Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Todo o bem para todas as nações

Da edição de dezembro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Há Uma Canção brasileira cujo refrão diz assim: "Eu moro num país tropical, / abençoado por Deus / e bonito por natureza." Na época em que essa canção fazia sucesso, as pessoas de nossa geração achavam que era um grande privilégio morar em um país tropical, como o nosso. Bom clima, riquezas naturais, um povo amável, todas essas coisas eram consideradas grandes vantagens.

Anos mais tarde, porém, com mais liberdade na imprensa e maior consciência dos problemas do país, surgiu uma tendência em contrário. Os países tropicais em geral se tornaram sinônimos de subdesenvolvimento, miséria, desgoverno e doenças endêmicas. Afinal, parecia mesmo que muitos países tropicais compartilhavam dessa mesma carga.

Para mim e para muitos outros, esses problemas levantaram uma questão importante. É possível que o bem em si venha de Deus para a humanidade de forma dividida, ou seja, um hemisfério em vantagem sobre o outro, uma região ou um estado mais favorecido do que outro, uma quantidade maior de bem lá em cima, uma quantidade menor aqui em baixo (ou vice-versa)?

Ao procurar na Bíblia uma compreensão melhor de Deus, vi que nos tempos bíblicos os povos antigos acreditavam em deidades nacionais. Cada nação tinha diferentes deuses que eram considerados mais fortes ou mais capazes do que os ídolos da outra nação, até que os fatos provassem o contrário. Não usamos muitas vezes o mesmo raciocínio, mesmo na atualidade? Supõe-se que algumas nações tenham mais forças trabalhando a seu favor, sejam elas armas, tecnologia, moeda forte, ideologias e assim por diante, enquanto outras nações têm de se contentar com menos. Como se o único Deus, universal, não conseguisse alcançar todos os povos.

Cristo Jesus ensinou a respeito de um Deus totalmente bom, dando o bem a todos igualmente. Curando os doentes, ressuscitando os mortos, alimentando as multidões, ele demonstrou que a lei de Deus e Seu alcance se estendem a todos. Ensinando seus discípulos a curar como ele o fazia, o Mestre deixou claro que ele não deveria ser o único capaz de conhecer e demonstrar a bondade de Deus e Seu Amor sempre-presente. De acordo com o Evangelho de João, ele prometeu: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará." Seguindo o exemplo de Jesus, nós também podemos usufruir da generosidade e amor infinito de Deus.

Quando Mary Baker Eddy descobriu a Ciência Cristã
Christian Science (Kris´tiann sai´ennss), ela trouxe à luz o fato de que as obras de Jesus se baseavam numa lei espiritual, imutável, estabelecida por um Deus universal que é Princípio infinito, Amor divino. A Fundadora desta religião viu que essa lei podia ser entendida e que nós podíamos harmonizar nossa vida com a lei de Deus. Desse modo, poderíamos ter em nossa experiência tudo o que é verdadeiramente bom, inclusive a cura, a transformação espiritual e a graça de Deus que atende a todas as necessidades humanas. Em Rudimentos da Ciência Divina, ela define sua descoberta, a Ciência Cristã, "Como sendo a lei de Deus, a lei do bem, que interpreta e demonstra o Princípio divino e a regra da harmonia universal." Ela também escreve no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: "O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas. É a fonte aberta que clama: 'Ah! todos vós os que tendes sede, vinde às águas' ".

O que dizer, então, dos graves problemas que parecem desafiar os esforços das assim chamadas nações subdesenvolvidas (e também as desenvolvidas, por sinal)? O que é que pode ser feito?

A Ciência Cristã mostra que a lei de Deus, o bem, está à disposição, em todos os lugares, com a mesma força e o mesmo vigor dos tempos de Jesus. Deus está inteiramente presente em toda e qualquer parte do globo e do universo, com a mesma quantidade de amor e de bem. É ele mesmo que aplica Sua lei do bem, emanando beleza, inteligência e suprimento para todos. À medida que compreendemos essa verdade, que a mantemos em mente e vivemos de acordo com ela em nossas relações com o próximo, conseguimos ver os sinais da presença de Deus, onde quer que estejamos. Não foi exatamente isso que Jesus fez? E as provas de cura e regeneração foram abundantes entre as pessoas, mostrando que o poder e a bondade de Deus estão sempre presentes na vida de cada um. Isso nós também podemos fazer hoje.

