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Paz na terra? Pratique o bem-querer!

Da edição de dezembro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Paz Na Terra parece ser a maior necessidade no mundo de hoje. Não há pessoa, família, organização ou nação que não esteja clamando por paz. A razão de não termos essa paz talvez seja que não estamos cumprindo a condição, ou exigência, que a acompanha.

Ao estudar as obras de Cristo Jesus, é fácil verificar que às vezes ele colocava exigências em seus ensinamentos e ações. Por exemplo, quando curava alguém, dizia: "Estende a tua mão." "Vem para o meio." "Levanta-te, toma o teu leito e anda." Nas suas pregações, Jesus também fez exigências, especialmente em seu magnífico Sermão do Monte. Lembra-se de quando afirmou: "Amai os vossos inimigos ...; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste"? E também: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia."

Tendo isso em mente, podemos examinar o que o Mestre exigia e perguntar-nos o que seus ensinamentos requerem hoje de cada um de nós. Temos de atender a esses requisitos a fim de obter a paz da qual falaram os anjos, quando anunciaram o nascimento de Jesus: "Paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem." Querer bem, quão importante é isso! Em verdade, não haverá paz na terra enquanto não nos quisermos bem. Os dicionários definem bem-querer como "amabilidade, sentimento de bondade, benevolência, cordialidade, boa-vontade." Essas são as condições para chegarmos a um senso de paz celestial.

Felizmente, não temos de esperar até que o mundo mude para demonstrarmos essa paz na terra. Podemos começar agora mesmo a praticá-la, a demonstrá-la. E, que época melhor do que o Natal para começar?! Não é em torno disso que gira o Natal? Querer bem a todas as pessoas, em todo lugar? Não estamos apenas celebrando o aniversário de um homem muito especial. Celebramos a missão e o propósito de Jesus, quais sejam, revelar Deus ao homem, um Deus que é Amor. Esse Amor é divino, é o próprio Deus, não é humano. Por ser universal, não exclui ninguém; não diz: "Eu te amarei se fores bom ou te conformares com o que eu acho bom." O Amor afirma: "Eu te amo porque és Meu filho querido e eu te vejo como te criei: perfeito, impecável, íntegro, amável, puro e bom."

Na época do Natal, o lado bom da natureza humana parece vir à tona; no entanto, aparecem também vários aspectos ruins: avidez, falso brilho, desperdício e gasto exagerado. Talvez surja algum atrito quando os familiares mais idosos comentam que se gasta demais em trivialidades. Alguns jovens talvez se mostrem enfastiados, outros talvez se sintam sós e rejeitados. Muitas pessoas se aborrecem por não poder comprar todas as coisas que parecem fazer parte do Natal. Tais atitudes nos induzem enganosamente a rejeitar o Natal e esquecer seu verdadeiro propósito de "paz na terra."

Esse senso de rejeição toma a forma de personalidades ou circunstâncias humanas que nos roubam a paz. Mas, pode haver algo que realmente roube nossa paz? A única coisa capaz disso e, ainda assim, só temporariamente, é o pensamento egocêntrico.

Jesus foi chamado Príncipe da Paz. Ora, um príncipe é o filho de um rei e como Jesus é o filho de Deus, então Deus tem de ser o Rei da Paz. Esse Deus maravilhoso só conhece a paz. É totalmente bom, manda apenas o bem e abençoa toda a Sua criação.

Como descendentes de Deus, nós vivemos nesse reino e tal fato é demonstrado em nossa vida quando incluímos a todos no mesmo espírito de amor que Cristo Jesus demonstrou tão perfeitamente. Isso nem sempre é fácil quando sentimos ter sido tratados injustamente ou vemos que outras pessoas foram prejudicadas ou atingidas. Com isso, justificamos nossa raiva, frustração e indignação. Tal estado mental rouba a paz de todos, não só a minha ou a sua, mas a de qualquer pessoa de nosso círculo imediato de relações. Levantemo-nos contra os danos que o pensamento egocêntrico, ou ódio, está fazendo não somente a nós, mas ao mundo.

Não é isso que a Ciência Cristã ensina? O livro da Sra. Eddy, Ciência e Saúde, é deveras uma chave maravilhosa para as Escrituras. A autora não só as abre para nós, como também salienta, capítulo após capítulo, que precisamos estar à altura das obrigações delineadas na Bíblia a fim de podermos demonstrar ou provar Emanuel, o "Deus conosco." A própria vida da autora ressalta seu compromisso com a paz e as recompensas dele advindas. Em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, ela escreve: "Durante muitos anos orei e trabalhei para a consumação da 'paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.' "

O primeiro Natal que passei como estudante da Ciência Cristã, há mais de trinta anos, ensinou-me um pouco sobre a maravilha e a natureza muito especial do Natal.

