Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

REUNIÃO DE TRABALHO

O significado espiritual da atividade na Escola Dominical

Da edição de março de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Aos olhos do mundo, dificilmente poderia parecer menos significativo, meia dúzia de adultos e talvez mais ou menos uma dúzia de crianças reunidas pelo espaço de uma hora, no porão ou nos fundos da igreja.

O ponto de vista limitado e mortal está convencido — e seu intento é convencer-nos — de que a Escola Dominical da Ciência Cristã é fundamentalmente um esforço sem relevância. O pensamento mortal pretende sugerir que há poucas pessoas envolvidas e as idéias ali debatidas provêm de antigos livros de religião — realmente, peças de museu.

A história cristã e o sentido espiritual denunciam o talento da mente mortal de interpretar erradamente as coisas. Afinal, foi a mentalidade carnal ou mortal que classificou o ministério de Cristo Jesus como herético e perigoso ou como passageiro e inconseqüente. Foi essa a mentalidade que perdeu de vista, que não percebeu que o que estava irrompendo nos corações e nas vidas humanas era algo que surgia por ordem divina.

Jesus disse certa vez: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Nalgumas Escolas Dominicais pode ser que se trate literalmente de dois ou três reunidos — um professor e apenas um ou dois alunos. Mas se os professores e os alunos estão despertando para vivenciar algo do Cristo — o advento da própria realidade de Deus na experiência humana — então algo de significado imensurável definitivamente acontece, algo que capacita uma criança a caminhar na realidade do reino de Deus.

Uma das coisas que as crianças apreciam na Escola Dominical da Ciência Cristã é a possibilidade de se libertarem das classificações e limitações que o mundo lhes impõe. Às vezes durante a semana, na escola, sentem que são classificadas do ponto de vista psicológico, social ou racial. Muitíssimas vezes na Escola Dominical o amor pelas crianças é tão forte e direto que as ajuda a dar início à descoberta de sua individualidade autêntica — que já é livre do fardo de categorias e estereótipos humanos. Ao experimentar esse amor, desperta e floresce o desejo natural de espiritualidade da criança. Decorrente desse despertar flui o crescimento e o desenvolvimento, mas não é o tipo de crescimento e desenvolvimento que a mente mortal consegue quantificar, medir ou submeter à psico-análise. O que uma criança aprende na Escola Dominical será testado de milhares de maneiras pela própria vida e será posto à prova à medida em que a criança vence os desafios numa base espiritual. Esse repetido exame desvenda o reservatório ilimitável de espiritualidade que dá à criança ou ao jovem a possibilidade de começar a viver numa base inteiramente nova. Só o sentido espiritual, porém, perceberá o escopo total do que está agindo na consciência.

A Escola Dominical requer nova compreensão do que é significativo e até mesmo do que é real. Faz-se necessária uma nova maneira de ver, que não é convencional e é mais elevada. Quando a mente mortal exige que o foco de atenção se apegue, por exemplo, à pouca quantidade de alunos, o sentido espiritual dá valor a cada criança que encontra o caminho da Escola Dominical. O sentido espiritual está alerta quanto às possibilidades que a educação espiritual vem abrindo para essas crianças — mesmo que bem poucas delas compareçam nesse momento. Se nenhuma criança freqüenta uma dada Escola Dominical, o pensamento mortal nos animaria a cruzar os braços em sinal de derrota e abandonar tudo. O sentido espiritual sempre instará conosco a que nos atenhamos aos fatos espirituais. Deus é a força impulsionadora que trouxe à luz a Escola Dominical em primeiro lugar e o propósito divino com vistas a essa atividade permanece em vigor. O que se nos exige é viver mais estreitamente com o único Pastor, Deus, que reúne Suas próprias ovelhinhas e as alimenta e as apascenta à Sua própria moda.

