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Riqueza verdadeira: idéias abundantes, abundância do bem

Da edição de novembro de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Do Ponto De vista da Ciência Cristã, todo conceito de substância como sendo Deus, o Espírito divino, desafia radicalmente a noção de que a verdadeira riqueza pode ser contada por meio de medidas materiais. A matéria, por sua própria natureza, tanto nas suas formas específicas como em sua tendência geral, é sempre finita. Tem começo e fim. Tem fronteiras. Sem dúvida, compreender a substância real do homem, de acordo com a Ciência do Cristo, é o que nos liberta dos limites da matéria e nos abre o infinito suprimento das idéias espirituais, que são a verdadeira riqueza. No entanto, o objetivo do homem e da mulher de pensamento espiritualizado não é demonstrar mais e mais matéria, mas demonstrar que esse bem infinito, essas idéias infinitas estão à disposição de todos. Esse é o caminho da renovação espiritual, ou seja, da salvação. O homem ou mulher que reconhece a disponibilidade da infinitude das idéias espirituais tem acesso a tudo aquilo de que necessita.

Com as idéias infinitas jamais podemos sofrer carência. As riquezas verdadeiras sempre podem encontrar-se em idéias, não na matéria. Como Mary Baker Eddy declara em Miscellaneous Writings, “Deus vos dá Suas idéias espirituais, e elas, por sua vez, vos dão vosso suprimento diário.”Miscellaneous Writings, p. 307. Quando somos ricos em idéias, em compreensão, sabedoria, conhecimento espiritual, então o universo do bem se desdobra para nós e o tesouro de Deus está ao nosso alcance. Nós possuímos verdadeira substância, a verdadeira riqueza.

A revelação da Ciência Cristã eleva o pensamento a aceitar a grande verdade de o homem não ser de modo algum material, um mortal limitado com recursos limitados. O homem é inteiramente, completamente espiritual. Sua substância real está sempre em Deus, a Mente divina sem fronteiras. Como idéia dessa Mente sem fronteiras, o homem tem de refletir de forma irrestrita todas as qualidades que a Mente, o puro Espírito, concede. A substância de nosso ser verdadeiro nunca pode gastar-se, desperdiçar-se ou extinguir-se. Aquilo que constitui nossa identidade, aquilo em que ela consiste, é tão permanente como o próprio Deus. O bem auto-expansivo, que é nosso por reflexo, é inseparável de nosso próprio ser.

Como sempre, Cristo Jesus é nosso exemplo. Jesus viveu com simplicidade. No entanto foi o homem mais rico que o mundo já conheceu. O Filho de Deus não podia jamais ser empobrecido. Ele compreendia o Amor infinito e a vida sem limites, a absoluta totalidade de Deus. Isso lhe pertencia por reflexo. Ele não possuía uma carteira de ações, nem bens imobiliários, nem sequer uma conta bancária para guardar suas poupanças. No entanto ele sempre possuía idéias espirituais, inspiração espiritual. Ele jamais estava desprovido da verdadeira riqueza — idéias abundantes, o bem abundante. Ele compreendia que a substância de todo o ser é Deus e sempre é ilimitada. Ele podia fazer retiradas de sua conta de amor e compreensão espiritual, sempre que necessitasse. Nunca deixou de ter mais do que o suficiente.

Um relato do Novo Testamento, conhecido de todos os cristãos, a história dos pães e dos peixes, ilustra com clareza a verdadeira riqueza que com freqüência se manifesta em sentido contrário à aparência exterior das coisas. Quando a experiência ou as circunstâncias sugerem que a necessidade é demasiado grande, e os recursos são poucos; quando as medidas mortais simplesmente sugerem que o que existe não é suficiente, ou seja, não há tempo suficiente, ou talento, ou habilidade, ou dinheiro, ou pães e peixes, aí mesmo o Cristo, a mensagem divina de Deus, já vem a caminho de nós, para redimir essa ignorância. O Cristo mostra-nos que no reino de Deus jamais existe bem insuficiente para nos alimentar, amor insuficiente para cuidar de todos os Seus filhos, em qualquer momento ou em qualquer necessidade.

