Após o término da faculdade, seis meses depois de entrar no primeiro emprego, o homem que havia me admitido na firma faleceu. Tive de fazer tudo por conta própria, com pouca visão de negócios, sem ter desenvolvido minhas habilidades e sem ninguém para me supervisionar. Embora eu conseguisse desempenhar as tarefas satisfatoriamente, não recebia elogios. (E eu estava tão acostumada a tirar boas notas, na escola!) Tudo parecia tão injusto! Sentia-me deslocada, desprezada e magoada.
Juntamente com esse estado mental irritado, comecei a ter uma hemorragia interna, que continuou por diversos meses. Orei diligentemente para que Deus me mostrasse o que eu precisava corrigir no meu pensamento, a fim de que eu pudesse me livrar daquele problema físico. Fiquei confiante de que a doença seria vencida e não tive medo.
O resultado foi inesperado. A empresa onde eu estava trabalhando sofreu uma reviravolta. Sendo eu a funcionária que ocupava o último posto da escala hierárquica, fui despedida. Terminei meu trabalho alegremente, saí e passei as cinco semanas seguintes estudando diariamente coisas espirituais, em uma Sala de Leitura da Christian Science. Naturalmente dei os passos normais para conseguir uma nova colocação. Mas, durante esse tempo, dediquei meu esforço muito mais à busca espiritual do que à busca humana.
Então encontrei a verdade que desatou tudo o que estava comprimido dentro de mim. O seguinte versículo de Salmos foi o que fez toda a diferença, para mim: “Deus é o juiz” (Salmos 75:7). A elevação de pensamento que ocorrera, dia a dia, com a oração, preparou-me para compreender que eu havia erroneamente colocado a mim mesma sobre o trono de juiz. Criticar e corrigir aquele que me parecia ser um gerente incapaz, não era minha responsabilidade! Que alívio! Pus meu fardo nas hábeis mãos de Deus e fui para casa em paz.
Naquela semana, a hemorragia cessou de maneira suave, natural e completa. Certo dia, eu simplesmente notei que estava curada e me regozijei. Dentro de duas semanas encontrei emprego em outra empresa, com um gerente encantador que se tornou um gentil conselheiro e um grande amigo.
Muitos anos mais tarde, novamente tive de enfrentar os mesmos sintomas físicos. Desta vez, porém, eu imediatamente sabia o que fazer. Comecei a orar prontamente para limpar meu lar mental. Deixei de lado preconceitos com relação a vários grupos. Expulsei a crítica a membros da família, amigos e colegas. A gratidão por um bom emprego e por outras bênçãos, assumiram o primeiro lugar.
Um dia, almoçando com uma amiga, mencionei meu problema. Enquanto conversávamos, perguntei-me em voz alta se o problema não seria uma outra espécie de falsa responsabilidade. Eu estava crescendo tanto espiritualmente e tão ansiosa para compartilhar o que havia aprendido da verdade sobre Deus e o homem, que talvez tivesse atravessado a fina linha divisória e estivesse sentindo uma certa responsabilidade pelo crescimento espiritual dos outros.
Minha amiga expôs uma analogia que muito me ajudou. Ela disse que na escola preparatória da terra, todos estamos aprendendo as lições espirituais de que necessitamos, quando estamos prontos para aprendêlas. Por exemplo, se estivéssemos estudando matemática, começaríamos pela soma e subtração. Alguns já aprenderiam a tabuada. Outros estariam mais avançados, aprendendo álgebra. Aqueles que compreendem álgebra poderiam ajudar os que têm dificuldades na multiplicação, mas ambos precisam confiar no fato de que Deus é o professor. Afinal, trata-se de Seu cálculo divino. Uma das melhores coisas que podemos fazer é deixar nossa luz brilhar, deixar que apareça o exemplo de nossa vida. Ela ilustrou sua narrativa, fazendo o papel do aluno e do professor.
Eu e minha amiga rimos muito desse exemplo e fomos cada uma para seus próprios afazeres. Durante os dias que se seguiram, senti a alegria de poder testemunhar a obra perfeita de Deus, percebendo que meu corpo estava mudando e sendo curado. A lição foi mais ampla, dessa vez, e bem aprendida. A cura foi permanente. Agradeço a Deus pela Christian Science.
Bonita Springs, Flórida,
E. U. A.
