Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Há um lugar para todos

Da edição de dezembro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando Assistimos Aos noticiários da televisão, vemos os rostinhos de crianças demasiado jovens para saberem o que está acontecendo e os olhares de adultos que parecem sabê lo até demais.

São os inúmeros sem-tetos de nossa época, gente ansiosa para ter um lugar onde ficar.

Contingentes de fugitivos de zonas assoladas pela guerra ou por perseguições religiosas e raciais. Alguns foram expulsos de territórios ocupados por outros povos que não querem reparti-los. Os miseráveis entre os pobres estão desabrigados nas cidades do mundo ocidental industrializado e no subdesenvolvido terceiro mundo. Em alguns casos, mais de uma geração sucedeu a outra morando em favelas, bairros de lata ou em campos de refugiados, por não terem sido resolvidas as circunstâncias complexas que originaram tal situação.

Nesta época natalina, mais do que em outras ocasiões, dá-se ênfase ao ideal de que todas as pessoas podem aprender a conviver como iguais, em harmonia e fraternidade. Para que esse ideal se torne uma realidade prática no mundo, é indispensável entender que os acontecimentos celebrados no Natal estão longe de ser uma popular lenda religiosa ou uma romântica história de fadas. A história é verídica e expressa o equivalente a muitos volumes de ensinamentos sobre a capacidade do poder espiritual de atuar sobre prementes necessidades humanas e libertar as pessoas que aspiram a uma vida nova.

Ao compreendermos melhor as condições políticas e sociais dos tempos bíblicos, a história do Natal já não nos parecerá estereotipada e meramente sentimental. Maria e José viviam sob a humilhante ocutemporário, militar de autoridades estrangeiras. Numa espécie de êxodo temporário, decretado pelo imperador romano, não restava ao casal alternativa alguma, senão viajar até Belém, como parte de um recenseamento forçado.

Depois que o menino Jesus nasceu, em Belém, José atendeu ao aviso divino de que fugisse dali com Maria e a criança. O rei Herodes, títere de Roma, planejava o massacre sistemático de todos os recém-nascidos do sexo masculino porque, de acordo com sua visão distorcida, isso eliminaria ameaças a seu trono. Pela orientação divina, a jovem família conseguiu, no entanto, chegar a salvo no Egito e ali permaneceu em paz até poder voltar ao lar, com segurança.

Os notáveis acontecimentos ligados ao aparecimento terreno de Jesus e ao seu ministério de cura, ilustram fartamente como o poder espiritual pode sobrepor-se às duras circunstâncias que ameaçam os que, a princípio, parecem vítimas indefesas e peças desprezíveis no quadro dos acontecimentos. Quando se compreende o cristianismo, conclui-se que o homem criado por Deus não é peça indefesa num jogo de circunstâncias que lhe fogem ao controle. Cristo Jesus disse a seus discípulos: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano.”

Se não contássemos com o exemplo vívido de Jesus quanto ao que isso significa, seríamos incapazes de perceber que o fato de sermos filhos de Deus, como Jesus disse que somos, tem um significado prático tremendo. Não apreenderíamos o poder inato que essa compreensão nos outorga, mesmo em face de maldades e monstruosidades. Munidos, porém, do exemplo vivo do Mestre, discernimos que Deus é infinitamente mais do que é dito pelos conceitos materiais e estreitos dos mortais. Quando a pessoa começa a perceber que Deus é Amor divino, onipotente, onipresente e que o homem, como semelhança espiritual de Deus, jamais pode ser verdadeiramente separado ou deserdado do Amor divino, ocorre uma agitação espiritual no pensamento. Disso podem, por sua vez, brotar possibilidades para o bem antes não imaginadas.

Um amigo meu foi um dos inúmeros refugiados do fim da segunda guerra mundial, quando em muitas regiões da Europa reinavam confusão e sofrimento. Havia perdido os pais e encontrava-se atemorizado e sozinho. Quase sucumbiu ao desespero e não sabia como seguir vivendo. Procurava a Deus, disse, mas não conseguia encontrá-Lo.

Alguns conhecidos o convidaram a assistir a uma aula da Escola Dominical da Ciência Cristã. Ali, pela primeira vez, ouviu a explicação de que Deus é Pai-Mãe amoroso. Essa noção de pertencer a um pai e mãe cujo amor é eterno, tocou-o profundamente. Começou uma modificação que, primeiramente, se evidenciou em esperança e, depois, numa série de mudanças contínuas e notáveis na vida dele. O jovem ingressou num círculo familiar que o apoiava constantemente. Teve excelentes oportunidades de estudo e os meios necessários para financiá-lo.

Quando adulto, dedicou-se à prática pública da cura pela Ciência Cristã e tem ajudado a muitas pessoas, usufruindo da proteção divina, a salvo de perigos pessoais e políticos. Para ele, a Bíblia não contém banalidades inúteis, mas sim, vivas promessas de conforto e cura.

Cada um de nós, em sua identidade real, pertence a Deus. Por isso, na realidade espiritual não pode haver nada que nos impeça de, como filhos de Deus, receber tudo o que há de bom no Seu reino. De acordo com Jesus, o reino de Deus está ao nosso alcance e é possível experimentarmos Seu cuidado e amor da forma que atende a nossas necessidades terrenas. As bênçãos celestiais de Deus não estão reservadas para um lugar ou uma época remotos e desconhecidos. A Ciência Cristã ensina que Deus, a Verdade divina, é real e é possível comprovar que a realidade do poder da Verdade supera o que parecem ser invencíveis “realidades” econômicas, políticas ou físicas.

Todos os que sentem essa necessidade podem despertar para a realidade espiritual tão almejada. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A encarnação da Verdade, aquela amplificação de maravilha e de glória, que os anjos apenas podiam sussurrar e que Deus ilustrou pela luz e pela harmonia, está em consonância com o Amor sempre presente. Os assim chamados mistérios e milagres, que cooperam para o objetivo do bem natural, explicam-se por aquele Amor a cujo aconchego aspiram os que estão cansados, quando necessitam de algo mais chegado aos seus anseios imortais do que a história do mal perpétuo.”

Nesta época do ano, como em todas as épocas, nossas orações cooperam para apoiar todas as criaturas que procuram a dignidade, a paz e o progresso que lhes pertencem por dádiva divina.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / dezembro de 1991

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.