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O plano mais elevado na demonstração

Da edição de agosto de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Quer Sejamos Novos na Ciência Cristã, quer sejamos “veteranos”, é natural estarmos desejosos de demonstrar seus ensinamentos de modo mais eficaz. Para isso, precisamos elevar–nos a um plano mais alto.

Nossa demonstração se eleva na proporção em que aumentam nossa compreensão e espiritualidade. A Sra. Eddy escreve: “O caminho é a Ciência divina absoluta: andem nele; mas lembrem–se de que a Ciência é demonstrada em graus e nossa demonstração se eleva apenas na proporção em que nos elevamos na escala do ser.” Miscellaneous Writings, p. 359.

O que é a demonstração? Esse termo deriva de uma palavra latina que significa “mostrar”. A demonstração implica mostrar algo. Como, na Ciência divina, Deus e Sua idéia é tudo o que de fato existe, a demonstração é, em essência, uma mostra de Deus, ou o bem. É o aparecimento do ser real. É a exposição, ou descoberta, para o sentido humano, do que é verídico e divino. Por outro lado, o pecado, a doença e a mortalidade expressam a crença de que a mente carnal possa demonstrar–se, ou manifestar–se. Cada vez que ocorre a cura espiritual, tal alegação é refutada.

A demonstração na Ciência Cristã não origina uma nova situação, mas revela o que já está presente. Demonstrar é remover o véu que obscurece a realidade espiritual presente. É trazer à luz o que sempre existiu e sempre existirá.

O que é que faz a demonstração? A consciência espiritual, os praticistas da Ciência Cristã, a oração realizam a demonstração. Há várias respostas, mas quando nos situamos no plano mais elevado, reconhecemos que Deus é Tudo–em–tudo e faz tudo. Ele é o único agente, o único executante. Ele é o único Criador do universo espiritual e do homem. E Deus, como a fonte única de todo ser, o iniciador de todo movimento, ação e evento reais é, num sentido profundo, o único demonstrador.

Admitir isso, praticar essa verdade da melhor maneira possível, significa elevar–nos a maiores altitudes na escala do ser. É elevar–nos ao mais alto plano possível. Em conseqüência, a noção de que sejamos demonstradores humanos desaparece.

Quando, partindo de uma base espiritual sólida, admitimos, com sinceridade, que Deus é o único agente, aquilo que aparece como sendo nossa demonstração de cura fica mais nítido. Nossas demonstrações ficam menos confusas e não se atrasam devido a uma visão mortal das coisas. Requerem menos labuta e são mais naturais e espontâneas. A origem e a espinha dorsal da demonstração são divinas e não humanas.

Demonstração requer que demos absolutamente tudo a Deus. É uma oportunidade especial de afirmar que tudo que é real começa com Deus, não com o homem, nem mesmo com o homem real feito à semelhança de Deus. Isso é fato: nem mesmo o homem real origina algo. Considerando–se que demonstração é Deus expressando–se a Si mesmo e expressando Sua própria natureza, então até o homem é um aspecto da demonstração.

Nossa prova da verdade na Ciência Cristã melhora de modo considerável, quando aceitamos a idéia de que não há um mortal que comprove a verdade. A Verdade eterna, Deus, comprova–se a Si mesma. A Sra. Eddy salienta esse fato: “O melhor sanador é aquele que menos se impõe e, assim, se torna uma transparência para a Mente divina, a qual é o único médico; a Mente divina é o sanador científico.” Ibidem, p. 59.

Outra vez, perguntamos: O que é que realiza a demonstração? Não é o corpo físico ou a mentalidade humana. A demonstração é sempre a Verdade e o Amor curativos se manifestando. Conquanto seja muito natural ser grato aos praticistas da Ciência Cristã que nos ajudam pela oração, saibamos que não é a pessoa propriamente dita que realiza a demonstração.

O profeta da Galiléia, Cristo Jesus, sabia que não era ele quem dava origem a suas obras. Seu Pai–Mãe Deus é que, pelo Cristo, tornava as realidades do ser mais claras para a visão humana. “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai”, João 5:19. declarou Jesus. Longe de elevar o ego humano, Jesus baseou sua missão de cura na subordinação do senso humano das coisas, trazendo à luz a identidade espiritual. O Mestre exercia domínio sobre o sentido material.

Ao lavar os pés dos discípulos, não estaria Jesus renunciando à importância própria? Ele sabia que o orgulho mortal nunca apresenta nada de verdadeiro e real. O amor desinteressado e impelido pelo Amor é que realiza o trabalho de cura, e não a importância mundana e o amor egocêntrico. Por sua própria natureza, a cura espiritual é altruísta. Seu propósito é provar o que Deus é e o que Ele faz e, assim, abençoar aos outros. Não se destina a realizar algum propósito egoístico.

