O Mundo Precisa de mais gente disposta a dar. Gente que contribua para melhorar a qualidade de vida de sua comunidade; voluntários que ajudem os necessitados; homens homens e mulheres que sustentem as instituições beneficentes e educacionais.
Algumas pessoas estão dedicando parte de seu tempo e estão dando de si mesmas para ajudar os outros no que lhes é possível. Mas muitas outras não estão participando em sua comunidade, em seu governo, em sua igreja, em sua escola. Um estudo recente, realizado nos Estados Unidos, indica que os novos ricos desse país dão muito menos para beneficência do que davam os ricos de antigamente. É preocupante pensar que talvez isso indique uma diminuição no senso de responsabilidade social. The New York Times, 12 de fevereiro de 1996.
Alguns talvez acreditem, equivocadamente, que dar significa, em última análise, perder. Ou, que o indivíduo que deixa de dar está se beneficiando na mesma proporção. É importante compreender, no entanto, que fazer o bem aos outros não causa perda. Também não é verdadeiramente benéfico para o indivíduo ser avarento com o bem que poderia fazer aos outros. Uma olhada mais cuidadosa à mensagem bíblica mostra que dar abençoa tanto o doador como o que recebe. "Aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará", diz um os autores do Novo Testamento. E continua: "Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria." 2 Cor. 9:6, 7.
Outra lição aprendida da Bíblia é que dar é algo natural. Isso porque o homem é, em realidade, a imagem de Deus, que dá todo o bem. Cristo Jesus mostrou que, vivendo a partir desta premissa, ou seja, a de que refletimos a natureza de Deus, o Amor divino, torna-se natural ser altruísta e caridoso, abençoando o próximo sempre que possível. Isso inclui curar o doentes mediante o poder de Deus. Jesus disse: "Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai." Mateus 10:8. Dar liberalmente, dar com alegria, é realmente o que Deus quer para o homem que Ele criou. Deus impele o homem a dar e é para isso que Ele o ama. Quanto mais altruístas e caridosos formos, mais estaremos obedecendo ao impulso divino e mais sentiremos o amor de Deus.
Vejamos o incidente, narrado na Bíblia, da viúva pobre que deu duas moedas de cobre para o tesouro do templo. Era uma quantia relativamente pequena. A mulher poderia ter pensado que aquilo era tão pouco que talvez não fizesse nenhuma diferença. Então, por que dar? Ou senão, poderia ter achado que seria melhor para ela não dar nada. O fato é que ela deu. E o que mais importa é que seu coração e seu pensamento estavam abertos ao conceito de que dar era certo e bom. Aí está o âmago da mensagem divina: é natural fazer o bem. Como Cristo Jesus observou: "Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes." Marcos 12:43.
Certamente não é suficiente apenas dizer que estamos abertos a essa mensagem transformadora, assim como não poderíamos dizer que somos hospitaleiros só porque temos um capacho na porta que diz: BEM-VINDOS. O que precisamos fazer é orar com afinco, humildade, sinceridade e de todo o coração ceder à influência do Cristo, a Verdade. Então sim, estaremos abertos à realidade de que nossa natureza é verdadeiramente benevolente. Aceitamos a benevolência em nosso coração, a pomos em prática, porque esse dar, essa expressão do Amor divino, é completamente espontânea na nossa verdadeira natureza.
Uma fila no supermercado, uma aula na escola, uma reunião de negócios, um trabalho de grupo, todas as oportunidades de interagir são também oportunidades de dar. Talvez seja preciso paciência, ou compaixão, devoção, orientação moral, até mesmo coragem. Aqueles que desejam seguir os ensinamentos de Jesus aproveitam todas as oportunidades de dar de si. E sempre são beneficiados com isso. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: "Os ricos em espírito ajudam os pobres numa grande fraternidade, em que todos têm o mesmo Princípio, ou Pai; e bem-aventurado é aquele homem que vê a necessidade de seu irmão e a satisfaz, buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem." Ciência e Saúde, p. 518.
Todavia, em meio a circunstâncias particularmente difíceis e frente às exigências desta época, que nos pressionam de todos os lados, pode ser que sejamos tentados a "economizar" nas expressões de bem. Talvez nos pareça que dar mais apoio a uma obra de valor seria pedir demais, ou que uma boa ação a mais não faria muita diferença. É aí que precisamos estar especialmente alertas a respeito daquilo que admitimos em nossa consciência, vencendo a tentação de não dar. Egoísmo, ciúmes, indiferença, o que quer que procure impedir a boa ação, é produto da assim chamada mente carnal, mentalidade essa que na Bíblia vem definida como "inimizade contra Deus". Romanos 8:7. No entanto, não há nada de realmente substancial na mentalidade carnal, não há nela inteligência, nem verdade, poder ou habilidade. É apenas um conceito errôneo de que existe uma mente separada de Deus e oposta a Ele.
Há só uma Mente, um único Deus, que é puro Amor. Se for receptiva aos pensamentos da Mente divina, a humanidade virá a saber com certeza que a natureza verdadeira do homem é a semelhança de Deus, a expressão do Amor. Nós descobriremos nossa natural e ilimitada capacidade de fazer o bem. Reconheceremos que somos capazes de dar.
