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Certa tarde, eu estava sozinha...

Da edição de março de 1998 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa tarde, eu estava sozinha em casa quando ouvi bater na porta, com insistência. Assim que abri, deparei-me com um jovem bastante zangado, segurando nosso cão labrador pela coleira. Mostrou-me bruscamente um profundo corte na mão e disse que meu cachorro o havia mordido. Ofereci-me para lavar e enfaixar sua mão mas ele, muito irritado, recusou minha oferta e disse que ia procurar um médico e retornaria mais tarde.

Fiquei chocada e abalada mas, como estou aprendendo a fazer, decidi encarar a situação sob uma perspectiva espiritual. Sabia que nosso cachorro era manso, de boa índole e sempre obediente. Substituí aquele quadro de um mortal agressivo e machucado, pelo homem criado por Deus — amado, completo e amável. Afirmei o controle de Deus sobre a situação, e fiquei muito firme em Sua lei de imutável harmonia. Eu não estava tentando fugir à responsabilidade nem questionar a história daquele rapaz. Eu desejava apenas enxergar o que estava realmente acontecendo.

Passei as horas seguintes estabelecendo uma clara compreensão do governo de Deus, que não inclui um único elemento de conflito ou injustiça.

Logo depois, o rapaz voltou. Ele me informou que havia levado dez pontos na mão e que estaria incapacitado de trabalhar por várias semanas, pois ele fazia trabalho manual e precisava usar as mãos. Exigiu uma indenização pelas despesas médicas e pelo salário que ele não receberia enquanto ficasse sem trabalhar. Eu lhe disse que queria fazer a coisa certa e que, com certeza, o indenizaria por tudo o que fosse de minha responsabilidade. Pedi-lhe que fizesse uma estimativa dos danos e me procurasse no dia seguinte.

Passei as horas seguintes estabelecendo uma clara compreensão do governo de Deus, que não inclui um único elemento de conflito ou injustiça. Todas as vezes em que me sentia tentada a duvidar da história do rapaz e questionar sua honestidade, eu reconhecia sua integridade e inocência dadas por Deus e sabia que ele era impelido e motivado pelo Princípio e pelo Amor. Pouco depois eu me senti completamente em paz e certa do controle de Deus. Sabia que poderia deixar o resultado em Suas mãos.

No outro dia, o rapaz voltou. Havia uma notável mudança em seu comportamento e na sua expressão. Disseme que havia passado por uma mudança em seu íntimo e, como fora tratado com muita gentileza, ele não queria nenhum reembolso financeiro. Em suas próprias palavras, ele queria “ser amigo”. Assegurei-lhe que ele teria minha amizade e que eu desejava fazer o melhor, dentro das circunstâncias.

Vi meu novo amigo mais uma vez apenas, e ele reafirmou que não aceitaria nenhum dinheiro e assegurou-me que sua mão estava sarando muito bem. A história, porém, não acabou aí. Várias semanas mais tarde, minha filha estava conversando com uma amiga que tinha recentemente conhecido esse mesmo rapaz. Com honestidade e simplicidade, ele havia confidenciado à amiga de minha filha que ele estivera recentemente na praia e presenciara uma briga entre cães. Na tentativa de acabar com a briga, ele fora mordido na mão. Nosso cachorro Theo também estava na praia, naquele dia, mas não participara da briga. Como o rapaz sabia onde Theo morava, decidiu levá-lo para casa e culpálo pela mordida, a fim de cobrir as despesas médicas e, possivelmente, ganhar algum dinheiro extra. Ele chegara na cidade havia pouco tempo, estava desempregado e com pouco dinheiro. O rapaz afirmou, porém, que havia sido tratado com tanta gentileza e bondade que compreendeu que aquele comportamento em nada o beneficiaria, e ele fora incapaz de continuar com o plano.

Essa experiência ensinou-me a necessidade de ver o homem real, em vez de um mortal que erra, não importa quão convincente seja a aparência e não importa o quanto os sentidos materiais argumentem para serem aceitos. Também ensinou-me algo sobre a importância de Deus em nossa vida diária, como presença suprema, sanadora e sempre ativa.

Uma outra cura ensinou-me uma lição sobre a eficácia da negação imediata e persistente do erro.

Eu estivera nadando com minha filha numa piscina natural, em meio às rochas do mar. Ao subir pelas rochas para sair da piscina e ficar junto com ela, que estava tomando sol, perdi o equilíbrio e caí dentro de um canal estreito atrás da piscina; foi uma queda de quase dois metros e meio. Naquela hora o canal estava vazio, mas a maré estava começando a subir. Eu estava abalada e confusa e sentia dores por todo o corpo. Fechei os olhos para controlar meu estado de choque e então me veio o pensamento: “isto não pode ter acontecido”. À primeira vista, essa idéia pareceu risível — aí estava eu, com cortes e machucados, incapaz de mover-me, no fundo do canal. Mas persisti em apegar-me àquele pensamento, apesar da esmagadora evidência em contrário. Os machucados no pé e na perna esquerdos pareciam bastante graves, e eu não conseguia de forma alguma me apoiar nessa perna. Apeguei-me ao fato de que Deus estava ali mesmo comigo, e fui capaz de me arrastar vagarosamente para fora do canal. Com a ajuda de minha filha, subi para cima das rochas. Com a veemência que só poderia ter sido impelida por Deus, insisti no meu domínio e no infalível sustento de Deus. Consegui chegar até o carro e logo eu estava em casa.

Antes de entrar em casa, cobri a perna e assegurei a todos da família que eu estava bem. Limpei as feridas, sempre atenta à necessidade de vigilância, não permitindo que o pensamento de acidente ou a evidência dos ferimentos, pusessem raízes em minha mente. Sabia que eu precisava me apegar à verdade absoluta, sem vacilar.

Depois de meia hora, fui capaz de caminhar até a cozinha para ficar junto com a família. À noite senti uma crescente convicção da irrealidade de tudo aquilo que tentava negar a totalidade de Deus. À hora de dormir, me senti calma e cheia de alegria. Embora não houvesse nenhuma mudança no estado físico, todas as vezes em que eu acordava, durante a noite, ficava consciente de estar sendo amada por Deus e mantida num estado de perfeição imutável.

Na manhã seguinte, eu acordei sabendo que iria trabalhar e que faria tudo o que fosse necessário. Expliquei à minha chefe, resumidamente, o que havia ocorrido. Ela insistiu para que eu fosse ao médico, pois achava que as feridas poderiam infeccionar. Eu me recusei a ir e nada mais foi dito a esse respeito. Mentalmente, neguei a posibilidade de uma idéia espiritual ficar infeccionada e de haver seqüelas de algo que em realidade não havia acontecido. Terminei um dia de trabalho bastante intenso, com muito pouco desconforto.

No dia seguinte, as feridas começaram a fechar, o inchaço havia diminuído e pude calçar normalmente o sapato. No final daquela semana havia poucas evidências dos ferimentos e meus movimentos estavam de todo normais.

É enorme minha gratidão por essa cura. As lições que aprendi sobre a irrestrita confiança na Verdade foram igualmente importantes.


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