Façamos, neste ponto, uma pequena pausa, pois sempre que chegamos ao coração espiritual de um empreendimento, o pensamento céptico pode ser rápido em sugerir: “Certo, essa é a meta ideal, mas entrementes volvamos ao que se pode fazer realisticamente.” A Fundadora da Ciência Cristã (e das Escolas Dominicais da Ciência Cristã), Mary Baker Eddy, descobriu que viver mais unido ao único Pastor é algo que se pode fazer agora. Aliás, essa é a maneira de ver evidência tangível e direta do ilimitado desvelo do Amor divino por seus pequeninos.

Às vezes acontece que vemos o que torna possível a educação espiritual: o fato de que em verdade já vivemos na luz abrangedora do Espírito e essa luz é verdadeira sabedoria, amor, alegria e a vitalidade de todo o ser. A educação espiritual é o despertar natural para essa luz — vê-la e vivenciá-la como a substância de nossa vida. É esse tipo de educação que torna prática e tangível a espiritualidade. E é essa espécie de educação que coloca Deus e Sua sabedoria à frente de todas as técnicas e teorias educacionais e psicológicas. Toda acumulação rotineira dos fatos e dos conceitos simplesmente falha, tornando-se obsoleta, ao chegar à novidade espiritual que a Mente divina revela.

A Escola Dominical da Ciência Cristã tem a ver com a descoberta do que Deus, o Amor divino, já expressou plenamente em cada criança. Mas não se trata de algo como a remoção de um pano branco que cobria a estátua e então ela ali está em sua plenitude. Assemelha-se muito mais ao “pastor vigilante” cuja experiência se acha descrita na primeira página do prefácio de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy: “O pastor vigilante avista os primeiros tênues clarões da aurora, antes de surgir a plena radiação do novo dia.”

Os primeiros clarões da aurora em muitas turmas da Escola Dominical — aqueles vislumbres do amanhecer espiritual — talvez se apresentem bem modestos, como meras tentativas. Para o sentido mortal pode parecer que nada de importante está acontecendo. Mas o sentido espiritual nos capacita a perceber a magnitude do que realmente está despontando — algo que o sentido mortal nem chega sequer a vislumbrar — a compreensão de que somos filhos da luz, expressões imortais do Espírito infinito.

Naqueles momentos ternos e bem reais da descoberta, quando se descortina a autenticidade real do Espírito, a Escola Dominical da Ciência Cristã torna-se uma dádiva vívida para as crianças do mundo. As pessoas que nela trabalham esforçam-se para cumprir com a exigência cristã de descobrir pelo menos algo do que Jesus via e amava nas crianças. Quando nisso seguimos ao Mestre, começamos a descobrir algo que não foi formado nem debilitado pelas condições ambientais ou psicológicas: a espiritualidade inviolável que está bem dentro do coração de cada criança.

Quando ocorre a educação espiritual genuína numa Escola Dominical, é de significado indisputável, como chuva contínua numa “terra árida, exausta, sem água”.

Recebido de um professor de Escola Dominical da Ciência Cristã: Um projeto realizado com uma turma de oito a dez anos de idade.

Durante o prazo de cinco domingos — além do tempo destinado às idéias fundamentais a serem trocadas sobre a Lição-Sermão semanal — meus alunos leram em voz alta e debateram o capítulo “A Oração” do livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy. (A propósito, nunca faço os alunos lerem em voz alta simplesmente “para passar a hora”.) Foi uma leitura feita com propósito muito especial, um projeto de pesquisa, não apenas uma idéia geral do conteúdo. O capítulo foi lido tendo-se em mente determinada pergunta: “O que a Sra. Eddy diz que a oração não é?”

O projeto brotou do reconhecimeto de que Ciência e Saúde é o relato indiscutivelmente honesto das idéias reveladas — que podem ser perscrutadas e estudadas, algo que uma pessoa pode encarar na expectativa razoável de quem pesquisa e acha. Trabalhando nesse projeto todos nós vimos que ao tomar em nossas mãos o livro, estamos segurando o registro concreto feito por alguém — pela Sra. Eddy — de uma experiência real de descoberta espiritual. Sabendo com o que estamos lidando, constatamos que o livro “fala” literalmente a você; ele não irradia abstrações teológicas para o vazio do senso humano perplexo!