Se pensássemos que somos meros demonstradores humanos, será que sempre acertaríamos, que sempre obteríamos bons resultados? Não. “O demonstrador humano desta Ciência pode se enganar,” a Sra. Eddy diz, “mas a Ciência continua sendo a lei de Deus, infalível, eterna. A Vida, a Verdade e o Amor divino é o Princípio básico de toda Ciência, resolve o problema do ser; e nada que faça o mal pode entrar na solução dos problemas de Deus.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 348.

Dessa declaração podemos depreender que é melhor não nos considerarmos demonstradores pessoais, pois ficaríamos por demais expostos a não obter os melhores resultados, permanecendo nos níveis espirituais mais baixos. Quando lemos que “A Vida, a Verdade e o Amor divino é o Princípio básico de toda Ciência,” podemos aceitar com gratidão o fato de que é a Ciência eterna, e não a pessoa do Cientista Cristão, que gera a demonstração.

É a única Mente, o Princípio, expressando–se através do Cristo, e não a mente humana, o que impele a cura. No Prefácio do livro–texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy menciona que há vários livros sobre cura mental, a maioria incorretos na teoria, e explica: “Consideram a mente humana um agente curativo, ao passo que essa mente não é um fator no Princípio da Ciência Cristã.” Ciência e Saúde, p. x.

A responsabilidade pessoal pela cura, se não for aliviada, causa tensão. Tentar fazer a mente humana efetuar uma cura espiritual seria árduo e condenado ao fracasso. Há um caminho mais elevado, o caminho da Ciência. Aprendemos que é privilégio nosso deixar de utilizar pessoalmente a verdade e passar tudo às mãos daquele que tudo faz: Deus.

Agora, ceder a Deus como a fonte da cura não é uma questão de ficar inativo, pensando: “Graças a Deus, não tenho de fazer nada.” Dar tudo a Deus não é uma ação passiva. Não significa tomar atitude neutra ou apática. É uma responsabilidade ativa, uma exigência de reconhecer constantemente que “a Mente divina é o sanador científico”. Nossa ocupação é aguçar o sentido espiritual, a fim de discernirmos cura e demonstração.

A demonstração é mais do que uma grande promessa. É o elo, por assim dizer, entre a promessa do bem e a tangibilidade do bem em nossa experiência. Um jardineiro compra um pacote de sementes de flores, atraído pelas belas imagens mostradas na foto da embalagem. As sementes apresentam uma grande promessa. Mas há muito que fazer entre a promessa e as flores. Muita coisa ocorre entre o belo potencial ilustrado na foto e a concretização daquele potencial no jardim.

A demonstração e a cura requerem afeto e integridade humanos, mas mais se faz necessário: integridade espiritual. A demonstração requer que usemos a integridade que refletimos como imagem de Deus. Tal integridade não nos deixa pensar que a demonstração seja uma ferramenta engenhosa para satisfazer desejos humanos. A demonstração não é um meio de realizar uma lista de aspirações. A demonstração expressa a vontade de Deus e não a nossa. Refere–se a meios e fins espirituais, ainda que se evidencie na cena humana. É o Amor divino em operação, tornando o propósito de Deus, Seu universo e o homem real, visíveis ao sentido humano, por meio do Cristo. É a manifestação da realidade divina.

Saber com clareza o que a demonstração não é, firma nossa assimilação do que ela é. Não sendo uma atividade humana, não é um ímpeto de esperteza humana. É uma mostra sagrada da inteligência e do amor divinos. Compreendendo isso, trabalhamos e oramos na Ciência Cristã com mais discernimento e mais paciência e somos elevados a um plano mais alto.

A mudança de crença na mente humana e a evidência externa dessa mudança não é demonstração. Não é indício do Amor divino. Não é mostra do ser real. A cura não é mera mudança de crença, como por exemplo, deixar de crer que somos pobres e passar a crer que estamos bem de vida, ainda que tal pensamento pareça muito agradável! Não, demonstração é a crença e a mentalidade materiais cedendo à consciência espiritual. E quando isso ocorre, o resultado pode incluir deixar de viver na penúria e usufruir do bem mais abundante.

Falando claramente, a demonstração não é o resultado de acrobacia ou manipulação mental. Resulta da ação do Cristo a inundar o pensamento humano, lavando–nos das crenças mortais. Se a solução de um problema não está se dando como deveria, a pessoa deve verificar qual é sua noção do que é que faz os ajustes e o trabalho de cura. Será que o trabalho de cura é humilde, espiritual e impessoal o bastante? É suficientemente científico?

Quando estudamos e praticamos a Ciência Cristã, aprendemos a aplicá–la cada vez melhor. Se seguramos um martelo pela cabeça e não pelo cabo e ai tentamos martelar um prego, teremos dificuldades. O prego mal se moverá. Aprendemos a não culpar o martelo, mas a usá–lo melhor.

A demonstração na Ciência Cristã nunca ocasiona algo que não existia: apenas o traz à luz.

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