguir o exemplo de Cristo Jesus, que demonstrou a presença de Deus em toda parte. Quando tentados a focalizar um mal de que precisamos nos livrar, podemos orar, com toda a humildade, para ver, em substituição, a presença de Deus, as qualidades de Sua bondade, justamente ali onde o mal parece estar, em vez de crer que o mal seja a realidade.

Isso não é mero pensamento positivo, é oração que cura. Reconhecer e admitir a presença do bem espiritual é submeter-se à verdade do ser e essa submissão traz a cura. O que admitimos ser verdadeiro, determina em grande parte nossas experiências. Como a Sra. Eddy escreve: "Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos." Ciência e Saúde, p. 261.

O que estamos tentando curar? Não estamos tentando nos livrar de algo "verdadeiro" chamado mal. Estamos tentando seguir o exemplo do Mestre vendo a Deus, o bem, como presença eterna, em tudo suficiente, para assim demonstrar a irrealidade do mal. Estamos vendo o reino do céu próximo, a presença da bondade de Deus e, conseqüentemente, a impossibilidade do mal ser real ou estar presente. Estamos compreendendo a supremacia e a totalidade do bem como único fator determinante na vida do homem e essa é, realmente, a oração que cura.

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