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Pôr um freio ao crime

Da edição de agosto de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


Qual é a responsabilidade de um bom cidadão, numa comunidade assolada pelo crime? A Sra. Eddy fala sobre isso em Ciência e Saúde, quando escreve: "Este mundo material está se tornando, desde já, arena de forças em Conflito.... Durante esse conflito final, mentes maldosas esforçar-se-ão para achar meios de causar mais males; mas os que discernem a Ciência Cristã, porão um freio ao crime. Ajudarão a expulsar o erro. Manterão a lei e a ordem, e aguardarão alegremente a certeza da perfeição final." Ciência e Saúde, pp. 96–97.

Essa é uma ordem e tanto! Mas o contexto em que essa afirmação está inserida mostra que a guerra contra o crime é parte de uma "quimicalização moral" que está acontecendo não apenas nas ruas mas, principalmente, na consciência. A Sra. Eddy escreve: "Essa fermentação mental já começou, e continuará até que todos os erros da crença cedam à compreensão. A crença é mutável, mas a compreensão espiritual é imutável." Ibidem, p. 96.

Deus não coexiste com o mal. Deus não reprime o mal apenas de vez em quando. Deus é Tudo e nessa Sua totalidade, o mal simplesmente não tem lugar, nunca. Por isso uma compreensão de Deus e do universo que Ele criou para expressar Sua natureza, começa imediatamente a diminuir e a destruir o mal, inclusive o crime. Essa compreensão age primeiro na consciência, banindo as perspectivas distorcidas pelo medo, e depois na vida diária, a qual, à medida que o sentido espiritual progressivamente governa o pensamento, revela a ordem perfeita e harmoniosa de Deus.

Pôr um freio ao crime requer que vejamos o mundo como Deus o criou e como continua a ser na realidade espiritual: perfeito, harmonioso e pacífico. À medida que firmemente mantemos no pensamento a verdade de que o poder e a presença de Deus estão em todo lugar, recusamo-nos a prestar reconhecimento às reivindicações do mal como se fossem ativas e inevitáveis.

O crime não implica apenas atos físicos. Ele abrange os estados mentais que o originam. Às vezes, pessoas de comportamento muito bom mantêm pensamentos criminosos, mas os reprimem por vários motivos, como o medo do castigo, por exemplo. Raiva, ganância e preconceito, todos eles são elementos criminosos da natureza humana, que prejudicam o viver individual e coletivo, mesmo quando não expressos em ações. A ordem de pôr "um freio ao crime" é para todos nós, até para os cidadãos mais respeitados e exemplares, para que governemos a nós mesmos e aos nossos pensamentos de acordo com o Princípio divino, o Amor, e eliminemos de nossa mente tudo o que seja dessemelhante do Princípio.

Vencer o medo é o primeiro passo para libertar-se do crime. O medo quer que nos escondamos atrás de portas trancadas com cadeados triplos. Mas Deus disse ao povo hebreu: "Não vos assombreis, nem temais; acaso, desde aquele tempo não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça."  Isaías 44:8. Como os patriarcas, podemos hoje em dia nos sentir seguros na presença de Deus, onde quer que estejamos. Podemos ver e dar testemunho de Sua autoridade. E frente ao crime, que supostamente dá provas do mal e de sua atividade, podemos manter nosso pensamento próximo a Deus, confiando em Seu amor absoluto para manter a harmonia de toda a criação. Então agiremos somente em obediência a Deus e já não seremos escravos do medo, da raiva ou da frustração.

Cristo Jesus provou isso em seu ministério, especialmente nas narrativas do Evangelho de Lucas. Ele se misturava com gente de várias classes sociais, profissões e modos de vida. Alguns, como Jairo, eram cidadãos respeitados. Outros, como o centurião em Cafarnaum, eram estrangeiros, estranhos à comunidade. E também aqueles, como a mulher que se intrometeu num jantar formal, ou Zaqueu, o publicano cuja fortuna talvez viesse de extorsão, eram considerados pecadores. Outros ainda, como a viúva de Naim e a mulher que sofrera de hemorragia durante doze anos, eram vítimas, à mercê dos eventos. Tanto à vítima quanto ao criminoso, tanto aos respeitados quanto aos desprezados, Cristo Jesus ofereceu uma visão mais elevada, mais pura de si mesmos, baseada em sua identidade espiritual como filhos constantemente amados por Deus. Dessa forma, ele lhes ofereceu um modo de vida livre do crime, e esse modo de vida está aberto a nós também.

Certo dia, por exemplo, o carro em que eu estava andando foi atingido por uma pedra, deliberadamente jogada contra o parabrisa, por uma criança. Foi uma ocorrência sem grande importância, que dificilmente poderia ser chamada de crime. Mas eu achei aquilo inquietante e fiquei aborrecida. Naquela noite, eu assisti a uma reunião de testemunhos, numa igreja da Ciência Cristã, e uma senhora falou sobre como as leis de Deus governam cada detalhe da vida diária. Essa afirmação simples me fez lembrar que Deus estava sempre cuidando de mim e também daquela garotinha. Fiquei em paz, mas não por haver tomado alguma medida disciplinar humana ou legal. Foi porque simplesmente permiti que meu pensamento fosse transformado por aquilo que Deus sabe sobre cada um de nós.

Em outra ocasião, a situação foi mais dramática. Atravessando o câmpus da universidade, à noite, fui atacada por um homem que estava escondido atrás de um carro estacionado. Enquanto eu ia sendo puxada para um canto escuro, afirmei a presença de Deus com o simples pensamento: "Deus, o Amor divino, está aqui." De repente o homem me soltou e fugiu. Mais tarde, ele foi preso pela polícia do câmpus.

Em cada uma das duas ocasiões, para pôr um freio ao crime, eu tive de reconhecer a presença real de Deus e a perfeição do homem como Sua idéia, Sua expressão. A crença de que o homem poderia ser um criminoso ou uma vítima precisava ser corrigida. O medo e a raiva não faziam realmente parte de mim, assim como a violência e o comportamento indisciplinado não pertenciam à menininha ou ao homem no estacionamento. Minha insistência no fato de que Deus é onipotente, não apenas reprimiu o mal, mas o eliminou da consciência. E nesse processo, revelou em minha experiência a lei e a ordem que sempre caracterizam a criação de Deus.

Esses exemplos ilustram uma lei espiritual que opera sob as mais simples ou as mais complexas circunstâncias. A compreensão do poder e da bondade de Deus, e de Seu controle absoluto de toda a criação, não é "pensamento positivo" em prol de uma época ou sociedade melhor, é um fato presente. Reconhecer esse fato é algo que cada um de nós pode fazer agora, para glorificar a Deus e abençoar a sociedade.

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