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“Ele nos espera de braços abertos”

O despontar da luz

Da edição de fevereiro de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Quem não precisa de mais luz? de maior clareza numa época em que se questionam tantos assuntos? Se nós mesmos estivermos em busca da luz, a experiência de outros que estão descobrindo que “nasce luz nas trevas”, conforme diz o Salmista, poderá servir de ajuda. Esta seção apresenta experiências que podem ser úteis àqueles que estão à procura de novas respostas. Os relatos são mantidos anônimos a fim de dar aos autores a oportunidade de falar livremente sobre estilos de vida e atitudes que talvez tenham sido consideravelmente diferentes dos valores que agora adotam. Tais relatos não têm a pretensão de contar uma história completa, mas mostram realmente um pouco da ampla variedade de pessoas que procuram a verdade e a maneira como a luz do Cristo, a Verdade, restaura, redireciona e regenera o modo de viver das pessoas.

Achei Que Minha experiência poderia ser incluída na seção “O despontar da luz”. No meu caso, foi um redespontar da luz.

Freqüentei a Escola Dominical da Ciência Cristã e sempre gostei de seus ensinamentos. Mas foi só há uns oito anos que comecei a vislumbrar o potencial do bem, que impregna a demonstração desta Ciência.

Quando estudante na faculdade de direito, afastei-me muito do “caminho reto e estreito”. Não a ponto de rejeitar a Ciência Cristã, mas afastei-me, na tentativa de viver uma espécie de existência híbrida, baseada nos valores espirituais e morais da Ciência Cristã de um lado, e nos padrões convencionais contemporâneos de outro.

Essa falta de definição é representada pelo tipo de pensamento que diz, por exemplo, que é correto tomar bebidas alcoólicas em quantidades moderadas, desde que não se beba em excesso. Ou, no que diz respeito ao sexo oposto, que é correto viver maritalmente sem ser casado, desde que ambos se amem e sejam fiéis um ao outro. Ou que podemos confiar em Deus para curar os problemas de saúde "mais graves" que possam surgir, embora confiemos em meios materiais para resolver os problemas de saúde mais "comuns".

Tal maneira de pensar obviamente oculta a diferença radical, fundamental, sanadora, existente entre a verdadeira espiritualidade ensinada pela Ciência Cristã e todos os outros modos de viver. Em meu caso, esse mode de ver as coisas me levou a uma situação em que, apesar de ter um ótimo emprego num escritório de advocacia, um belo apartamento, um carro novo e uma namorada muito atraente, eu tinha uma sensação de vazio cada vez mais intensa quanto às possibilidades e ao significado da vida. Estava começando a conseguir uma boa parte do que a mente mortal ou o pensamento materialista convencional costuma denominar "sucesso na vida", mas também estava começando a perceber aquilo a que Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), talvez se referisse, quando escreveu em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, sobre “os resultados da horrível farsa da existência material”.Ciência e Saúde, p. 272. Estava me tornando cada vez mais cínico com relação à vida e começava a perder as esperanças de encontrar algo de realmente bom e significativo em minha existência.

Nessa época, voltei-me novamente e com seriedade para a Ciência Cristã. Esta nunca falhara em trazer consolo quando a ela recorrera no passado.

As coisas começaram com simplicidade. Passei a estudar a Lição Bíblica apresentada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Não tardei a sentir uma resistência mental a fazer isso: a sugestão de que não tinha tempo, de que trabalhava quinze horas por dia no escritório e que simplesmente não conseguia ler a Lição. Mas também comecei a perceber que a qualidade de meu dia de trabalho era bem melhor quando estudava a Lição pela manhã.

Aos poucos, esse estudo se tornou cada vez mais importante para mim, até estar firmemente estabelecido como a primeira coisa a ser feita pela manhã, independentemente de quantas horas tivesse dormido na noite anterior e de quantos compromissos houvesse em minha agenda para aquele dia. Não estou dizendo que a Lição tenha se tornado para mim um ritual, ou que seu estudo diário inclua algum elemento de superstição. Não é a “leitura” que faz a diferença. O que faz diferença é o estudo e o empenho de viver o que se compreende.

À medida que meu estudo se tornava mais regular, vinha-me ao pensamento a questão da filiação à igreja. Não gostava de sentir-me como um Cientista Cristão do tipo que não se declara como tal, que só recebe, recebe e recebe através dos ensinamentos da Ciência, sem dar nada em troca. Também achava que não era possível fazer algum progresso espiritual significativo, sem assumir um compromisso mais completo e mais declarado com os ensinamentos da Ciência Cristã. Naturalmente, havia alguns obstáculos a serem vencidos para que eu me qualificasse para ser membro.

Para começar, havia a questão da bebida alcoólica. Esse foi, talvez, o problema mais simples de resolver, já que realmente nunca apreciara a bebida. Bebia porque “todos bebiam” e pela sugestão de que beber é parte integrante das tratativas e do desenvolvimento dos negócios, no mundo profissional.

À medida que me aprofundava na Ciência Cristã, consegui perceber a falácia do argumento de que é necessário fazer uso, por menor que seja, de estimulantes materiais para alcançarmos a felicidade.

Deixei inteiramente de beber. Isso foi há cerca de dez anos. Não tive mais vontade de beber depois disso e certamente não fiquei privado de amigos nem deixei de progredir em minha carreira profissional pelo fato de não beber. A partir desse ponto, percebi com maior clareza a importância de não fazer concessões a esse hábito, que arruína a vida de tantos irmãos nossos, separando famílias e prejudicando imensamente a segurança, a saúde e o respeito próprio.

