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O Amor divino é nosso refúgio seguro

Da edição de março de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Em 1989, A Organização Internacional do Trabalho, um órgão das Nações Unidas, publicou um estudo em que se estimava que trinta e cinco milhões de africanos estavam vivendo fora de seu país de origem. O estudo indicava que, de cada cinco migrantes africanos, um era refugiado e que de cada dois refugiados, em todo o mundo, um era africano. Tendo em vista os acontecimentos mundiais desde a elaboração daquele estudo, calcula-se que o número atual de refugiados é, sem dúvida, maior.

A angústia dos povos que fogem da violência, da fome e da instabilidade política no mundo inteiro afeta a todos nós, mesmo que vivamos em países onde haja relativa estabilidade econômica e liberdade política. Organizações assistenciais, governos e grupos privados tentam, muitas vezes de forma heróica, aliviar o sofrimento dos refugiados. Mas mesmo esses esforços, tão necessários, raramente são suficientes para satisfazer às necessidades de milhões de pessoas que se viram obrigadas a abandonar seu lar. Então, será que nós, na qualidade de indivíduos, podemos contribuir para a enorme cura que se faz necessária? Onde podemos encontrar proteção e segurança para todos?

Essas perguntas não são absolutamente teóricas para mim. Durante uma sublevação política em meu país, descobri que a promessa bíblica do socorro imediato de Deus é muito mais do que mera retórica religiosa.

Em 1982, piquetes orientados por comunistas invadiram meu escritório situado no quarto andar de um edifício. Por ter tomado uma posição contrária à política oficial, fui capturado e arrastado pelos pés, oito lances escada abaixo, batendo a cabeça em todos os degraus, até o andar térreo. Fui então surrado antes de ser conduzido a um quartel militar para interrogatório. A seguir, fui submetido a outras torturas.

Naquela época, eu era ainda novato na Ciência Cristã. Mesmo assim, apoiei-me na firme convicção espiritual de que Deus, o bem, é socorro sempre presente em momentos de tribulação, convicção essa alcançada nos três anos de estudo diário das Lições Bíblicas do Livrete Trimestral da Ciência Cristã.

Fui solto em vinte e quatro horas. Tendo ficado completamente curado dos ferimentos, por meio da oração, após alguns dias voltei ao escritório sem temor. Mais tarde, naquele dia, fui preso de novo e levado a um cemitério, com os olhos vendados. Meus captores me amarraram a um túmulo e me abandonaram no escuro, dizendo que voltariam pela manhã.

Eu sabia que o que eles estavam fazendo era um tipo de tortura psicológica. O que eles não sabiam é que a forte superstição local, relacionada com cemitérios e fantasmas, não surtia nenhum efeito sobre mim. Desde que me tornara Cientista Cristão, eu tinha vencido essas crenças. Sabia que não há poder algum a não ser o poder de Deus. Espíritos maus e fantasmas são invenções da imaginação humana, baseadas em temores infundados e na ignorância. O estudo da Ciência Cristã destrói todas essas noções errôneas.

Eu tinha certeza de que nenhuma pessoa que passasse pelo cemitério atenderia a meus gritos de socorro, devido aos tabus existentes. Então, voltei-me sem reservas para Deus, reconhecendo Sua onipresença e onipotência. Até hoje não sei como consegui me livrar das cordas que me amarravam tão firmemente. Depois disso, fui morar em outro país, como exilado.

À medida que os dias passavam, entretanto, eu ficava preocupado ao saber que minha família estava tendo dificuldades devido à minha ausência. Visitei uma Sala de Leitura da Ciência Cristã nesse outro país, onde encontrei uma senhora bondosa que me assegurou que a residência permanente do homem é o reino de Deus, que está próximo e dentro de cada um de nós, conforme Cristo Jesus ensinou. Ela disse que se eu perseverasse em sentir conscientemente a presença de Deus, não somente eu ficaria seguro e protegido, mas também meus parentes seriam ajudados pelos pensamentos de verdade espiritual que eu estava mantendo. Essas idéias destruíram o medo e, em pouco tempo, encontrei um emprego com moradia incluída. Meus parentes também foram amparados.