Eis a prova. As crianças se revesaram na leitura. Toda vez que encontravam uma passagem relacionada com o que a oração não é, paravam e conversávamos. Qual é a idéia de oração que a Sra. Eddy está rejeitando? A lista parcial que damos a seguir é surpreendentemente mais concreta do que o que encontramos quando nossa leitura não vai a fundo em busca da essência daquilo do qual podemos nos apropriar e praticar de forma imediata:

A oração não é tecer louvaminhas.

A oração não modifica a realidade.

A oração não é implorar a Deus.

A oração não é tornar a Deus melhor ou mais importante do que Ele já é.

A oração não é dar conselhos a Deus.

A oração não é algo feito de vez em quando.

A oração não é uma tentativa de instruir a Deus.

A oração não é ingratidão.

A oração não significa acreditar que se está certo e depois ouvir de Deus somente o que se quer ouvir, de modo a se sentir apoiado por Ele.

A oração não é pedir perdão, quando não se deseja a reforma. (Não é apenas “pedir desculpas”.)

A oração não é esperar tudo de bom sem sacrifício algum.

A oração nem sempre é um processo prolongado!

Está claro, antes de chegarmos a essas conclusões, houve muitos debates, que resultaram nessas resoluções finais. No transcurso desse projeto, aprendemos juntos o que são todos esses tipos de imitações erradas da oração, que devem ser evitadas e naturalmente adquirimos uma melhor compreensão sobre o sentido espiritual verdadeiro que dá relevo ao que é real. Constatamos que quando nos desfazemos de todas essas suposições errôneas e conceitos falsos, só nos resta a própria oração — a expressão muito real e científica do cristianismo primitivo.

Recebido de um superintendente de Escola Dominical

Quando passamos a incluir a comunidade no amor de Deus, os novos alunos vieram principalmente de famílias bem novas na Ciência Cristã. As crianças estavam tão excitadas ao conhecerem acerca da verdade e do amor de Deus, que trouxeram seus pais para a igreja.

Os alunos estão aquirindo uma compreensão firme do que é a Ciência Cristã. Estão tendo provas, eles mesmos, de que a Verdade está bem à mão e de que ela sempre atua no sentido de atender às necessidades deles. Preciso contar a vocês algumas dessas curas.

Um menino estava no balanço. Quando desceu, o balanço voltou e o atingiu em cheio na cabeça. Prontamente o menino começou a orar. Disse que sabia que não havia saído da presença de Deus, por isso sua cabeça não estava machucada. A dor cessou e não apareceu nenhum calombo ou galo.

Uma adolescente estava tendo dificuldades com seu patrão, no emprego. A questão foi debatida na Escola Dominical. Ela deu-se conta de que seu chefe também era filho de Deus governado pela harmonia de Deus, na qual ambos viviam. A turma orou a esse respeito durante a semana. No domingo seguinte, essa jovem veio para a aula toda contente. O patrão a saudara com alegria e elogiara seu trabalho. Que coisa linda ver a turma da Escola Dominical orar para essa cura e obtê-la. Deu nova dimensão ao ensino em aula. Agora eles oram uns para os outros o tempo todo e obtêm resultados.

Nossa Escola Dominical está cheia de amor, amor extravazante. Temos visto curas maravilhosas no trabalho com esses alunos. Não somos movidos ou influenciados pelo quadro material. Perpassando a neblina, vemos o filho de Deus belo e maravilhosamente criado por Deus. Um menino que manifestava comportamento errático e descontrolado, hoje está apto a tomar parte numa aula comum da Escola Dominical. Outra criança com esse mesmo problema acaba de ser matriculada. Essas crianças estão vindo a nós porque nosso pensamento se preparou para ver somente a cura que se está processando.

É surpreendente o crescimento em humildade e compreensão espiritual entre o pessoal da Escola Dominical. A conseqüência maravilhosa resultante é: melhor ensino e mais amor expressado.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 1991

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.