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“... a vida eterna é esta”

Da edição de novembro de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Há Um Tempo atrás, num lugar onde nos hospedamos durante as férias, acordei um dia com o ruído de água gotejando sobre umas latas, perto da janela do quarto. Como era muito cedo, eu quis me irritar com aquele barulho, pois pretendia dormir mais um pouco. Mas no mesmo instante percebi junto à janela uma enorme árvore, onde havia pássaros a cantar no alegre alvoroço do amanhecer.

Havia dois sons distintos ao mesmo tempo: a água que gotejava, e o canto dos pássaros. Eu podia prestar atenção que eu quisesse ouvir. Fiquei atenta ao gorjeio dos pássaros e empenhei-me em distinguir os diferentes trinados. Quando me dei conta, eu não estava mais ouvindo o barulho das latas e já não estava irritada por ter acordado tão cedo.

Assim como naquele dia consegui discernir o canto mavioso da passarada, assim também somos beneficiados quando nos esforçamos para discernir a harmonia existente entre Deus e o homem, ainda que diante de nós haja um quadro de discórdia e dor.

O estudo da Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss) nos treina espiritualmente a fazer exatamente isso. Não ignoramos aquilo que nos desagrada, mas aprendemos a compreender a presença de Deus em todas as circunstâncias, a entender a atuação do Amor divino em restaurar a harmonia às situações que temos de enfrentar. As experiências difíceis com que nos deparamos oferecem a oportunidade de empenhar-nos em perceber aquilo que é harmonioso e real, a fim de sobrepor-nos à tristeza e ao desconsolo, em vez de fixar o olhar no lado triste da situação.

Tive de aprender muito sobre esse ponto, quando um de nossos filhos adultos faleceu em condições trágicas e inesperadas, vítima de uma descarga elétrica. Precisei obter uma compreensão mais profunda acerca da vida e de seu oposto, a morte. Isso fez uma enorme diferença em meu modo de encarar o dia-a-dia.

A Ciência Cristã ensina que Deus é Vida. O verdadeiro homem, como filho amado de Deus, jamais se encontra fora da presença de Deus. No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy escreve: “As Escrituras dão a entender que Deus é Tudo-em-tudo. Segue-se daí que nada possui realidade, nem existência, exceto a Mente divina e Suas idéias. As Escrituras também declaram que Deus é Espírito. Portanto, no Espírito tudo é harmonia e aí não pode haver discórdia; tudo é Vida, e não há morte.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 331.

Chegara a hora de eu pôr à prova o que havia aprendido, a fim de encontrar consolo. Eu sabia que o estudo a que me dedicara não me falharia nesse momento. Apeguei-me à “exposição científica do ser” Ibidem, p. 468., de Ciência e Saúde, principalmente à frase que diz: “O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual.” Quando me dei conta de que essa declaração diz que “o homem é Sua imagem”, a imagem de Deus, foi como uma luz brilhante a iluminar meu pensamento, trazendo alívio e paz.

O homem é sempre espiritual. Portanto, não é por meio da experiência da morte que ele se torna espiritual. Então firmei-me na compreensão de que todos são sempre espirituais e ninguém jamais está separado de Deus.

Uma das palavras que a Sra. Eddy usa como sinônimo de Deus é Vida. Assim, mantive no pensamento o conceito de que Deus é Vida, que não só nosso filho, mas todos nós — seus pais, sua esposa, seus filhos, seus irmãos, — somos agora a imagem de Deus. A Vida, Deus, continua intacta.

Naquela ocasião uma pessoa muito querida escreveu-me, e me fez lembrar as palavras da Sra. Eddy, referindo-se a um de seus alunos, que havia falecido. Dizia: “... ele não morreu, nem está dormindo ou descansando do trabalho que fazia na Ciência divina; e sua obra continua. O mal não tem poder para causar danos, para impedir ou destruir o verdadeiro homem espiritual. Ele (o referido aluno) tem mais sabedoria, mais saúde e mais felicidade hoje do que ontem. O sonho mortal de vida, substância ou mente na matéria diminuiu. A recompensa pelo bem e a punição ao mal, e o despertar do sonho adâmico do mal terminará em harmonia, o mal destituído de poder, e Deus, o bem, onipotente e infinito.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 296.

Para Deus, só existe a eternidade. O ontem, o hoje e o amanhã são conceitos humanos. A eternidade está sempre presente diante da plenitude da criação divina: o bem, a felicidade, a harmonia. À medida que eu assimilava esses conceitos e os relacionava com meus próprios sentimentos, fui vencendo o abatimento e consegui dirigir minha atenção à verdade do ser.

Quando nos apoiamos em nosso reconhecimento de que Deus é Vida infinita, em eterna perfeição, e o homem é Sua imagem eternamente perfeita, constatamos que a emoção, a tristeza e a saudade não podem nublar nossa alegria. Então vislumbramos a beleza da realidade espiritual da vida eterna. À medida que compreendemos o homem como espiritual, criado à imagem de seu Criador, nosso pensamento se volta para a eternidade da Vida.

No evangelho de João lemos: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17:3. Cristo Jesus foi o emissário e comprovador dessa verdade. Sua ressurreição demonstrou a eternidade do Cristo.

Conhecer um só Deus, um só poder, um só Princípio governante é a base do raciocínio que indica que a verdadeira vida, a única vida, não depende da matéria, e essa vida é uma só, eterna. Foi Jesus quem nos revelou o conhecimento de que a vida não se extingue. Ele o comprovou, e pôde declarar com autoridade que a vida eterna consiste em conhecer e compreender o que Deus é.

O amor, a inteligência, a alegria que recebemos daqueles seres queridos que já não estão conosco, permanecem em nosso pensamento. O amor que emana do Amor, a inteligência que vem da Mente, a alegria que vem da Alma são o reflexo de Deus e são eternos. Quando insistimos em manter no pensamento a criação espiritual, ou seja, o que verdadeiramente cada filho de Deus é, ficamos aliviados e curados do sentimento de perda ou de falta. Não há solidão nem perda no reino de Deus.

Não analisemos, portanto, as condições e circunstâncias materiais, humanas, mas fixemos nossa atenção na Verdade e no Amor, em nosso Pai-Mãe, Deus, o Princípio que rege a imortalidade.

A Sra. Eddy nos mostra, num verbo conjugado no modo imperativo, o que fazer para discernir a verdade espiritual, mesmo diante de um quadro de desarmonia. Eis o que ela recomenda: “Desvia o olhar do corpo para a Verdade e o Amor, o Princípio de toda felicidade, harmonia e imortalidade. Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos.” Ciência e Saúde, p. 261.

E para onde vamos dirigir convictamente nossos pensamentos? Para aquilo que é eterno, para a substância divina, para o bem, para a criação perfeita. Para o que é real, para o verdadeiro Deus, que o Cristo nos revela.

O conhecimento de Deus como Vida, como Verdade, como Amor faz-nos dizer, como o disse Cristo Jesus: “... a vida eterna é esta.”

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