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Encontrar a cura no tabernáculo da Alma

Da edição de março de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Em Todas As épocas, as pessoas sentiram a presença de Deus. Algumas dessas experiências foram tão vívidas que, posteriormente, a ação e o lugar associados com a experiência passaram a ter uma identificação especial. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o tabernáculo.

No Antigo Testamento, o tabernáculo era um lugar santo, uma tenda, lugar de reuniões, que Moisés erigiu sob injunção divina. Nesse lugar ele falava com Deus "face a face". O tabernáculo era transportado pelos filhos de Israel e erguido novamente cada vez que eles acampavam.

Durante seu reinado, Salomão construiu o templo em Jerusalém. Esse foi um tabernáculo definitivo, que representava a casa, ou habitação de Deus, entre Seu povo. No Novo Testamento, Cristo Jesus é visto como sendo o tabernáculo, ou templo, de Deus, prova viva da presença de Deus conosco. No livro do Apocalipse, João descreve a Nova Jerusalém, dizendo: "Nela não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-poderoso e o Cordeiro."  Apoc. 21:22. Séculos mais tarde, Mary Baker Eddy, no livro-texto da Ciência Cristã
Christian Science (kris'tiann sai'ennss), Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, assim se refere à visão de João: "Não havia santuário — isto é, não havia estrutura material em que se pudesse adorar Deus, pois Ele precisa ser adorado em espírito e em amor." Ciência e Saúde, p. 576.

Podemos constatar como o conceito de habitação divina evoluiu espiritualmente com o passar do tempo. Essa evolução se deu porque o pensamento humano foi receptivo ao Cristo, à Verdade, abandonando as conotações materiais. O resultado tem sido uma percepção mais pura e mais sagrada de tabernáculo como sendo um estado de consciência, de revelação, no qual reconhecemos que Deus não habita num lugar especial, nem em uma pessoa determinada, mas está presente com todos os Seus filhos, com cada homem, mulher e criança, em todos os lugares, o tempo todo.

Foi nessa consciência sagrada que patriarcas e profetas falaram com Deus e O ouviram. E é nessa mesma dimensão que hoje podemos respirar a pura e maravilhosa atmosfera do Espírito, a atmosfera mental em que ouvimos e acolhemos as mensagens angelicais do Pai, que nos revelam as elevadas idéias da Mente. É nesse tabernáculo da Alma que habitamos para toda a eternidade e percebemos a realidade espiritual.

A oração é o meio pelo qual descobrimos esse santuário espiritual. Na profundidade da oração humilde, vemo-nos face a face com a Verdade, Deus, e os enganos e pensamentos pecaminosos são expostos para serem curados. Ali talvez até derramemos lágrimas de arrependimento ao sentirmos o batismo da paz, da harmonia e do Amor que traz redenção. Nesse tabernáculo, descobrimos nossa identidade espiritual, a manifestação divina de Deus.

Nosso Mestre, Cristo Jesus, ouvia a voz da Verdade, Deus. Ele se afastava dos sentidos materiais (e muitas vezes afastava-se fisicamente) para orar. Esse é o método que ele deixou para que toda a humanidade o seguisse: comungar com a Alma, nosso Pai-Mãe Deus, e assim se elevar acima dos pontos de vista e sentimentos mortais e vencer o mundo. Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, assim se refere à oração que Jesus deixou a seus seguidores: "A Oração do Senhor é a oração da Alma, não do sentido material." Ibid., p. 14.

A Alma, Deus, é o fundamento, a rocha sobre a qual nos firmamos para orar. Na presença da Alma, os pensamentos temerosos silenciam. Então começamos a ouvir a Deus e podemos dizer como o menino Samuel, no Velho Testamento: "Fala, porque o teu servo ouve."  1 Samuel 3:10. Como explica a Sra. Eddy em Ciência e Saúde: "O Espírito, Deus, é ouvido quando os sentidos estão calados." Ciência e Saúde, p. 89.

Ao silenciarmos a crença numa vida material, começamos a mudar. A tristeza começa a ceder à alegria e a doença à saúde, a discórdia dá lugar à harmonia e a animosidade à compaixão, o ódio é derrotado pelo amor. No santuário da Vida, da Verdade e do Amor, a compreensão e a existência espirituais nos são reveladas e sentimos a paz "que excede todo o entendimento".

Nos dias de hoje, nem sempre é possível afastar-nos para um local tranqüilo para orar e sentir a presença de Deus. Diante da hostilidade, nem sempre nos é possível buscar refúgio em casa. Como os filhos de Israel, entretanto, podemos carregar nosso tabernáculo espiritual conosco. Em vez de ser feito de cortinas e outros materiais, esse tabernáculo é a consciência espiritual, composta de idéias divinas, firmes e estáveis rochas da Verdade. Podemos recorrer a essas idéias por intermédio da oração, seja no meio do trânsito, seja num aeroporto, no trabalho ou em casa. O Salmista disse: "No dia da adversidade ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha."  Salmos 27:5. Portanto, encontramos refúgio com Cristo em Deus. O autor deste artigo encontrou cura no tabernáculo da Alma, em várias ocasiões.

Certa vez, durante uma viagem em outro país, eu estava entrando num carro quando alguém, sem perceber, fechou a porta e prendeu minha mão. Não consegui soltar a mão de imediato e a dor foi intensa. Sem dizer uma única palavra, recolhi-me imediatamente ao tabernáculo da oração. Fui logo auxiliado pela Oração do Senhor, "a oração da Alma, não do sentido material." Continuei com a "exposição científica do ser", aquela afirmação absoluta da Verdade, que se encontra em Ciência e Saúde e que revela que habitamos eternamente no monte santo. Dessa forma, estabeleci em minha consciência o domínio da Alma, do Espírito divino. Como diz a Bíblia, eu preferi "deixar o corpo e habitar com o Senhor."  2 Cor. 5:8.

Nessa habitação divina, compreendi claramente minha identidade espiritual, meu verdadeiro ser governado por Deus. Também compreendi que nenhuma idéia de Deus pode ser quebrada, esmagada ou ferida; que eu, como reflexo do Espírito, manifestava a inteireza de Deus, sem medo nem dor. A onipresença do Espírito nos cerca, vivemos no tabernáculo do Espírito e nosso relacionamento com todas as idéias da Mente divina é harmonioso. No fim do dia, minha mão estava tão bem como estivera antes do incidente.

Nossa oração silenciosa e nosso trabalho metafísico podem não aparecer no noticiário do dia, talvez nem sejam percebidos pelos outros. No entanto, estejamos certos de que, pelo fato de se originarem na Mente, Deus, são eficazes e vitais para o progresso da humanidade.

Na dimensão sagrada da Alma encontramos inspiração, sabedoria, perfeição, pureza. Na Alma divina encontramos o bálsamo para as feridas do coração humano, o óleo da unção divina, a inspiração que nos eleva acima da tribulação. Na Alma nos apercebemos da beleza, da graça, da verdadeira santidade do homem como imagem de Deus; vislumbramos a dádiva do bem-estar permanente e da alegria espiritual. Nessa dimensão divina compreendemos que somos coexistentes com a Vida, a Verdade e o Amor, usufruindo da eternidade.

Essa consciência que Deus outorga, quando plenamente percebida, silencia a dor com a harmonia; é um antídoto para a contaminação e a impureza; e por fim subjugará a morte. Esse tabernáculo, essa consciência espiritualizada, alcançada pela oração, pelo amor abnegado e pelo renascimento cristão, está presente agora, ao nosso alcance, pois é o reino de Deus que está em nós.

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