Uma amiga havia me emprestado alguns números do Christian Science Sentinel, que eu li com muito amor e profunda gratidão pela calorosa mensagem de cada artigo. Pouco tempo depois, solicitei a ajuda de uma praticista da Ciência Cristã para minha mãe, a quem o médico havia dado apenas três dias de vida. Ela teve uma cura maravilhosa e completa e, a partir daí, comecei a freqüentar a igreja e a estudar os escritos da Sra. Eddy. Não me foi fácil. Havia muitos problemas em minha vida. Eu era jovem e não tinha qualificações para trabalhar, mas tinha de sustentar minha mãe e nossa casa. Meu pai falecera havia pouco; éramos muito pobres e vivíamos da assistência social. Eu almejava ter roupas bonitas e fazer as coisas que meus amigos faziam, mas isso parecia simplesmente impossível.

A amável praticista visitava-me freqüentemente e lembro-me de argumentar com ela que, se as circunstâncias mudassem, eu poderia mudar meu pensamento. Ela sempre insistia que deveria ser o inverso: se eu mudasse meu modo de pensar, as circunstâncias mudariam. De minha parte, não conseguia ver nenhuma lógica nesse raciocínio.

A véspera de Natal chegou e eu nem sequer tinha dinheiro para nossa ceia natalina. Tentava sentir confiança em que Deus proveria por nós, mas minha compreensão acerca dEle era muito limitada, naquela época. Contudo, uma vizinha veio ver-me e pediu que eu fizesse alguns vestidinhos para as bonecas de suas filhinhas. Ela prometeu pagar pelo serviço. Fiquei contente com isso e me senti grata.

Minha mãe quis ajudar-me e pedi-lhe então que fosse comprar alguns enfeites para as roupinhas. Quando retornou, disse que a loja que eu recomendara não tinha os enfeites. Então ela fora à loja mais cara da cidade e gastara todo o nosso dinheiro em passamanaria fina demais para pôr em bonecas. Transtornada, arranquei-lhe das mãos o pacote e corri para chegar ao centro antes que as lojas fechassem.

O ônibus estava lotado de pessoas carregando suas compras. Todos se desejavam "Feliz Natal", mas eu estava sentada ali, com lágrimas correndo pelas faces, sentindo-me indignada, frustrada, abandonada e só.

Quando desci do ônibus, ouvi canções de Natal e, ao olhar para o prédio da Prefeitura, vi em letreiro iluminado as palavras: "Paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem." Perguntei-me: "Será que meus pensamentos são de paz e bem-querer para com os homens?" Tive de admitir que não! Estavam tão cheios de ira e comiseração própria, que não sobrava espaço para querer bem aos outros.

Imediatamente, comecei a orar a respeito de minha irritação para com minha mãe. Senti, de repente, tanta compaixão e amor por ela, que não mais me importava se na loja iriam ou não trocar os enfeites ou devolver o dinheiro. Foi quando cheguei à loja. Relatei à vendedora o que acontecera e ela me disse que sentia muito, mas a norma da casa era não trocar artigos quando cortados em peças menores do que um determinado comprimento. Contudo, acrescentou: "O gerente está aí, vou ver o que ele diz."

Enquanto ela se afastava, percebi subitamente que eu havia conseguido, eu mudara meu modo de pensar! Era isso o que a praticista queria dizer. Meus pensamentos haviam mudado: em vez de autopiedade, rancor, melancolia e condenação, eu sentia amor, perdão, compaixão e misericórdia. E isso ocorrera sem alteração alguma das circunstâncias. Fiquei muito contente e pensei: "É isso; é isso que significa Natal, paz na terra, amor para com os homens! É claro; sou a mulher mais rica da Irlanda. Aprendi um segredo diretamente de Deus. Eu sou rica!"

De repente, ouvi a vendedora dizer: "Que estranho! Não sei o que aconteceu, mas ele disse que posso reembolsá-la. Deve ser o espírito do Natal." Ao que respondi: "É exatamente isso, o abençoado espírito do Natal."

Perguntou-me então que tipo de enfeites eu queria e quando lhe disse, ela respondeu: "Aqui em baixo do balcão tenho uma porção de retalhos que você pode levar de graça."

Quando saí da loja, sentia-me como caminhando nas nuvens. A caminho de casa, eu dizia "Feliz Natal" a cada pessoa que encontrava, com toda sinceridade. Não invejava ninguém. Parecia-me ter recebido o mais caro presente de todos, sentia-me abençoada, privilegiada, amada.

Quando cheguei em casa, pus-me a dançar com minha mãe na cozinha, abracei-a, beijei-a e ela ficou tão feliz! Contou-me que a amiga praticista havia passado por lá e deixado uma cesta cheia de doces.

Quando terminei os vestidinhos das bonecas, minha vizinha ficou tão satisfeita que me deu mais do que eu pedira. No açougue, pude comprar pela metade do preço um frango enorme que um freguês havia encomendado mas não viera buscar. Quando cheguei em casa, minha mãe disse que um armazém mandara entregar um presente anônimo de alimentos. Tínhamos tudo o que poderíamos precisar para o Natal.

Aquele foi o melhor Natal que já passei! Parecia-me ter recebido a pérola de grande valor de que Cristo Jesus falou. Sem dúvida, eu havia tido um vislumbre do âmago do Amor. E esse vislumbre ensinou-me: "A paz vem quando expressamos amor para com os homens." Essa paz virá à terra, a cada um de nós, à medida que todos praticarmos o autêntico bem-querer para com o gênero humano.

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