O relato de quando nosso Mestre alimenta milhares de pessoas com o que poderia ser percebido pelos sentidos materiais como suprimento aflitivamente inadequado de alimentos é maravilhoso, devido à promessa que contém da graça de Deus. É terno em sua ilustração da universalidade do amor do Pai, é poderoso porque cumpre o domínio dado ao homem por Deus e é surpreendente porque demonstra a supremacia da lei espiritual sobre a material, e por isso ele merece a cuidadosa atenção de todos os leitores do Novo Testamento. Aliás, é a única das obras de Jesus a ser descrita nos quatro evangelhos. Ver Mateus, cap. 14; Marcos, cap. 6, Lucas, cap. 9, João, cap. 6. Parece evidente que deve ter enchido de admiração os primeiros cristãos, ao verem como seu Senhor tinha acesso ao poder divino, que era imediato e podia ser posto em prática. Mateus fala da “compaixão” de Jesus para com o povo. E Mateus também relata como Jesus olhou “para o céu” antes de abençoar e partir o pão. Não estaria Jesus a voltar-se da matéria para o Espírito, quando “olhou para o céu”? Não estaria ele a elevar sua visão acima da cena mortal de suprimento insuficiente? Não estaria ele a voltar-se do sentido para a Alma, ao procurar riquezas de uma natureza mais elevada, a verdadeira riqueza das idéias, da vida em Deus e de Deus? Jesus alimentou o povo com idéias, que negavam o senso de carência, e a maneira como essas idéias se concretizavam era na forma prática de alimento. Não apenas os corações e a mente do povo ficavam satisfeitos, também seus estômagos.

Um importante elemento para compreender a natureza da verdadeira riqueza e de começar a demonstrá-la em espírito e na vida é a compreensão de que a matéria não tem poder criador próprio. A crença geral de construir riqueza tem a ver com a acumulação de matéria, a matéria a reproduzir-se a si própria, criando mais matéria, mediante, por exemplo, uma taxa de juros aumentada, uma carteira de ações em crescimento, o aumento do valor dos imóveis, até a compra de um bilhete de loteria. Mas se os investimentos podem desempenhar um aspecto útil na economia humana, a confiança em meros fatores materiais tende a nos enganar sobre a natureza da verdadeira riqueza. Todos os métodos materiais proclamam virtualmente que a matéria é criadora. No entanto, a Sra. Eddy deixa bem claro em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A matéria não é inteligente nem criadora.”Ciência e Saúde, p. 89. E depois, no parágrafo seguinte, ela esclarece que a matéria não tem poder para produzir ou reproduzir o que quer que seja. Ela pergunta: “Como é que foram multiplicados os pães e os peixes nas margens do mar da Galiléia, — e isso também sem alimento ou mônada de onde pudessem vir o pão e o peixe?”Ibidem, p. 90. A resposta é que foram multiplicados pela Mente divina, não pela matéria; por meio de idéias, inspiração, compreensão, não meios mortais, expansão do mercado ou uma boa fortuna.

Jesus virou do avesso o habitual sentido de oferta e procura, ou das ciências econômicas, e revelou a natureza e o papel da revelação na satisfação das necessidades humanas. As idéias são as ferramentas da revelação. As idéias dão acesso ao que a Mente revela. Foi a revelação da Mente a Jesus, sobre a realidade da abundância do bem, que eliminou a noção da ausência do bem e assim alimentou as multidões, não com mera suficiência, mas com abundância. A revelação alimentou Jesus, e ele, por sua vez, viu seu resultado prático: os pães e os peixes, isto é, o alimento que o povo podia ver, sentir, cheirar e comer.

O relato do Evangelho de João dá o detalhe adicional de que o povo, depois de ser alimentado, “vendo pois, os homens o sinal que Jesus fizera, disseram: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.” João 6:14. Como relato vívido de fatos verdadeiros, tanto como parábola de lições mais amplas, Jesus alimentando as multidões é uma das mais significativas descrições da verdadeira abundância que o mundo já testemunhou. A verdadeira riqueza tem sua fonte unicamente no Espírito, nunca na matéria; tem sua base na revelação, jamais em raciocínio ou esquematização morta; tem seu fundamento em idéias, nunca em coisas. É instantânea e imediata, não atrasada ou suprimida. É universal, não pessoal. Tem um propósito altruísta, não é auto centrado. É constante, perpétua, contínua, eterna. Nunca é interrompida, cíclica, sazonal ou flutuante. Para o metafísico cristão, compreender a verdadeira riqueza não pode incluir vantagens pessoais ou domínio sobre outros. Ele não pode orgulhar-se da suposta posição inferior de outra pessoa, nem pode assumir uma hipotética superioridade. Pelo contrário, promove a abnegação, a humildade e o amor universal.

Para demonstrar progresso genuíno em nossa vida e expandir nosso próprio sentido de riqueza, para ver nossos próprios “pães e peixes” multiplicados, precisamos levar ao Cristo, a Verdade, o bem que já temos, confiar absolutamente no Princípio divino da substância do homem, a lei de Deus, a lei do bem, multiplicando-se infinitamente, e voltar as costas a confiar na matéria. Precisamos ir para além da mentalidade fechada de acreditar que a riqueza está na matéria e ficar firmes com nosso Mestre no Mar da Galiléia, “erguendo os olhos ao céu”, abençoando o que Deus já nos deu e assim partilhar essa verdade liberalmente. Então recolheremos as sobras, “doze cestos cheios”, idéias abundantes, abundância do bem. Isso é conhecer a verdadeira riqueza.

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