A divulgação da mensagem do Cristianismo é sempre um desafio para as novas gerações de seguidores de Cristo Jesus. Nossas obras — nossa maneira de viver a mensagem — alcançam aqueles que estão em busca de respostas. No entanto, junto com as obras, são necessárias as palavras: palavras que relatem, apresentem, analisem, exponham, expliquem e registrem o poder da Verdade em nossa vida.
Hoje em dia, quando ouvimos o chamado “pregai o evangelho a toda criatura”, qual é nossa resposta? Esta seção mostra o ponto de vista de muitos indivíduos, cuja resposta foi escrever. Nosso propósito fundamental, porém, não é o de falar sobre como escrever, mas sobre a atividade sanadora de se fazer com que a Palavra de Deus seja conhecida e sentida.
Uma Das Liçoes mais importantes que eu aprendi, foi-me dada há vários anos, quando explicava a uma Redatora dos periódicos da Ciência Cristã por que eu quase não contribuía mais com artigos, enquanto servia no posto de Segunda Leitora.
Eu contribuíra antes com bastante regularidade, mas na ocasião parecia-me não dispor de tempo para escrever.
Aquela Redatora tinha ela própria muitas responsabilidades. Sua resposta gentil, mas incisiva, foi: “A eternidade não é a prolongação do tempo.” Era óbvio que ela mesma estava se esforçando para demonstrar isso.
Levei em conta o que ela disse. Humildemente, comecei a incluir essa idéia no tratamento diário para mim mesma. Defendi meu pensamento da sugestão de não ter “tempo suficiente”, mais ou menos desta forma: “Não posso pedir a Deus que me dê mais tempo, pois Ele nada conhece sobre as medidas de tempo. O que Deus conhece é a inteligência, que Ele expressa através de Suas idéias, uma das quais sou eu. A Mente infinita é a fonte da inteligência infinita, que a Sra. Eddy descreve como ‘a qualidade primária e eterna da Mente infinita’.Ciência e Saúde, p. 469. Portanto, Deus me dá a inteligência e a oportunidade de escrever artigos que abençoem e curem.”
Não muito tempo depois, certa manhã, após ler no culto dominical, voltei para casa ainda pensando em certo trecho da Lição Bíblica lida naquele dia, que especialmente se me destacara. E vi em pensamento toda a estrutura de um artigo.
Dirigi-me imediatamente à minha escrivaninha e, sem mesmo tirar o casaco, comecei a escrever. Um pouco antes de voltar à igreja para o culto vespertino, concluí o artigo. No dia seguinte, datilografei-o e o remeti. Foi aceito para publicação, não precisei escrevê-lo de novo.
De certo não posso dizer que nunca mais precisei reescrever artigos, depois disso, mas posso dizer que houve progresso. Nos últimos anos, não me recusei a revisar meus artigos, sempre que isso se fez necessário. Aliás, faço-o o mais depressa possível, e com entusiasmo, pois sei que com a revisão, o artigo terá mais substância do que o original. Na expectativa de reescrevê-lo, mal posso esperar pelas idéias que vão aparecer.
Encontrei ainda maior significado nas palavras “a eternidade não é uma prolongação do tempo”, quando comecei a ter maiores oportunidades em minha vida. Agora, após assumir ainda mais responsabilidades, descobri que jamais acharei um espaço de tempo para escrever. Tenho de abrir espaço em meu tempo. Amiúde, reservo o sábado para o propósito único de escrever o que quer que deva ser escrito.
Muito embora as idéias para um artigo ou palestra precisem ser cultivadas no pensamento, é preciso mais do que apenas pensar nelas. São necessárias a disciplina, a disposição, até mesmo a determinação de dar prioridade ao trabalho de escrever. Não acho difícil sentar-me, colocar o papel na mesa, pegar o lápis e começar. As idéias vão se encaixando no devido lugar.
Depois disso, creio que é uma disciplina adicional fazer as revisões e dispor-se a retirar até mesmo a frase ou parágrafo de que mais gostamos. Descobri que não posso me apaixonar por nada do que escrevo. Se a idéia não se coaduna com o artigo em andamento, simplesmente não serve. Consigo dexiá-la de lado com a maior facilidade.
No todo, descobri também que o ponto essencial está em amar o processo de dar, de compartilhar, o que inclui ter suficiente amor a Deus e ao homem para se empenhar em concluir o trabalho. Sim, acho que é isso mesmo! A essência do procedimento todo é o amor.
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória,
há de suprir em Cristo Jesus,
cada uma de vossas necessidades.
Filipenses 4:19, 23
