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A orientação de Deus

Da edição de novembro de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Qualquer Pessoa Que deposite confiança na ação benéfica do Amor divino pode comprovar que a orientação de Deus está sempre ao alcance. A Sra. Eddy escreve: “O Amor divino é nossa esperança, força e escudo. Nada temos a temer, quando o Amor está no comando do pensamento; ao contrário, só temos motivos para nos rejubilar, tanto na terra como no céu.” Miscellaneous Writings, p. 113. Contudo, às vezes, desejamos ardentemente ver alguma evidência da ajuda de Deus e não a encontramos. O que é que está faltando? Como é que podemos estar sob a proteção inequívoca e infalível do Amor divino e, ao mesmo tempo, achar que não recebemos esse apoio? Às vezes, parece que tudo está indo bem e estamos certos de que Deus está nos guiando mas, de repente, acontece algo que nos faz sentir como se tivéssemos perdido Seu apoio.

Isso se deu comigo há muitos anos, numa experiência que jamais esqueci. Ao terminar meus estudos universitários, tudo parecia fácil para mim, e com boa razão. Eu havia completado com louvor o mestrado em Administração de Empresas. Algumas semanas antes, havia sido aprovado no exame de habilitação para a profissão de contador. Uma renomada empresa de contabilidade prometera-me emprego para tão logo eu estivesse formado. E, mais importante de tudo, eu estava noivo e me casaria assim que tivesse um emprego estável.

Mas, aí, a situação se complicou! A firma que me prometera emprego disse que os negócios iam mal e não poderia contratar-me. Fiquei arrasado. Comecei a procurar emprego com afinco. Um bom número de firmas manifestaram interesse por meu currículo, mas era sempre a mesma história, os negócios iam tão mal que eles não estavam contratando ninguém. E, é claro, sem emprego, eu não podia me casar. Para mim, o futuro era negro. Durante três meses procurei emprego, mas nada consegui.

Um dia, sentindo-me bastante deprimido, resolvi ir a uma Sala de Leitura da Ciência Cristã. Não sabia o que estudar, exatamente. Eu estava tão desanimado, que nem sabia mais como orar. Peguei um volume encadernado do The Christian Science Journal e abrio ao acaso. O artigo que li salientava a importância da gratidão. Bem, isso não me dizia respeito, pensei. Não havia nada que me inspirasse gratidão. Aquele artigo não fora escrito para mim.

Comecei a ler outro artigo qualquer. Era também sobre gratidão. Com todas as dificuldades que eu tinha, o que sobrava para ser grato? Sentei-me ali e ponderei essa questão. Será que Deus estaria me mandando uma mensagem de cura?

Aos poucos, comecei a admitir que eu tinha algumas coisas pelas quais podia ser grato. Tinha um bom lar onde podia continuar vivendo até arrumar emprego. Eu tinha boa preparação e cultura. Tinha saúde. Comecei, então, a pensar na gratidão, do ponto de vista espiritual. Eu era grato por ter sido educado como Cientista Cristão. Pensei nas verdades espirituais que havia aprendido e nas muitas ocasiões em que recebera ajuda ao recorrer a Deus.

Ponderando os fatos espirituais, pensei profundamente sobre a inteligência. Eu sabia que a inteligência é um atributo primordial da Mente divina. Pertence a Deus e é refletida pelo homem. Reconheci com gratidão que a inteligência que eu expressava originava-se na Mente infinita, que tudo sabe. Tornou-se mais claro que isso me tornava uma testemunha viva do fato de que o homem existe para expressar as capacidades que pertencem a Deus. Assim, passei a ver uma perspectiva completamente nova. Percebi que Deus não só concede inteligência ao homem, mas também revela as oportunidades de usar essa inteligência de maneira construtiva. Saí da Sala de Leitura bastante fortalecido. Havia reconhecido que tinha muitas coisas pelas quais devia ser grato.