Outro obstáculo a ser vencido foi o medo de confiar inteiramente na Ciência Cristã para a cura. Parece que a mente mortal tenta apresentar um desfile de “coisas chocantes” perante a compreensão espiritual que avança, tais como: “E se acontecer isto? Ou aquilo? E se você não conseguir vencer o problema?” Meu estudo cada vez mais profundo da Bíblia e de Ciência e Saúde, porém, estava trazendo à luz a diferença radical entre a decisão de viver de acordo com a lei divina ou aceitar quaisquer outros fundamentos. Minha confiança no fato de que o poder de Deus atenderia a todas as necessidades se aprofundou e mostrou ser algo prático e sólido, em todos estes anos. Encontrei consolo e esperança nas seguintes palavras da Sra. Eddy: “Cada dia exige de nós provas mais elevadas, em vez de profissões do poder cristão. Essas provas consistem unicamente na destruição do pecado, da doença e da morte, pelo poder do Espírito, como Jesus os destruía. Eis aí um elemento de progresso, e o progresso é a lei de Deus, lei que exige de nós apenas aquilo que com certeza podemos cumprir.” Ibid., p. 233.

Para mim, o maior obstáculo foi o que parecia ser uma incapacidade de viver de acordo com os padrões de moralidade sexual da Ciência Cristã. Eu havia aceito muitos pensamentos confusos, a começar pela noção de que a beleza se encontra na matéria, de que a atração está baseada em qualidades físicas, de que o matrimônio é uma união que limita e confina duas vidas e está baseado na expectativa irrealista de compatibilidade duradoura, de que as relações sexuais espontâneas entre adultos não fazem mal a ninguém e não deveriam continuar sendo consideradas imorais.

Recordando aquela época, percebo que todas essas racionalizações e justificativas, cada vez mais sofisticadas, para minha conduta, evidenciavam a resistência aparentemente poderosa da mente carnal perante a influência purificadora da Verdade. Mas na época, foi um desafio bem difícil de vencer.

Em dado momento, falei com um praticista da Ciência Cristã. Disse-lhe que, até compreender por que minha conduta estava errada, eu não pararia de agir daquela maneira. O praticista retrucou: “Deus nunca lhe disse para começar com isso.”

Como dizem às vezes os Cientistas Cristãos, isso quebrou o mesmerismo. Eu partira da premissa de que era um mortal separado de Deus, que estabelecia meus próprios padrões de conduta para depois procurar melhorar a mim mesmo até me tornar o filho criado por Deus. Mas, em realidade, eu já era o filho criado por Deus. Tinha de começar com Deus, conhecê-Lo e compreendê-Lo.

À medida que me empenhava nisso, o egoísmo e o sensualidade que haviam definido meus padrões morais vieram à tona. É interessante notar que a Sra. Eddy diz: “O egoísmo e o sensualismo são cultivados na mente mortal pelos pensamentos que sempre se volvem ao próprio eu, pelas conversas sobre o corpo, e pela expectativa de encontrar prazer ou dor perpétuos provenientes do corpo; e esse cultivo se faz à custa do crescimento espiritual.” Ibid., p. 260. Grande parte de minha confusão advinha de eu me concentrar em mim mesmo ao invés de me empenhar em compreender a Deus e ao homem criado à Sua imagem.

Mesmo sob essa nova luz, a cura não foi instantânea. Mas uma página fora virada e a regeneração e a reforma estavam ocorrendo. As mudanças em minha vida foram impressionantes. Consegui romper o relacionamento com uma mulher, que já vinha de longa data e não tinha nenhuma direção definida.

Poucos meses mais tarde, conheci a mulher que mais tarde se tornaria minha esposa. Embora estudasse a Bíblia, ela pouco sabia da Ciência Cristã e o que tinha ouvido a esse respeito não a influenciara favoravelmente. Ao mesmo tempo, porém, desde a infância não conseguia aceitar o conceito de Deus ensinado em sua religião, que O apresentava como praticamente incognoscível, além de arbitrário. Ao trocarmos idéias sobre o tema, ela começou a ler Ciência e Saúde e encontrou na Ciência Cristã as respostas que sempre procurara.

Freqüentemente estudávamos juntos o capítulo “O matrimônio” de Ciência e Saúde, e começamos a compreender com muito maior clareza a profundidade e permanência da instituição matrimonial e a proteção que esta oferece contra a sensualidade.

Finalmente casamo-nos e ambos nos tornamos membros d'A Igreja Mãe e de uma igreja filial. Minha esposa (bem como nossos três filhos), tiveram várias curas através da oração. Mas esse talvez seja um tema para outro “O despontar da luz”.

Só quando relembrei toda essa experiência é que me dei conta das curas maravilhosas nela incluídas. Tudo começou com o simples passo de volver-me novamente para os livros, a Bíblia e Ciência e Saúde. Nesse aspecto, minha experiência se parece muito com a do filho pródigo, na parábola de Cristo Jesus. O filho pródigo não teve de voltar para seu pai arrastando-se de joelhos e implorando misericórdia. Ele só precisou deixar as alfarrobas e dirigir-se para seu pai. Uma vez dado esse passo, mesmo estando “ainda longe”, Lucas 15:20. o pai correu ao seu encontro.

Talvez nos sintamos bem longe, às vezes. Mas que conforto podemos sentir, ao saber que bem em meio à aparente inquietação, Deus, o bem, está presente. Tudo o que precisamos fazer é volver-nos das falsas crenças que entretemos e orar para saber mais acerca de Deus. Ele nos espera de braços abertos. A cura virá em seguida. Falo por experiência própria.

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