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Só um lembrete: Não te esqueças de que és amado

Da edição de setembro de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Embora a frase "Deus te ama" tenha se tornado quase lugar comum, isso não significa que deixe de expressar a verdade. É um fato que todos nós necessitamos conhecer e sentir.

Como posso saber que Deus te ama? Tenho a certeza de que são inúmeras as formas que nos permitem entender o amor de Deus para conosco. Descobri, porém, que há algumas particularmente reconfortantes e auxiliadoras.

Lemos no Novo Testamento que "Deus é amor" 1 João 4:8.. De fato, o Novo Testamento está todo ele repleto de mensagens do amor de Deus pelo homem. Sendo Deus Amor e sendo Tudo, Ele não pode ser menos do que todo-amoroso nem deixa de amar constantemente. E o que é que Deus ama? A Sua própria totalidade, inclusive Sua criação, que Ele sabe constituir-se em algo "muito bom" Gênesis 1:31., sendo inteiramente perfeita e perfeitamente digna de ser amada.

Tu és o filho de Deus, pois em verdade tu és o Seu rebento espiritual, aquele que nasce do Espírito. Na qualidade de filho de Deus, tu recebes o infalível e terno cuidado do teu divino Pai-Mãe. Como filho de Deus, a própria idéia da Mente divina, és conhecido de forma precisa e específica. E como esses fatos são verdadeiros, podes viver essas verdades de várias formas, sendo todas elas tangíveis, acalentadoras e claramente compreensíveis.

O apóstolo Paulo, que enfrentou várias vezes a morte e o perigo, escreveu: "Estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." Romanos 8:38, 39. Nada nos pode separar do amor de Deus, pois, tendo em vista que somos a sua expressão, somos um com Ele.

Cristo Jesus ensinou e provou essa união com o Amor divino. Falou do sempre presente cuidado de nosso Pai e realizou poderosos atos de cura que, por certo, eram expressão de Amor. Demonstrou que em realidade o homem expressa o amor de Deus.

Outra maneira de conhecer o amor de Deus é mediante o amor que outros expressam a ti. Por vezes até parece que ninguém se importa contigo, te compreende ou sequer pensa em ti. Mas esse é um conceito errado das coisas, passível de correção mediante a oração e o raciocínio espiritual.

Quando te deres conta de que o Amor é infinito, verás que a expressão do Amor também deve ser infinita. Realmente todos nós, em nossa identidade espiritual verdadeira, somos a expressão individual do Amor infinito. Ao começarmos a entender esse fato, ele se torna evidente em nosso viver diário, sentimos mais amor em nossos corações e vemos maiores provas da presença de Deus. Também, sentes mais do Amor de Deus por ti, especificamente, de uma terceira forma, isto é, tendo amor por ti mesmo Para muitas pessoas essa é a forma mais difícil de amar, até mesmo mais difícil do que sentir-se amado pelos outros.

Durante muito tempo, toda vez que eu lia ou ouvia o mandamento de Cristo Jesus: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo", Mateus 22:39. pensava: "Que trapaça para com os meus vizinhos. Sou capaz de amá-los mais do que isso." Fui muitas vezes tentado (e, talvez, outros também tenham sido tentados) a pensar que sei que Deus ama qualquer uma das outras pessoas, mas que é difícil sentir que sou merecedor do amor de Deus.

É irônico apercebermo-nos de que se os outros sentem da mesma forma, lhes pareceria óbvio que Deus me ama, mesmo não tendo eles a certeza de que Deus os ama! Isso mostra a forma como o pensamento age: é capaz de sugerir a cada um de nós que vivemos separados de Deus e de Sua criação, ou que não somos amados e não somos merecedores do amor. Sentimo-nos, às vezes, tão conscientes dos nossos erros e fracassos, que achamos não merecer o amor de Deus ou que não podemos amar a nós próprios.

Contudo, afinal apercebi-me, através do estudo da Ciência Cristã, que é possível começarmos a corrigir essas sugestões e passar a amarmo-nos a nós próprios. Temos de amar nossa verdadeira identidade, nossa verdadeira e única natureza, na qualidade de expressão perfeita de Deus.

