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Não é necessário sofrer sob o peso da responsabilidade

Da edição de março de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


Alguma Vez Você já sentiu vontade de fugir para um chalé nas montanhas e sentir-se livre de toda e qualquer responsabilidade? As férias nos dão alívio temporário, mas logo voltamos àqueles deveres que muitas vezes parecem pesar sobre nós.

A incompreensão do relacionamento do homem com Deus é, com freqüência, a causa dessa sensação de sobrecarga. Enquanto pensarmos em nós mesmos como mortais, separados de Deus, parecerá difícil nos elevarmos acima do peso das responsabilidades. Mas o fardo pode começar a ficar mais leve, na proporção em que abrimos nosso pensamento para a verdade bíblica de que Deus fez o homem à Sua imagem. Como imagem, o homem é o reflexo de Deus, Sua expressão, a manifestação do Espírito divino. O homem real, portanto, nossa verdadeira identidade, vive em Deus, é totalmente espiritual e é governado por seu Criador em todos os aspectos de seu ser. Ele depende totalmente de Deus para ter vida, substância e inteligência. Não tem habilidades pessoais, mas reflete a habilidade infinita de seu Criador. Além disso, já que Deus é imutável, a habilidade de Sua idéia, o homem, nunca muda. Não falha em nenhum momento, mas está sempre no ponto da perfeição.

Como pode essa visão espiritual do relacionamento do homem com Deus libertar-nos dos fardos? Quando deixamos o falso conceito de nós mesmos e reconhecemos, através da oração, nossa identidade espiritual, ajudamos a destruir o senso errôneo de estar separados de Deus, senso errôneo que traz consigo a sensação de peso e medo. Quando começamos a ver que tanto nós como os outros somos reflexos de Deus, passamos a nos apoiar mais nEle como a única causa genuína e sentimo-nos cada vez mais livres do peso da falsa responsabilidade.

Podemos, então, sentar-nos e dizer que não temos nada para fazer, porque Deus faz tudo? Claro que não. Temos de cumprir com nossas responsabilidades. Podemos fazer isso, porém, partindo de um ponto de vista mais elevado, espiritual, compreendendo a verdadeira fonte de tudo o que somos e de toda nossa habilidade. Precisamos praticar todos os dias esse modo de viver, que parte da verdade espiritual, ouvindo a direção de Deus e nos esforçando para espiritualizar cada atividade, isto é, para ver que Deus está manifestando em nós as qualidades que cada atividade requer. Quando sentimos o peso da responsabilidade, provavelmente estamos nos vendo como mortais em luta, separados de Deus e cuidando pessoalmente do suprimento, segurança e saúde, para nós ou para os outros. Precisamos, pelo contrário, sentir que estamos realmente vivendo nossa unidade com o Pai, e conseguimos isso à medida que gradativamente discernimos, através da oração e de uma vida mais pura, nossa verdadeira identidade como Seu reflexo.

A vontade humana faz objeção a tudo isso. Ela diz: “São minha habilidade e minha habilidade e minha inteligência que fazem o trabalho.” Esse falso e limitado conceito sobre a mente nega a onipotência de Deus e tenta se igualar à Mente infinita. Esse estado de pensamento contribui fortemente para aquele senso de responsabilidade que pesa. Portanto, tem de ser eliminado.

A vontade humana pode também fazer-nos acreditar na necessidade de se alcançar forçosamente um estado de perfeição humana. Essa imposição nos leva a pensar que somos criadores pessoais e que a perfeição é uma condição material criada pelo homem e não a realidade espiritual criada por Deus. O esforço para sermos perfeitos em tudo o que fazemos é, na realidade, um motivo correto e está de acordo com o ensinamento de Cristo Jesus: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mateus 5:48. Mas o esforço humano para sermos perfeitos é antes um render-se à perfeição de Deus e à verdade espiritual de nosso ser e um fazer calar a vontade humana. Essa rendição, através da oração humilde, habilita-nos a ouvir Sua orientação e permite-nos vê-Lo como sendo o poder em ação em nossa experiência. Isso traz consigo alívio e libertação do peso. Não podemos nos sentir sobrecarregados por muito tempo quando nos vemos como a própria expressão do Princípio divino que governa o universo.

Será que realmente adianta confiar em Deus, quando temos pela frente um trabalho difícil e temos a responsabilidade de executá-lo? A Ciência Cristã prova que sim. Não importa se somos donas de casa, executivos, estudantes: qualquer que seja o trabalho da pessoa, exige a expressão de qualidades tais como inteligência, amor, energia, criatividade. Deus é a fonte dessas qualidades e o homem as inclui como reflexo de Deus. Num sentido mais profundo, a única exigência que nos é feita vem de Deus. É uma exigência para expressar mais de Seu amor e bondade. Deus é a fonte de tudo o que é preciso para essa expressão e podemos confiar nEle para nos suprir de tudo. Fundamentados nessas premissas, é natural esperarmos realizar todo e qualquer trabalho proveitoso.

Muitas vezes, durante minha longa carreira profissional, as responsabilidades pareciam maiores do que eu poderia cumprir. O orgulho, o medo e a vontade pessoal aumentavam as dificuldades e com freqüência se manifestavam em problemas físicos. Mas cada desafio foi superado à medida que eu reivindicava minha identidade verdadeira como expressão de Deus e abandonava a crença de que eu era um mortal, separado do Pai.

Certa ocasião, uma decisão de negócios, que eu havia tomado, não teve bons resultados e havia a possibilidade de uma perda substancial para a empresa. O sentimento de ser pessoalmente responsável era massacrante. O orgulho ferido e o medo das conseqüências concentravam minha atenção no problema. Mas a ajuda em oração, por parte de um praticista da Ciência Cristã, elevou meu pensamento acima daquele quadro, para a contemplação de meu relacionamento com Deus como Sua expressão.

Esta afirmação da Sra. Eddy, em Miscellaneous Writings, foi de muita ajuda: "O novo nascimento não é obra de um momento. Começa com momentos e continua com os anos; momentos de submissão a Deus, de confiança infantil e de alegre adoção do bem; momentos de abnegação, consagração, esperança celestial, e amor espirituais." Mis., p. 15. Foi o esforço devotado para deixar o senso mortal de identidade, o que me abriu o pensamento para meu ser real como reflexo. Comecei a ver que em verdade Deus faz tudo o que está feito e tudo é bom. Compreendi também que, como Seu reflexo, eu sempre expresso Sua sabedoria e inteligência.

Depois de muitos meses de negociações difíceis, foi feito um acordo bastante satisfatório para recuperar os fundos. E eu consegui conduzir as negociações com liberdade e expectativa do bem. A experiência mostrou que a renúncia firme e humilde a um falso senso de identidade abre o caminho para a compreensão de nosso relacionamento com o Pai celestial. Também mostrou que, para proteger-nos contra o pesado senso de responsabilidade pessoal, precisamos diariamente reivindicar nossa verdadeira natureza como reflexos de Deus.

Reconhecer nosso relacionamento com o Pai exige profunda humildade, uma quietude interior que cede à presença infinita de Sua bondade e poder. Nossa dedicação a esse objetivo nos habilita a progressivamente deixar o sentido mortal para trás e a alcançar uma consciência mais plena de que tudo o que realmente existe, inclusive a natureza real de cada um de nós, é governado por Deus e expressa Sua bondade.

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