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Salvar-se a si mesmo

Da edição de março de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Sorrimos Diante De fatos como o do mecânico cujo carro está sempre falhando, do contabilista cujo talão de cheques está constantemente apresentando diferenças e do arquiteto paisagista cuja moradia tem a aparência um tanto abandonada! No entanto, cada um de nós poderia provavelmente encontrar exemplos em sua vida, em que foi capaz de ajudar a outros mas não conseguiu igual êxito consigo mesmo.

Em alguns casos, talvez o motivo tenha sido que estávamos tão ocupados em fazer pelos outros aquilo que fazemos melhor, que simplesmente negligenciamos a nós mesmos. Essa questão é significativa em relação às atividades religiosas. Há clérigos muitas vezes tão dedicados aos outros que, quando precisam salvar-se a si mesmos, bem... Talvez a total devoção deles, no esforço abnegado de atingir o público, pode ter dexiado de lado seus próprios problemas íntimos, sem que fossem resolvidos. Aqueles que oram pelo bem-estar de seus familiares ou de outras pessoas podem, às vezes, ter a impressão de estar diante de um problema desse tipo. Eles conseguem ajudar os outros mas sentem que não foram capazes de cuidar eficazmente deles mesmos.

Muitas vezes é uma questão mais profunda do que simplesmente ter tempo para atender a suas próprias necessidades. A incapacidade para enfrentar eficazmente os desafios pessoais pode estar relacionada com um ensinamento religioso muito antingo, mas bem arraigado. Esse ensinamento é simbolizado na atitude expressa por alguns dos sacerdotes que viveram no tempo em que Cristo Jesus foi crucificado. Conforme o Evangelho de Mateus, as palavras de escárnio dirigidas a Jesus, durante aqueles momentos de agonia, foram: “Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se.” Mateus 27:42.

Essa constatação significa mais do que uma simples observação. Mostra uma maneira de encarar as coisas. Essa visão sacerdotal antiga, de que uma pessoa não pode salvar-se a si mesma, pode ainda hoje ter um efeito prejudicial no indivíduo, dependendo do modo como a pessoa encara a função do sacerdócio.

O papel do sacerdote fica distorcido com a idéia de que o indivíduo está essencialmente desamparado; de que, sem um intermediário pessoal, ele simplesmente não conseguirá ser bem sucedido, nem mesmo sobreviver. Essa idéia, há muito difundida na consciência humana, limita a atuação do indivíduo. Através de pequenos subterfúgios sutis, pode ter impedido o desenvolvimento de nossos talentos, das habilidades que começam a brotar quando descobrimos o que podemos realmente fazer por nós mesmos e quando percebemos que nenhum mortal é o degrau para nosso progresso. O sacerdote nos moldes do conceito comum entre os fariseus, na história bíblica, não é nosso passaporte para uma vida mais plena.

Entretanto, um aspecto muito correto da noção de sacerdócio é o genuíno caráter crístico e a magnitude desse conceito pode ser percebida numa afirmação da Sra. Eddy: “A Bíblia declara que todos os que crêem são feitos 'reis e sacerdotes para ’. ” Ciência e Saúde, p. 141. Realmente, nosso caráter crístico inato, isto é, nossa espiritualidade, é a qualidade que desenvolve nosso relacionamento com Deus. É esse o elo que nos habilita a ajudar-nos a nós mesmos. Os outros podem nos dar apoio na descoberta desse caráter crístico em nossa consciência mas, por fim, precisamos fazer nossa parte, amando e cultivando a cristianização do pensamento.

Jesus, o mais elevado e completo exemplo do que é ser verdadeiramente um “sacerdote para Deus”, nos mostrou que o caráter crístico é a natureza inata do homem. Foi isso que o salvou daqueles que tentaram pôr fim à sua obra pela humanidade. Aqueles que escarneceram de Jesus ao pé da cruz, não tinham compreendido que era o Cristo que o capacitava a demonstrar a essência real do que significa ser sacerdote. Jesus nos ajudou a perceber que o poder do Cristo é o caminho de Deus para alcançar cada indivíduo, ajudando todas as pessoas a despertarem para o amoroso cuidado do eterno Pai-Mãe.

Se você, algum dia, começar a sentir que só a presença de uma personalidade mortal tem a chave para a sua salvação, isto é, se você encalhar na crença de que não está conseguindo ajudar-se a si mesmo, poderá então pensar um pouco mais sobre o eterno Cristo salvador que Jesus expressou e nos instou a aceitar. Ele levou as pessoas para uma direção bem diferente daquela crença tradicional de dependência pessoal.

Você quer realmente ser governado por uma teoria religiosa bastante limitadora e há muito tempo obsoleta? Não seria mais natural perceber que você, em verdade, é capaz de ajudar-se a si mesmo? Se você solicitou a outra pessoa ajuda por meio da oração, não estaria ela se esforçando para encorajá-lo a aceitar o fato de que o Cristo salvador está agora mesmo dentro de sua consciência? É realmente reconfortante saber que o Cristo está presente, habilitando-nos a realizar aquilo que somos chamados a fazer. O Cristo sanador: esta é a maneira cristãmente científica de descrever a presença salvadora de Deus dentro da consciência individual. A Sra. Eddy reitera em Retrospecção e Introspecção: “Ninguém pode salvar-se sem a ajuda de Deus, e Deus ajudará a todo homem que fizer sua própria parte.” Retrospecção e Introspecção, p. 86.

Há ocasiões em que nos sentimos especialmente gratos por terem nossas orações produzido maravilhosas curas nos outros, por terem conseguido despertá-los para o fato de ser Deus o socorro sempre presente. No entanto, estamos surpresos por não terem nossas orações por nós mesmos resolvido determinado problema pessoal. O velho erro religioso de que você pode salvar a outros mas não a si mesmo, talvez precise ser encarado direta e completamente.

O fato é que somente a presença do Cristo salva. E, é claro, você tem a habilidade de ajudar os outros a reconhecer o Cristo. Mas você também tem a capacidade de ceder a essa influência salvadora. Você tem a ajuda de Deus ao seu alcance imediato. Ele está trazendo o Cristo para sua vida, a cada momento. Você tem a capacidade de aceitar essa presença que cura.

O pensamento de qualidade crística é a verdadeira substância do homem que Deus cria e sustenta. Uma confiança crescente nessa verdade capacita-nos de fato a orar por nós mesmos com a mesma eficácia com que oramos pelos outros. Isso nos dá a habilidade de praticar vigorosa e habitualmente o conselho que está na Bíblia: “Médico, cura-te a ti mesmo”. Lucas 4:23.

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