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Querer o que não é seu

Da edição de agosto de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


Se Alguém Sente cobiça é porque acredita que seja incompleto ou que lhe falte alguma coisa que outra pessoa tem. Acredita que Deus seja parcial, dando o bem a uns e retendo-o de outros ou, no mínimo, que esteja dando mais a uns do que a outros.

O Décimo Mandamento, o último na série de Mandamentos dados por Moisés, afirma o seguinte: "Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem cousa alguma que pertença ao teu próximo." Êxodo 20:17. Esse mandamento, embora seja o último dado a Moisés, é bastante importante. Podemos entender essa lei de Deus como uma afirmação de que o homem é completo pois, em sua verdadeira natureza, ele é a plena expressão de Deus. E esse mandamento se aplica às propensões humanas do pensamento, que se baseiam na crença de que o homem é um mortal limitado. Se essas propensões não forem logo detectadas, podem levar a formas específicas de mal, descritas nos mandamentos anteriores, tais como homicídio, adultério e assassinato do caráter. A cobiça abre a porta do pensamento a atos maus.

Cristo Jesus, sendo o próprio Filho de Deus, viveu em total obediência à lei de Deus. Ele estava bem consciente dos Dez Mandamentos e de suas profundas implicações. Instruía seus seguidores a desviar o pensamento das preocupações sobre bens materiais necessários, assegurando-lhes: "Buscai,. .. em primeiro lugar, o seu reino [de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas." Mateus 6:33.

A Sra. Eddy, tendo sido uma fiel seguidora de Jesus, o que a levou a descobrir a Ciência Cristã, escreve em Ciência e Saúde: "O homem caminha na direção em que olha, e onde estiver seu tesouro, aí estará também seu coração. Se nossas esperanças e nossos afetos são espirituais, é de cima que eles vêm, não de baixo, e trazem, como outrora, os frutos do Espírito." Ciência e Saúde, p. 451.

A fim de anular a sensação de cobiça, temos de reconhecer a inteireza de nosso próprio ser como idéia espiritual de Deus, e saber que este é o verdadeiro status de cada um. Temos de reconhecer que o ser do homem inclui todas as idéias corretas, pois ele é a imagem espiritual e completa de Deus, a Mente divina. Há um único Deus infinito e uma única criação espiritual, repleta da totalidade de Deus. Na proporção em que compreendermos isso, as crenças de cobiça já não poderão nos influenciar nem atingir.

Em certa época, os negócios de meu marido lhe exigiam viagens constantes e eu ficava sozinha com nossos dois filhos pequenos por várias semanas a fio. A idéia de abrir um negócio próprio veio como resposta às minhas orações sobre atividade correta e emprego certo. Nessa pequena empresa, oferecíamos um serviço de recados e assistência temporária de secretaria.

A oração havia dado início a esse empreendimento e foi através da oração que ele cresceu e prosperou, assim como nossos filhos! Quando surgiam desafios, fossem eles referentes à necessidade de contratar empregados, de conseguir clientes ou de resolver problemas mecânicos, as soluções sempre vieram através da oração. Nunca foi necessário pedir um centavo emprestado, desde o dia em que essa empresa começou a funcionar. Nunca faltou dinheiro para a folha de pagamento e nem deixou-se de pagar uma conta sequer.

Em determinado momento, contratei uma funcionária que era bastante competente, alegre e educada no trato com os clientes. Essa moça já tinha experiência como secretária e logo percebeu a potencialidade desse negócio. Algum tempo depois de ela começar a trabalhar para mim, certos clientes de contas pequenas deixaram de vir ao escritório. Parecia não haver nenhuma razão especial para isso, mas como não chegava a prejudicar muito o movimento, a coisa passou quase despercebida.

Depois, foram os clientes com contas maiores que deixaram de vir. Também a atmosfera no escritório começou a se tornar reticente. E, pela primeira vez, cheguei a me perguntar se teria suficiente dinheiro para a folha de pagamento.

Foi natural para mim volver-me à oração para ver a continuidade dessa idéia de atividade correta e de emprego certo. A resposta a essa oração veio imediatamente. Um cliente me procurou e perguntou se eu estava a par do fato de aquela moça estar pegando meus clientes para si. Ela levava o trabalho para casa e o fazia à noite, por preço menor. O objetivo dela era usar a minha empresa como ponto de partida para o seu próprio negócio.

A solução para esse caso me veio através das palavras do Décimo Mandamento, da seguinte maneira: "Não cobiçarás a idéia de outra pessoa, mas reivindicarás a tua própria."

Reivindiquei aquele negócio como sendo a maneira que Deus havia me dado para expressar atividade. Ninguém mais poderia apoderar-se dele ou separá-lo de mim. Percebi que essa moça poderia iniciar seu próprio negócio mas não podia apoderar-se do meu, devido à proteção espiritual do Décimo Mandamento, que nega as crenças de cobiça, com sua lei implícita de que o homem é espiritualmente completo.

Pouco tempo depois, essa funcionária pediu para falar comigo. Ela disse ter chegado à conclusão de que o negócio estava em declínio, que exigia muito e que era oneroso. Ela comentou que devia estar sendo difícil eu cuidar da família e desse negócio. Por isso, ela queria cordialmente se oferecer para assumir o negócio, aliviando-me assim dessa responsabilidade! Deus, porém, já tinha falado comigo. Eu compreendi que a crença de cobiça não poderia apoderar-se de minha demonstração de atividade correta.

A moça acabou saindo de minha firma para iniciar o seu próprio negócio, com alguns de meus clientes, mas eles logo voltaram para mim. Em pouco tempo, meu negócio estava prosperando de novo, expressando a harmonia e a abundância da idéia de Deus.

A cobiça é uma crença de que "eu não tenho, mas você tem". Isso tornaria Deus pessoal e parcial. Quando, porém, compreendemos que Deus dá todo o bem a todos, não sobra base alguma para tais crenças falsas, limitadoras. A tentação de cobiçar é destruída e também conseguimos compreender que podemos reivindicar, como sendo nossa, a totalidade de Deus.

O Senhor é bom para todos,
e as suas ternas misericórdias permeiam
todas as suas obras.

Salmos 145:9

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