Há poucos anos tive uma experiência que me ensinou um bocado a esse respeito. Nossa família estava visitando o nordeste e norte do Brasil, que inclui a Amazônia. Sempre moramos no sul e tínhamos ouvido falar da beleza natural daquelas regiões. O que vimos, no entanto, excedeu em muito tudo o que eu imaginara. De um lado, brancas dunas brilhando ao sol, costejando um mar de esmeralda, enquanto do outro viam-se lagoas azuis cercadas por quilômetros de coqueiros. Pequenas enseadas ostentavam lindas praias à sombra de palmeiras de todos os tamanhos e com todos os matizes de verde. Em alguns lugares, a areia das dunas, qual paleta de um artista, chegava a ter uma dúzia de cores diferentes. Era realmente um paraíso! Todavia, ao contemplar maravilhada aquele cenário, um pensamento incômodo sempre me voltava à mente: "Que pena que as pessoas estão estragando estes lugares!" Parecia que, a fim de vencer a pobreza e ganhar a vida, a beleza daquela paisagem tropical tinha de ser destruída.

Então comecei a compreender que a beleza que eu via refletida naqueles lugares era, em realidade, um sinal da presença de Deus e de Sua criação espiritual. Entendi que, se tal beleza apontava para Deus e Sua bondade, então teria de vir acompanhada por uma inteligência irrestrita, espiritual, que não podia ser destruidora, mas sim vitalizante e voltada para a preservação da vida. Entendi que tal beleza e inteligência sustentariam a vida e também conduziriam as pessoas a um nível de vida melhor e não à desintegração social e ambiental. Senti que eu podia, em vista de tal verdade espiritual, confiar no fato de que Deus, o Princípio divino, está presente por inteiro na vida do homem. Eu podia ficar confiante de que todas as Suas qualidades, inclusive a beleza, são imortais, como Ele é imortal.

Essa compreensão de Deus me proporcionou apoio e cura, alguns dias depois. Uma enfermidade tropical, que incluía febre e disenteria, atacoume. Em certo momento, estava quase delirando. A oração que fazia por mim mesma, contudo, não foi em vão, embora eu parecesse estar bem mal. Ao me esforçar para manter meu pensamento voltado para Deus, lembrei-me outra vez de que Deus estava completamente presente, por inteiro, independentemente do testemunho dos sentidos. Para mim, a vitalidade da floresta tropical, o vigor daquelas árvores gigantescas, as belas cores dos pássaros da região, tornaram-se símbolos indicando a presença de Deus, a Vida divina. Assim como antes compreendera que a beleza e a inteligência não poderiam ser separadas, porque são qualidades de Deus, compreendia agora que a saúde não poderia estar ausente da vida do homem. A beleza e o vigor que eu podia ver na floresta tropical apontavam-me um fato espiritual mais profundo, ou seja, que a doença não coexiste com o homem. Com essa compreensão da unidade e bondade da Vida, dormi em paz; todos os sintomas foram cedendo e não me incomodaram mais. Eu estava completamente bem no dia subseqüente.

O que aprendi nessa experiência tem me acompanhado. Compreender a universalidade de todas as qualidades provenientes de Deus é oração eficaz, que atua para purificar a atmosfera do pensamento mortal com seu argumento de que certos problemas são inevitáveis em certos lugares. Durante aquela viagem, minha oração se expandiu e todas as vezes que apareciam sinais de destruição e desflorestamento, compreendia em oração que as qualidades de Deus não podem ser destruídas. Sabia que essa verdade é uma lei espiritual. Também sabia que se perseverasse em tal oração, estaria ajudando a humanidade a encontrar soluções para esses problemas.

Relatórios recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, baseados em fotografias tiradas por satélite, mostraram que o desmatamento da Amazônia em 1990 foi 27% menor do que no ano precedente. Para mim, isso significa que esses problemas podem ser sanados e há boa razão para nós orarmos, assim como há certamente necessidade de nossas orações. Não temos de aceitar o subdesenvolvimento e o desgoverno como se fossem inevitáveis para alguns povos e nações. Podemos orar para ver que todos as qualidades espirituais que pertencem a Deus são evidentes em todos os lugares, através de Sua "regra da harmonia universal," e todas as nações têm um único e o mesmo Deus imparcial, que dá todo o bem a todas as nações.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / dezembro de 1991

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.