Em poucos dias eu estava empregado. Aliás, recebi mais uma ou duas boas ofertas, de maneira que pude até escolher. Algumas semanas depois de ter começado a trabalhar, recebi mais uma oferta de emprego, tão boa que eu não pude recusá-la. Nesse emprego, comecei como contador júnior e, quando deixei a firma, quinze anos mais tarde, eu era vice-presidente, tesoureiro e sócio da companhia. Eu realmente acredito ter respondido à direção de Deus, no desenvolvimento de minha carreira.

Por que será que permaneci durante vários meses sem nenhuma perspectiva de emprego? Por que será que, de repente, as comportas do Amor divino se abriram, dando-me tantas oportunidades? O que havia mudado? Era eu quem havia mudado. Preciso confessar que, antes daquela experiência na Sala de Leitura, eu costumava pensar sobre as grandes coisas que eu tinha realizado no meu tempo de faculdade. Meu grande erro foi ter pensado que, devido à minha própria capacidade intelectual, eu fora bem sucedido. Deixei de reconhecer um fato realmente fundamental da Ciência divina do ser: que o homem nada pode fazer de si mesmo ou por si mesmo. Ele age de acordo com a Mente, como reflexo de Deus. Eu necessitava de uma boa sacudida. E foi o que recebi! Despertei, por fim, para uma compreensão melhor dos fatos espirituais.

Durante todo aquele tempo de desemprego, Deus não havia suspendido as Suas bênçãos. Ele estava me apoiando e dirigindo o tempo inteiro. Meu ponto de vista, porém, era egocêntrico demais e eu não conseguira reconhecer esse fato. Mas logo percebi que os talentos e as habilidades que eu tinha expressado não eram uma possessão pessoal. Eles tinham origem em Deus e eu era reflexo desse Deus. O Amor divino me havia preparado a fim de que eu pudesse servir a outros através das bênçãos que recebera. Ao se me abrirem os olhos para uma avaliação mais correta daquilo que eu estava preparado para dar, como reflexo de Deus, as oportunidades surgiram.

Essa experiência me ajudou também a compreender melhor o que Cristo Jesus quis dizer, quando afirmou: “Eu nada posso fazer de mim mesmo.” João 5:30. Mais do que qualquer outra pessoa, o Mestre compreendeu o relacionamento espiritual do homem com Deus. No entanto, ele jamais reivindicou habilidade pessoal superior para si próprio. Tudo o que realizou, foi para glorificar a Deus, não a si mesmo. Se nosso grande Mestre podia, humildemente, reconhecer a Deus em todos os seus caminhos, não temos nisso uma lição supremamente importante para nós? O homem reflete os atributos e o poder de Deus, mas ele mesmo não é um criador. Quanto mais compreendermos o que significa ser o reflexo de Deus, envolvido pela Mente divina como sua idéia espiritual, tanto mais aparente se torna a orientação de Deus nos negócios humanos e tanto mais conseguimos reconhecer as capacidades que nos foram outorgadas por Deus.

Não raro as pessoas personalizam aquilo que pensam ser, ou não, capazes de fazer. Qualquer pessoa que achar que determinadas capacidades ou habilidades façam parte de sua bagagem pessoal e possam ser exercidas independentemente da Mente, com certeza pagará o preço desse falso conceito. A verdade é que todos os atributos identificados com teu verdadeiro ser, são teus por reflexo espiritual.

Ninguém pode estar excluído das bênçãos que resultam da terna orientação da Mente divina. No entanto, ao nosso redor, é óbvio que milhões de pessoas estão passando por sérias necessidades não satisfeitas. Em geral, elas não sabem a quem recorrer. Qualquer um que esteja alerta para os fatos espirituais do ser, pode comprovar que, volvendo-se de todo o coração a Deus, será guiado à solução certa. Conforme escreveu o Salmista: “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” Salmos 23:3.

