“Eu pensava que apenas as tribos primitivas tinham seus tabus.. . .
“No entanto, ultimamente me pergunto se nossa tribo é realmente diferente. As notícias estão repletas de relatos sobre o que é correto ou errado no que concerne a nossa maneira de viver. Não se referem a alegorias religiosas, mas a contos médicos.... Relatam em detalhe os prós e os contras do estrogênio, os prós do exercício e os contras do tabaco.
“Os tabus antigos tinham caráter religioso. Os atuais são médicos. Nossos antepassados falavam dos riscos da alma, enquanto que nós falamos sobre os riscos dos nossos corpos. Eles mantinham-se fiéis à tradição; nossa fé assenta na ‘melhor prova científica’.
“No entanto, a forma como encaramos esses assuntos é essencialmente religiosa. Por isso, pergunto-me se não nos limitamos a mudar nossa lealdade de um para outro grupo de peritos. Pergunto-me se não substituímos nossa ansiedade de uma para outra série de rituais.... Se, por acaso, não adotamos preceitos mais rígidos do que os de um muçulmano ou um hindu....
“Como leigos, preocupamo-nos com... os argumentos apresentados pelas várias seitas científicas — argumentos esses baseados em conclusões tiradas dos dados obtidos por meio de investigações — da mesma forma que nossos antepassados se preocupavam com as contendas da Reforma....
“Até que ponto nossa tribo é mais livre? Não temos de que nos preocupar com o ofender a um Deus que vive numa árvore ou num curso d’água.... mas, tal como eles, temos de apaziguar os grandes poderes invisíveis através de um comportamento cada vez mais cauteloso.
“Apesar de toda a nossa sofisticação e de todo o nosso conhecimento, a atenção pública aos tabus da vida contemporânea tem origem nas mesmas raízes que os tabus de nossos antepassados. Origina-se na ansiedade e na procura de segurança.”
Comentário do Editor: Quando, há um século atrás, as “escovas de massagem” pareciam preocupar o pensamento, tal como hoje em dia o fazem o estrogênio e o colesterol, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, da mesma forma que a colunista citada, prestava grande atenção às noções da época acerca da saúde, encarando-as como uma forma de idolatria. Mary Baker Eddy escreveu: “Será a civilização uma forma mais elevada de idolatria, para que o homem se incline ante a escova de massagem, as flanelas, os banhos, a dieta, o exercício e o ar? Nada, a não ser o poder divino, é capaz de fazer para o homem tanto quanto este pode fazer por si mesmo” (Ciência e Saúde, p. 174).
Eu sou o Senhor, e não há outro;
além de mim não há Deus;
eu te cingirei, ainda que não me conheces.
Para que se saiba até ao nascente do sol
e até ao poente, que além de mim não há outro;
eu sou o Senhor, e não há outro.
Isaías 45:5, 6
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