Como Reconhecemos A verdadeira atração? Como podemos perceber a diferença entre a atração do apego pessoal e a atração espiritual, verdadeira? Uma análise honesta de nós mesmos ajuda a ver o que está nos motivando.
No Manual de A Igreja Mãe, da Sra. Eddy, encontramos uma orientação que pode nos auxiliar nessa análise. É a “Regra para motivos e atos”.Manual, Artigo 8°, § 1°. Na primeira frase lemos: “Nem a animosidade nem o afeto puramente pessoal devem ditar os motivos e os atos dos membros de A Igreja Mãe.” Geralmente estamos conscientes de sentimentos de animosidade, e, por causa do mal-estar que trazem, lutamos para vencê-los. Mas o apego pessoal é muito mais sutil. Podemos tomar o partido de alguém ou algo porque atende a nossos interesses pessoais, mesmo que não tenhamos um vislumbre sequer do caráter, da motivação ou dos pontos básicos em questão. Isto também é verdadeiro para lugares e coisas, pois podemos ser influenciados tanto por lugares e objetos, quanto por pessoas. A Bíblia aconselha: “Não julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça.” João 7:24. Um julgamento correto não é baseado no quadro material nem em opiniões humanas. É baseado na lei de Deus e no fato de que o homem é naturalmente atraído pela bondade, porque a bondade é o efeito da lei de Deus. Podemos ver sinais dessa atração na limpeza, na ordem e na harmonia que uma sociedade obediente às leis desfruta.
Pode parecer que o apego pessoal nos influencia ou nos amarra através da bajulação, que infla o ego mortal. Essa manobra pretende manipular-nos e fazer-nos seguir o ponto de vista de outra pessoa sobre uma situação, ao invés de seguir nosso próprio conceito mais elevado do que é correto. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: “Devemos examinar-nos para saber quais são as afeições e propósitos do coração, pois só assim chegaremos a saber o que honestamente somos.”Ciência e Saúde, p. 8. Podemos nos perguntar: “O que está me atraindo ou impulsionando? Qual é meu motivo? E onde está o amor?” Se encontramos pureza, honestidade, ordem e bondade em nossa vida, encontramos certa medida de santidade em nossa vida. Mas se achamos que estamos sendo manipulados, podemos fortalecer, através da compreensão espiritual, essa fraqueza que poderia permitir que fizessem mau uso de nós. O fato de estarmos conscientes de nossos próprios motivos nos ajuda a ver com clareza e a anular a influência de objetivos errados.
A segunda frase da Regra citada acima diz: “Na Ciência, só o Amor divino governa o homem, e o Cientista Cristão reflete os suaves encantos do Amor, pela repreensão do pecado, pela verdadeira fraternidade, caridade e perdão.” Deus é Amor, e esse Amor é o Princípio do universo, que cria e governa tudo. Porque o Princípio é Amor, ele abarca suas idéias, as perpetua e sustenta. Essas idéias são espirituais e perfeitas. Como idéia do Amor, o homem é a própria expressão do Amor. Ele não pode ser adulterado, violado ou destruído.
À medida que compreendemos essa lei, também confiamos nela. Constatamos que não há necessidade de usar vontade humana, e seguimos as ordens de Deus. À medida que confiamos na lei do Amor para resolver as situações humanas, podemos ser caridosos com os nossos assim chamados inimigos. Caso nos pareça necessário repreender o pecado, podemos fazê-lo sem ligá-lo a uma pessoa. Só assim a “verdadeira fraternidade” aparecerá. A Sra. Eddy escreve: “Esta grande verdade da impersonalidade e individualidade de Deus e do homem à Sua imagem e semelhança, individual, mas não pessoal, é a base da Ciência Cristã.”The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 117.
Personalizar o bem ou o mal é desviar-se do Princípio divino. Cristo Jesus perguntou a um homem que se aproximou dele, louvando-o: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só, que é Deus.” Marcos 10:18. Reconhecendo que é Deus somente quem nos faz bons, chegaremos à conclusão de que o homem não tem alternativa senão ser bom. Mas o Princípio divino requer nossa obediência. Essa lei não se alterará para acomodar erro algum, de espécie alguma. Ela permanece firme. O homem está permanentemente seguro, envolto por seu Princípio perfeito, e nunca pode abandonar esse grande coração do Amor. Somos atraídos pelo Amor porque o Amor é a fonte de nosso ser.
Certa vez foi-me pedido que renunciasse a minhas convicções religiosas para manter um relacionamento com uma pessoa. À medida que orava, ficou muito claro que o que me pediam era escolher entre uma pessoa e o Princípio. Minha resposta veio através de uma análise de mim mesma. Eu estava vivendo para satisfazer a uma pessoa, ou ao Princípio? À medida que lutava para ficar com ambos, lembrei-me de como Cristo Jesus pediu que o cálice, a crucificação, fosse passado dele sem que tivesse de bebê-lo. Ver Mateus 26:39. Aprendi a dizer a Deus: “Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres.” Houve uma separação entre mim e o outro indivíduo, mas ao invés de perda, descobri que o Princípio divino, o Amor, ainda me mantinha protegida. E o meu amigo? O Princípio abrangeu essa pessoa querida também. Esta é a maravilha do Amor divino. Ninguém está excluído!
A última frase da “Regra para motivos e atos” diz: “Os membros desta Igreja devem vigiar e orar diariamente para se livrarem de todo o mal, para se livrarem de profetizar, julgar, condenar, aconselhar, influenciar ou serem influenciados erroneamente.” Como sabemos que estamos sendo influenciados erroneamente? Quando nós mesmos ou outra pessoa relutamos ou somos incapazes de abrir mão de uma determinada opinião para ver o ponto de vista da outra pessoa, isso pode muito bem ser um obstinado apego pessoal, e não a atração espiritual. A Ciência Divina tem origem no Princípio, não em pessoas. Quanto mais abraçamos as leis de Deus em amor, tanto mais refletimos a infalível graça e bondade de Deus, e sentimos nossa inata atração em direção ao Espírito.
A bênção do Senhor enriquece,
e com ela não traz desgosto.
Provérbios 10:22