Consideremos necessidades e respostas a essas necessidades, em termos práticos. Se alguém precisa de emprego, o que é que tem de fazer espiritualmente para conseguir que a sua necessidade seja atendida? Com demasiada freqüência, somos propensos a concentrar o pensamento naquilo que, a nosso ver, precisamos obter. Tudo estaria melhor sintonizado com Deus, se nos propuséssemos a adotar a atitude sincera de procurar uma oportunidade de atender à necessidade de outrem. Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, ensina: “Os ricos em espírito ajudam os pobres numa grande fraternidade, em que todos têm o mesmo Princípio, ou Pai; e bemaventurado é aquele homem que vê a necessidade de seu irmão e a satisfaz, buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem.” Ciência e Saúde, p. 518.

O homem, refletindo o Amor, é rico em espírito. O Amor divino é o doador de todo o bem e o dá de maneira imparcial e abundante O Amor derrama suas bênçãos sobre o homem. Não seria, então, espiritualmente científico, para aquele que precisa de um emprego, começar com a premissa de que ele é rico em espírito, rico de atributos espirituais que ele reflete? E, depois, orar sinceramente pela oportunidade de utilizar tais atributos para atender à necessidade de seu irmão?

Haveria motivo melhor, ao procurar emprego, do que o de orar sinceramente com estas palavras, de um dos poemas de nossa Líder?

Orando, quero o bem fazer
Por Ti, aos Teus,
Pois vens amor oferecer.
Conduz’-me, Deus!Hinário da Ciência Cristã, N° 253.

Ao procurar emprego, é muito útil, sem dúvida, compilar e fazer circular um currículo, com o resumo de nossas atividades e experiências passadas. Todavia, não percas de vista o fato de que tuas capacidades mais úteis, mais valiosas e produtivas, não estão em uma personalidade humana, nem são o fruto do treinamento ou da experiência profissional. Elas estão em tua verdadeira individualidade espiritual, nos talentos outorgados por Deus, talentos esses que a Alma torna manifestos através de ti. Reconhecer que possuis tais talentos de maneira abundante, abre possibilidades ilimitadas.

A Sra. Eddy indica as nossas grandes possibilidades, ao nos dizer: “Um conhecimento da Ciência do ser desenvolve as faculdades e possibilidades latentes do homem. Estende a atmosfera do pensamento, dando aos mortais acesso a regiões mais amplas e mais elevadas. Eleva o pensador a seu ambiente nativo de discernimento e perspicácia.” Ciência e Saúde, p. 128.

Pela Ciência Cristã, tens a revelação de Deus a respeito do Seu governo sobre o homem e o universo. Não desprezes os efeitos maravilhosos de teu próprio conhecimento da Ciência divina do ser. Cuidado para não cair na armadilha de crer que as habilidades e capacidades estão personalizadas numa individualidade humana. Em vez disso, reconhece e aceita o fato de que todos os atributos que pertencem realmente ao teu ser individual têm origem em Deus. Tu os refletes. Tu és a expressão individualizada da Mente infinita, a completa e perfeita expressão de tudo o que pertence ao nosso Criador. Uma vez reconhecidos esses fatos espirituais, assegura-te de que estás te empenhando em expressar os atributos que Deus te deu.

A Bíblia explica: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” 2 Cor. 9:8. Aquilo que Deus pode fazer, Ele o está fazendo, infalivelmente. Pergunta-te: “Será que eu vou confiar no poder e na vontade de Deus para ajustar tudo o que precisa ser ajustado? Estou preparado para provar que eu me movo de acordo com Ele, sob Sua direção? Será que eu acredito sinceramente que Deus ama o homem e dá-lhe, sem falhar, apoio total?” Se puderes responder afirmativamente a perguntas como essas, saberás também que podes abandonar os temores e dúvidas baseados naquilo que os sentidos vêem e confiar realmente no fato espiritual de que Deus te mostrará o caminho. A Mente divina governa e dirige o universo inteiro, sua criação espiritual, em perfeita harmonia. Tu também estás incluído nesse fato. Na verdade absoluta, nada e ninguém funciona independentemente do governo da Mente e nós podemos provar isso em nossa própria experiência.

Quando abrimos os olhos espiritualmente para uma avaliação correta daquilo que temos a dar, como reflexo de Deus, aparecerá a oportunidade de suprir a necessidade de nosso irmão, através da maravilhosa suficiência que Deus nos concede.

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