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O homem é inseparável de Deus

Da edição de fevereiro de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


A Separação, De uma forma ou de outra, parece fazer parte constante da experiência humana: a criança que vai para a escola pela primeira vez, um filho que vai fazer o serviço militar, um ente querido que falece, uma amizade destruída por uma briga, o divórcio que desfaz a família. São muitas as formas pelas quais o mundo nos diz que a felicidade pode nos ser repentinamente tirada e que forças sobre as quais não temos controle, podem, sem mais nem menos, nos separar do bem.

Com a clareza da visão espiritual, o apóstolo Paulo varreu o medo e a dor associados à separação, ao afirmar, na espístola aos cristãos de Roma: “Eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 8:38, 39. Esse fato espiritual e verdadeiro, de que o homem é inseparável de Deus, é a lei divina que pode ser aplicada em qualquer época para curar a dor que acompanha o sentimento de separação.

A Ciência Cristã aceita, sem reservas, essa confortadora doutrina de Paulo. A base para tal aceitação é o relacionamento espiritual inalterável que existe entre Deus e Sua criação, o homem, relacionamento esse apresentado com clareza na Bíblia inteira. Os ensinamentos da Ciência Cristã, de acordo com as Escrituras, mostram que Deus é Tudo, Espírito onipotente, sempre presente e infinito, e que o homem é Sua expressão completa, é Seu filho, que nunca está fora do cuidado e da alçada do Pai. Assim como um raio de luz não pode ser separado de sua fonte, ou uma idéia ser tirada da consciência que a concebe, assim também o homem não pode ser separado de Deus, o bem. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Na Ciência divina, Deus e o homem real são inseparáveis como Princípio e idéia divinos.” Ciência e Saúde, p. 476.

O homem é, assim, tanto a expressão quanto o receptor de todo bem. Sua existência evidencia a Vida eterna, sua inteligência é reflexo da Mente infinita, sua substância é a manifestação do Espírito onipresente, sua individualidade é a emanação do Amor divino. Estes termos, Espírito, Amor, e assim por diante, são nomes para Deus usados ou subentendidos nas Escrituras. Alma, Verdade e Princípio são outros sinônimos com base bíblica, que nos ajudam a entender melhor a natureza de Deus e o relacionamento inquebrantável entre Deus e o homem.

Se os sentidos materiais sugerem que somos alheios a Deus, temos o direito divino de negar tal separação e de reivindicar nossa posição espiritual como filhos dEle. Por ser nosso Pai e Mãe, Deus nos mantém sempre em Seus braços. A separação do Amor de Deus nunca é um fato do ser: é sempre uma sugestão falsa, um conceito errôneo sobre a verdade de Deus e do homem. A ignorância da verdade espiritual, que se mostra no sensualismo, medo, autocomplacência, ódio, egotismo, desonestidade e as demais facetas da mentalidade material, é comparável à neblina que obscurece nossa visão. Ora, assim como a neblina matinal que paira sobre um lago nas montanhas é inevitavelmente dissolvida pelo calor do sol, assim também o nevoeiro da ignorância mortal tem de ceder à luz do Cristo, à influência divina, sanadora, que revela a realidade inalterável da união do homem com Deus. O ministério de cura de Jesus demonstrou a veracidade dessas asserções.

Na Bíblia, encontramos diversos exemplos de pessoas que, embora parecessem estar separadas do bem, recuperaram a saúde mental e física pela aplicação da lei espiritual de união entre Deus e o homem. Um dos relatos mais inspiradores encontra-se no quinto capítulo do Evangelho de João: a cura do paralítico, junto ao tanque Betesda. Incapaz de alcançar a água que, segundo a lenda, o curaria quando agitada, um homem permanecera entrevado trinta e oito anos, até que Cristo Jesus o curou de modo instantâneo. O Mestre lhe disse: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.”

Antes de ser curado, tudo na vida desse homem indicava diversas fases de separação do bem. Sua condição física parecia separá-lo da saúde, da atividade útil e da possibilidade de obter renda adequada. A distância física separava-o do tanque de água que, acreditava, o curaria. Não ter quem o carregasse até o tanque privava-o da oportunidade que outros tinham. Até o passar do tempo conspirava contra ele, pois dia após dia continuava longe da cura e da saúde.

Deixando de lado todos os argumentos humanos e problemas ligados a essa situação, Jesus deve ter entendido de modo cabal a realidade espiritual da inteireza do homem e de sua união com Deus, porque João conta que “imediatamente o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar.” João 5:8, 9, 14. Não foi preciso um longo período de convalescença. Nem leis físicas, nem o tempo se interpunham entre o homem e a cura, pois foram superados pelo poder do Cristo, a Verdade, que Jesus personificava de forma completa.

Mais tarde, Jesus encontrou o homem no templo e disse-lhe: “Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda cousa pior.” Não estaria Jesus admoestando-o a que nunca mais caísse no pecado de crer que poderia estar, por um instante sequer, separado de Deus? As palavras e a obra curativa de Jesus mostraram que, em realidade, o homem de Deus não é tocado por nada que seja pecaminoso, doentio ou mortal, já que tais condições não fazem parte de Deus. Sua unidade com Deus separa o homem, para sempre, de tudo que seja dessemelhante da divindade.

Compreender que Deus e o homem são inseparáveis é de suprema importância para cada um de nós e merece nossa ponderação sincera em oração. Tive um vislumbre do significado profundo e curativo desse fato, quando minha mãe faleceu. Essa perda causou-me enorme choque, deixando-me com uma profunda e dolorosa sensação de estar separado para sempre de alguém que eu amava muito. Naquela noite, machuquei a mão de modo tão grave que, por pouco tempo, entrei em estado de choque físico também. A cura tanto do estado físico como do mental veio, porém, quando a verdade da união do homem com Deus se tornou uma realidade em meu pensamento, deixando de ser um amontoado de meras palavras, ainda que belas.

Orando a Deus, raciocinei que o que eu amava em minha mãe eram todas aquelas qualidades maternais, amorosas, que ela expressava. Aferrei-me ao fato de que essas qualidades provêm de Deus. Reconhecendo que nem minha mãe, nem eu, nem ninguém, jamais poderia ser separado de Deus, vi com clareza que nunca nos falta evidência das qualidades espirituais que demonstram Seu amor. Reconheci a presença dessas qualidades no apoio carinhoso que minha mulher e meus amigos chegados estavam me dando. Vi, ainda, que a unidade do homem com Deus faz com que o homem nunca esteja privado das qualidades que constituem sua inteireza e bem-estar, nem mesmo por acidente. O nevoeiro do sofrimento mental e físico desapareceu bem depressa, ao aferrarme, em oração, a essas verdades e ao reconhecer que o amor de Deus nunca me podia ser tirado. Fui curado por completo, tanto na mente quanto no corpo.

O fato de o homem ser inseparável de Deus, fato esse que Paulo descreveu de forma tão bela, séculos atrás, oferece conforto e cura hoje em dia a todo aquele que esteja se sentindo excluído do bem. Quando reconhecemos a validade espiritual desse fato e o afirmamos em nossas orações, sentimos que o amor de Deus está conosco, agora.

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