Estávamos De Mudança para outro estado. Enquanto eu levantava uma caixa pesada, alguma coisa aconteceu com minhas costas e de repente senti muita dor. Eu mal conseguia andar e definitivamente não estava em condições de levantar coisa alguma. Como eu era a única pessoa que estava carregando objetos pesados, as probabilidades de continuarmos como planejado eram mínimas.
Comecei a orar. À medida que o fazia, compreendi que não estava desamparado, como havia começado a me sentir. Deus estava ao meu lado. Que mais poderia eu precisar? Havia ficado tão absorto na mudança, que perdera de vista Sua força e poder sempre presentes.
Para corrigir esse lapso espiritual, decidi deixar de lado a sensação de responsabilidade pessoal por esse trabalho e me apoiar mais em Deus e na inspiração espiritual, ao invés da força bruta, para terminar o trabalho.
Após alguns minutos, fiquei claramente consciente da ajuda onipresente de Deus. A dor começou a diminuir rapidamente.
Poucos minutos depois, eu estava novamente de pé, carregando caixas e móveis. Mas dessa vez estava convicto de que nada era mais importante do que me manter consciente da presença de Deus. A cura logo se completou, e não tive mais problemas com minhas costas.
Talvez o inimigo que mais precisamos vencer, quando confrontados com uma sensação de desamparo, é a tentação de desistir ou de nos resignar a sofrer. A sugestão mesmérica de que estamos desamparados pode ser enfrentada com a verdade de que o sofrimento nunca é necessário nem real, pois Deus é Amor, todo-poderoso e bom. Qualquer alegação que justifique o sofrimento pode ser rejeitada, pois o propósito da existência do homem é expressar livre e ativamente, ao máximo, a bondade de Deus.
Ter pena de nós mesmos, alimentar ressentimento, ou culpar os outros por nossos problemas, impede-nos de recorrer a Deus em busca de ajuda. Mas quanto antes abandonarmos a autocomiseração e o desespero e nos volvermos a Deus, tanto antes acharemos a verdade que nos liberta.
O auxílio de Deus está sempre presente. Ao homem paralítico na cidade de Betesda, Jesus perguntou: “Queres ser curado?” João 5:6. O homem respondeu, relatando a Jesus as razões pelas quais não havia encontrado a cura até aquele momento. Sua convicção de que estava num estado irremediável fechou-lhe os olhos para a oportunidade que Jesus lhe proporcionava. Mas Jesus persistiu e ordenou que o homem se levantasse e andasse. E ele o fez, provando que a aparente imagem de desamparo era irreal. Não fez diferença o fato de o paralítico haver sofrido trinta e oito anos, e talvez haver pensado que sofreria pelo resto da vida. A saúde é a realidade do homem criado por Deus, e é tão onipresente quanto Deus. O poder do Cristo, a Verdade, se sobrepôs a toda e qualquer desculpa ou temor, e prontamente revelou a capacidade indestrutível que o homem tinha, de andar.
Cristo Jesus disse: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mateus 5:48. Recorrendo a Deus, podemos vencer toda condição ou circunstância que ameace limitar ou negar a perfeição que nos foi outorgada por Deus.
Essa perfeição se torna mais evidente à medida que compreendemos que o homem é espiritual, não material. O despontar da Verdade divina na consciência, incluindo a compreensão de que o homem é criado à imagem e semelhança de Deus, é o aparecimento do Cristo. Liberta-nos de dúvidas e temores que nos debilitam, e cura quaisquer circunstâncias de doença e invalidez.
A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã: “Não são os músculos, nem os nervos, nem os ossos, mas sim a mente mortal, que faz com que o corpo inteiro esteja ‘doente e todo o coração enfermo’; ao passo que a Mente divina cura.
“Quando isto for compreendido, nunca afirmaremos acerca do corpo, o que não desejamos se manifeste nele. Não diremos que o corpo é fraco, se o quisermos forte; pois a crença na fraqueza deve ter estado na mente humana antes de poder manifestar-se no corpo, e a destruição da crença será a eliminação de seus efeitos.” Ciência e Saúde, p. 219.
Estamos nos vendo uns aos outros como Deus nos criou, ou seja, espirituais, perfeitos, livres, totalmente capazes? Ou estamos nos apegando a um conceito limitado do homem como material, falível, desamparado? Compreender a verdade de que Deus e o homem são perfeitos significa destruir a crença de que o homem é imperfeito e está desamparado.
Um grande amigo meu estava com dificuldades para se mexer livremente. Estava com o ombro deslocado, e sentia dores excruciantes. Quando nós dois oramos, reconhecemos sua identidade espiritual como filho de Deus, o controle absoluto que Deus tinha sobre ele, e sua capacidade ilimitada de expressar a perfeição livremente.
Ele estava muito transtornado por causa de um desentendimento que tivera com a esposa, por isso oramos também sobre a paz em seu lar. Sabíamos que há apenas uma Mente, e que, como sua esposa era tão inseparável da Mente quanto ele, eles não podiam deixar de se reconciliar e assim encontrar uma solução para o problema que os afligia.
O desentendimento desvaneceu-se rapidamente. Pouco tempo depois, o ombro de meu amigo se ajustou e a dor desapareceu.
O fato de termos recorrido a Deus, sem temer que a ajuda não viesse, proporcionou a meu amigo a cura de que ele precisava. Não fez diferença alguma qual era a aparente origem do problema: se a dor no ombro parecia tornar difícil a convivência entre meu amigo e a esposa, ou se o conflito conjugal parecia deslocar o pensamento e, conseqüentemente, o ombro de meu amigo. Para Deus há apenas uma realidade, a perfeição espiritual, e esta é constante. E unicamente Deus, o bem, é causa.
“Para Deus tudo é possível”, Mateus 19:26. disse Cristo Jesus. Ao abandonar toda fé na matéria e apoiar-nos totalmente no Espírito para a cura, invocamos as leis de Deus da saúde e da harmonia em nosso favor e trazemos o pleno poder curativo de Deus em nosso amparo. Podemos nos apoiar em Deus a qualquer momento e sob quaisquer circunstâncias para nos curar. Nunca estamos desamparados!
