Meus Pais Foram educados numa escola missionária. Mais tarde, quando estavam na faixa dos vinte anos, tornaram-se estudantes da Ciência Cristã, que conheceram através da leitura de exemplares do Christian Science Sentinel. Obtiveram esses Sentinels de um veterano da Guerra Hispano-Americana, que se aposentou em nossa cidade. Ao aceitar a Ciência Cristã como modo de vida, meus pais se dispuseram a pôr em prática seus ensinamentos. O resultado foi que minha mãe se tornou a primeira praticista da Ciência Cristã registrada no Christian Science Journal, daquela cidade.
Durante minha infância, os familiares de meus pais faziam cerimônias para apaziguar os espíritos que supostamente cuidariam da saúde e do bem-estar das pessoas. Meus irmãos e eu seremos eternamente gratos pelo esclarecimento obtido por meio do estudo da Ciência Cristã, pois meus pais corajosamente romperam os vínculos com o assim chamado passado desconhecido e seu controle sobre o presente. Dessa forma, libertaram nossa família da superstição e da ignorância.
A leitura diária da lição bíblica semanal contida no Livrete Trimestral da Ciência Cristã era feita conscienciosamente por meus pais. À medida que aumenta minha compreensão desta Ciência, percebo que a leitura da lição contribui para meu próprio crescimento espiritual e para o êxito da Causa da Ciência Cristã. O estudo da lição também me torna consciente da orientação de Deus, de Sua onipotência e onipresença. Um versículo bíblico diz: "... tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis" (Efésios). Para mim, a leitura da lição é um dos passos para tomar a armadura invencível de Deus.
Tive uma experiência em que senti a proteção dessa armadura divina, que não é um fardo, mas uma fonte de inspiração, que não deve ser posta com muito esforço, mas sim, com espontaneidade e naturalidade.
Durante muitos dias estivera limpando uma área fora da cidade, em que havia abundante vegetação rasteira. (Em apoio ao programa de reflorestamento do governo, pretendia plantar mudas de árvores frutíferas nesse terreno limpo.) Devido à seca, a grama poderia pegar fogo muito rapidamente. Assim sendo, cavei uma valeta em volta de algumas plantas verdes pequenas para protegê-las, quando chegasse o tempo da queimada.
Após semanas de trabalho, pedi a meu filho adolescente que viesse de manhã cedo para ajudar-me a queimar o mato cortado. Quando ele chegou, aproximadamente ao meio-dia, dei-lhe uma caixa de fósforos para iniciar a queimada. Distanciou-se um pouco e em seguida ouvi estalidos de ramos queimando. Uma fumaça espessa chegou até mim. Veio um golpe de vento e então ouvi o grito de meu filho. Ele estava advertindo-me: "Pumanawkan!" (Saia rápido!) Enquanto colocava às pressas minhas coisas numa bolsa, ouvi um grito de pânico: "Bay-amon!" (Deixe as coisas!) Depois senti o calor das chamas e, aos tropeções, corri para o meio dos galhos que ainda não haviam pegado fogo.
De onde estava, via somente o fogo e ouvia seu estalido. Então comecei a orar e ouvi a mim mesma dizendo em voz alta: "Deus está aqui! Deus está aqui!" Continuei orando e, após alguns momentos, senti os braços de meu filho sobre meus ombros e ele guiou-me suave e calmamente até uma clareira que havíamos aberto no ano anterior. Depois subiu ao alto da colina para ver se conseguia encontrar alguma ajuda. O fogo foi visto por um parente de uma cunhada, que estava cultivando um lote vizinho, mais no alto. Ele desceu com meu filho e ambos batiam com galhos de pinheiros nas chamas que se aproximavam, para tentar conter o fogo que estava se alastrando desordenadamente.
Durante todo o tempo, fiquei pensando nas verdades espirituais que aprendera da lição semanal, cujo tema era "A irrealidade". Estes pensamentos tornaram-se mais claros para mim: não se alarme pelo que o sentido físico apresenta; a lei da Verdade está sempre disponível para negar o que for falso; só há um poder e esse é divino; as assim chamadas leis da matéria estão subordinadas às leis primordiais do Espírito e do Amor.
O fogo estava então visível por todo aquele lado da colina. Mas ao invés de aceitar o que via, orei profundamente para reconhecer o fato de que o calor do fogo não é nada frente ao poder que Deus tem de acalmar o tumulto. Persisti na certeza de que a lei fundamental da Verdade é suave e doce, preenche todo o espaço, aniquila as rudes e destrutivas leis da matéria.
Enquanto esperava e mantinha-me alerta mental e fisicamente, imbuí-me de pensamentos sobre a grandiosidade e bondade de Deus. Tal como diz o Salmista (conforme apareceu na lição daquela semana): "... a terra está cheia da bondade do Senhor. ... Tema ao Senhor toda a terra, temam-no todos os habitantes do mundo." O fogo cessou justamente a um metro da fileira de mudas frutíferas recém-plantadas. Vendo tudo isso acontecer, fui tomada por uma doce sensação de veneração e alegria.
Após algumas horas, meu filho retornou. Quando vimos que o fogo havia se extinguido do outro lado da colina, voltamos para casa. Naquela noite, enquanto contava à família o que ocorrera, não havia nenhuma sensação de trauma. Na manhã seguinte, percebi que o lóbulo de minha orelha direita estava chamuscado, mas a cura foi rápida.
Com isso não quero dizer que as coisas teriam sido desastrosas caso eu não tivesse lido a lição naquele dia, ou nas manhãs ou noites anteriores. Considerar tal hipótese seria associar a superstição ao controle que Deus tem de Seu universo. O que eu sei é que o estudo dedicado da lição trouxe à luz a atuação das leis da Verdade e do Amor e sua supremacia demonstrável. Ao afirmar os fatos espirituais que aprendera naquela semana, vivenciei a ordem e a harmonia, muito naturalmente, à maneira de Deus.
Baguio, Filipinas
Sou o filho adolescente mencionado no testemunho acima. Um ano antes desse incidente, costumava acompanhar minha mãe a Tawang. Naquela época, abrimos uma pequena clareira numa área coberta de capim. No ano seguinte, não pude acompanhá-la, pois tive de assistir às aulas de verão. Pude, contudo, ir um dia ajudá-la, a queimar o que ela havia limpado. Sou muito grato a Deus pela proteção que minha mãe recebeu.