À medida que eu ponderava sobre muitas passagens da Bíblia, juntamente com as respectivas explicações metafísicas que aparecem em Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, a verdade contida na afirmação de Paulo sobre nosso vínculo inseparável com Deus se tornou mais tangível para mim. Apesar das adversidades que o apóstolo enfrentou, tais como naufrágio, encarceramento, tortura e fome, ele sabia que não poderia jamais estar fora do alcance do amparo infinito de Deus, o Amor universal. Aos atenienses, ele disse: "Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração."  Atos 17:28.

Para que possamos viver e nos mover em Deus, que é o Espírito infinito e incorpóreo, "nosso eu" precisa ser diferente daquilo que os sentidos físicos apresentam. Nossa verdadeira natureza, como descendentes do único Espírito inteiramente bom, é necessariamente espiritual, não material. Desde que compreendamos esse fato científico e primordial, podemos provar que Deus, o Amor divino, é nossa morada segura, de onde não podemos ser desalojados e onde não temos medo de ficar desamparados. Através da oração, que nos conduz à realidade da presença e do poder de Deus, alcançamos a compreensão de que Ele não é um Deus de desordem. A bondade da natureza do Amor não inclui nenhuma discórdia que venha a romper o vínculo inquebrantável do homem com seu Criador.

Reconhecer conscientemente a presença de nosso Pai-Mãe Deus amoroso nos dá confiança e segurança quando as dificuldades nos cercam. Como a discórdia, qualquer que seja a forma com que se apresente, não manifesta a vontade nem a natureza de Deus, Ele nos investe de poder para resistir às injustiças e restaurar a harmonia em nossa vida. O Amor divino nos capacita a superar todo ressentimento, arrependimento ou autocondenação que possam estar escondidos no recôndito de nosso pensamento. Esse Amor imparcial também nos leva a obedecer à lei régia, defendida por Jesus: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo."  Mateus 19:19.

Quando oramos com persistência, seguindo essa linha de pensamento, nós não somente diminuímos nossa própria ansiedade sobre o problema dos refugiados (ou sobre qualquer outra situação que nos preocupe) mas, ao mesmo tempo, também ajudamos outras pessoas no mundo todo a destruir as forças que oprimem, reprimem, amedrontam e induzem o indivíduo a fugir. Quando o fraterno amor cristão for praticado com mais compreensão e de modo mais amplo e persistente, veremos que os governos opressores darão lugar à liberdade e à cooperação.

Lembre-se de que, onde quer que você esteja, Deus está com você. NEle encontramos abrigo e a satisfação de todas as nossas necessidades. O livro Ciência e Saúde ilumina espiritualmente a mensagem eterna da parte final do Salmo 23: "Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa [a consciência] do [AMOR] para todo o sempre." Ciência e Saúde, p. 578.

Se ameaças ou conflitos nos forçarem a abandonar nosso lar, podemos ter a certeza, através do discernimento da onipotência do Amor infinito, a realidade espiritual sempre presente, de que nós nunca realmente poderemos deixar a casa de nosso Pai, na qual o homem está sempre a salvo da intromissão, importunação ou expulsão. À medida que permanecemos na consciência do Amor, descobrimos que nenhum outro poder consegue usurpar o direito que Deus nos concede de sermos livres, úteis, saudáveis e felizes.

Para dominar o sentimento mortal de separação, bem como ajudar aqueles que possam estar preocupados com a ausência de entes queridos, podemos orar para entender melhor a união espiritual do homem com Deus, o Amor onipresente. NEle todos podem encontrar refúgio. A mensagem de um dos poemas da Sra. Eddy tem um significado muito grande para mim:

Refúgio verdadeiro é o Amor.
As armadilhas são visões mortais.
Bem perto está Seu lar acolhedor,
Seu braço cinge a mim, e a tudo o mais.Miscellaneous Writings, p. 389.

Qualquer que seja a situação em que possamos nos encontrar, a boa nova é que o Amor divino é nosso refúgio seguro que "bem perto está", sempre.

Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus,
para que ele, em tempo oportuno, vos exalte,
lançando sobre ele toda a vossa ansiedade,
porque ele tem cuidado de vós.

1 Pedro 5:6, 7

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