Se nos consideramos seres humanos muito imperfeitos e à margem da bondade que ansiamos por expressar, não constitui surpresa o fato de acharmos difícil amar a nós próprios. No entanto, podemos "lutar" armados da verdade espiritual acerca da bondade do homem e nos empenharmos, de fato, por compreendê-la como sendo a verdade sobre a criação de Deus. Então conseguiremos como sendo a nós mesmos.

Há uma história na Bíblia que nos fala de um homem que aprendeu a sentir o amor de Deus por meio desse processo, através de um acontecimento que envolveu seu próprio irmão. Ver Gênesis, caps. 27, 29, 31–33. Quando o pai deles estava velho e cego, Jacó induziu a dar-lhe a bênção que, por direito, deveria ser concedida ao irmão Esaú. A seguir, Jacó fugiu e só regressou passados muitos anos. Então enviou mensageiros a Esaú, avisando-o de que estava de volta, mas assustou-se muito quando soube que o irmão vinha ao seu encontro acompanhado por quatrocentos homens. Ele estava convencido de que Esaú pretendia vingar-se dele.

Durante toda a noite, Jacó "lutou" contra seu próprio conceito material e limitado de vida e contra uma forte noção de seus próprios fracassos. Jacó tinha necessidade de superar sua história material de duplicidade e alçar-se ao reconhecimento de si próprio como sendo verdadeiramente espiritual e bom. Não quis deixar escapar esse ideal mais elevado, até sentir-se transformado num homem melhor. Aí foi abençoado com o perdão e o amor de Deus.

Quando, no dia seguinte, ambos os irmãos se aproximaram um do outro, Esaú correu e abraçou Jacó. Sentindo seu amor misericordioso, Jacó disse: "Vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus; e te agradaste de mim." Gênesis 33:10. E Jacó, arrependido e emendado, pôde amar-se a si próprio o suficiente para ficar em paz e conhecer e sentir o amor de Deus através do amor de seu irmão.

É impossível evitar de amar a expressão de Deus. À medida que nos vemos dessa maneira, acalentando nossa verdadeira identidade e tentando seriamente demonstrá-la, ganhamos a paz que advém da "luta", até sermos transformados para melhor. Aí poderemos nós também conhecer a bênção que é sentir amor a Deus e à humanidade.

Pode parecer simplista, mas merece que se pense mais seriamente sobre isso. Não é, afinal, a bênção de sermos firme e eternamente amados, algo que todos nós desejamos? A vida pode parecer triste quando não nos sentimos queridos, quando não conseguimos pensar numa única pessoa a quem pudéssemos pedir um abraço ou com quem conversar intimamente. Mas quando nos sentimos amados, experimentamos segurança, paz, ausência de medo. Sentimo-nos mansos, calmos, embora exuberantes e satisfeitos.

A Sra. Eddy, autora do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, escreve num dos seus artigos: "Que grande é a herança que nos é dada mediante a compreensão do Amor onipresente! Mais não podemos pedir; mais não podemos desejar; mais não podemos ter. Essa doce certeza é o 'Acalma-te, emudece' para todo o temor humano, para todo tipo de sofrimento." Miscellaneous Writings, p. 307. Oh! compreendermos nosso verdadeiro ser como o amado do Amor, não é apenas reconfortante, mas também vital para o reconhecimento de nossa união com o Amor. Essa compreensão capacita-nos não só a nos sentirmos amados, como também a ajudar outros a se sentirem amados. E isso ajuda-nos a curar.

Quando alguns dos alunos da Sra. Eddy levantaram uma questão relacionada com a forma de curar instantaneamente, ela afirmou: "Digo-vos uma forma de o conseguir. É amando. Basta viver o amor — sê-lo; amar, amar, amar. Não conheçais coisa alguma a não ser o Amor. Sede todo-amorosos. Não há outro meio. É assim que se realiza o trabalho, que curará tudo, fará levantar os mortos. Sede somente amor." Citado em We Knew Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979), p. 134.

Deus te ama. Reconhece que Ele te ama. E ama-te a ti mesmo, por aquilo que tu és em verdade. Toma esse amor e o vivencia, amor — e cura.

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