Obrigada, Dona Marta, onde quer que esteja.
Dona Marta foi minha professora da Escola Dominical. Ela gostava de mandar-nos procurar promessas de Deus nas lições bíblicas semanais da Ciência Cristã, que constam do Livrete Trimestral da Ciência Cristã. A seguir, fazia-nos decorá-las. “Vocês vão precisar delas”, dizia ela a toda hora. “Haverá muitas ocasiões em que vocês estarão em dificuldade” (uma palavra favorita dela que significa aperto). “Mas vocês terão as promessas de Deus às quais se agarrarem, se as decorarem agora.” Ela dizia isso quase todos os domingos.
Ela era exigente. Quero dizer, se não tivéssemos feito os deveres antes da Escola Dominical, ela fazia-nos procurar uma das promessas que Deus nos faz, durante a aula, e decorá-la ali mesmo. E depois tínhamos de repeti-la três vezes, antes de deixar a Escola Dominical. Por isso procurávamos trechos curtos, fáceis de decorar.
Todos os domingos, Dona Marta nos perguntava se durante a semana tínhamos necessitado e usado alguma das promessas de Deus que havíamos aprendido. Quando era esse o caso, contávamos como é que tinha sido. Como daquela vez em que me perdi, quando fui visitar minha tia. Eu não conseguia encontrar o caminho de volta à sua casa, porque todas as casas me pareciam iguais. Tive vontade de chorar, mas em vez disso lembrei-me desta promessa da Bíblia: “Eu ... Deus, te tomo pela tua mão direita, e te digo: Não temas, que eu te ajudo.”
A princípio, eram só umas quantas palavras, mas depois lembrei-me do que Dona Marta nos dissera: vamos lembrar as promessas de Deus, quando as necessitamos, onder quer que estejamos. Por isso pensei bem naquilo que Ele prometia, até que bem depressa senti o amor de Deus. Senti-me tão protegida como quando minha mãe me levava pela mão, quando eu era bem pequena. Parei de sentir medo.
Então alguma coisa me disse para dar meia volta e seguir na direção contrária. Eu não sabia por que, mas foi o que fiz, e logo a seguir vi a vizinha da minha tia varrendo a varanda, e assim descobri que a casa a seguir era a da minha tia.
Quando contei isso à Dona Marta, ela disse que tinha sido Deus quem me dissera para dar meia volta e seguir na outra direção. Eu ouvira Sua voz porque escutara Sua promessa.
Agora já sou grande. Passaram-se anos desde que tive de procurar as promessas de Deus na Bíblia. Mas sabem de uma coisa? Ainda hoje as procuro, quando estudo a lição bíblica diária. E sempre sorrio, quando descubro uma das que aprendi na aula de Dona Marta (quase todas as semanas). Até me lembro do que estava a fazer, enquanto as decorava: como repeti-las, enquanto saltava à corda ou ia para a escola, e depois pensava muitas vezes nelas (porque ela esperava que também as soubéssemos usar).
Se eu soubesse onde encontrar Dona Marta agora, eu lhe agradeceria pessoalmente por me ter obrigado a decorar esses versículos bíblicos. Eis o que eu lhe diria:
“Obrigada, Dona Marta, por me ter ensinado! Se eu lhe dissesse quantas vezes a lembrança desses versículos me ajudou, esta carta encheria uma centena de Arautos.
“Nunca deixamos de necessitar daquilo que Deus nos prometeu. Eu aprendi isso. Aquela de Deus nos segurar pela mão, ajudou-me inúmeras vezes. Por exemplo, quando fui para a faculdade noutra cidade e, de início, me senti perdida. Ou quando me formei e tive de procurar um emprego ou quando me casei e nos mudamos para longe.
“E mais uma coisa, Dona Marta, agora sou professora da Escola Dominical. E adivinhe qual é o dever que dou à minha classe, todas as semanas ...”
Ensina a criança
no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho
não se desviará dele.
Provérbios 22:6
