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Não se assuste com a máscara!

Da edição de fevereiro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma noite, durante o carnaval, meu marido e eu saímos para observar as brincadeiras de carnaval na praça de uma cidade no interior de São Paulo, onde os festejos têm proporções mais singelas do que nas grandes metrópoles.

Num dado momento, deparamo-nos com uma cena que, por analogia, me levou a pensar em idéias inspiradas e úteis. Um garotinho de uns cinco anos, com um traje de Super Homem, no colo do pai e agarrado ao seu pescoço, gritava de horror ao olhar para outro menino bem maior, fantasiado de velhinha. Este último estava com um vestido surrado, andava com as costas curvadas e ia se apoiando numa bengala tosca. No rosto levava uma máscara com feições muito brancas e doentias. O choro do menino pequeno possivelmente era devido a uma crendice popular, segundo a qual existem velhas que roubam crianças e as tratam mal.

Ao ver o desespero do filho, o pai puxou a máscara do adolescente e assim revelou que se tratava de um amigo, um menino conhecido e bem saudável. Aí parou a choradeira. Mas o rapaz queria continuar a brincadeira e vestiu de novo a máscara. Novamente, o Super Homem começou a chorar de medo. Isso se repetiu várias vezes. Afinal fomos embora. Evidentemente, não havia nenhuma razão real para o menininho ficar com medo, pois se assustara apenas com uma máscara. Não sabendo discernir entre o que era verdadeiro e o que era falso, ele se deixou enganar e passou por um momento de medo e sofrimento.

Pouco tempo depois, quando eu mesma passei por um período de medo e sofrimento, tive a oportunidade de aplicar esse mesmo princípio a uma situação que não era de brincadeira nem de carnaval. Comecei a sentir uma dor que indicava sintomas considerados perigosos. Fiquei com medo, mas eu sabia que podia recorrer à oração para curar-me, pois essa dor já havia aparecido outras vezes e, com minhas orações e a de praticistas, havia sumido. Parecia que, cada vez que a dor surgia, eu estava sendo enganada por uma máscara e a oração arrancava a máscara. Aí perguntei-me: quantas vezes preciso ser enganada para reconhecer que se trata apenas de uma máscara?

Orar, de um ponto de vista cristãmente científico, significa procurar ver aquilo que é real acerca de Deus e do homem e arrancar a máscara daquilo que não é verdadeiro. A Bíblia nos ensina que Deus é Amor. No Amor só pode existir harmonia. E Sua semelhança só pode incluir as qualidades que existem em Deus, que não residem na matéria e sempre manifestam harmonia e perfeição. A oração, ou seja, o reconhecimento correto de Deus, e do homem à Sua imagem e semelhança, nos faz discernir entre a realidade e a irrealidade, entre o fato espiritual e a máscara da desarmonia, da doença, da ameaça de perigo. Essa oração inclui vigilância.

Procurei no Novo Dicionário Aurélio uma definição mais abrangente da palavra vigiar. Entre outras acepções, encontrei: “Observar atentamente, estar acordado ou atento; velar. Estar de sentinela, estar alerta.” Cristo Jesus recomendou especificamente que estivéssemos vigilantes. Não estar vigilante é estar apático, indiferente, sonolento quanto às verdades espirituais. Nesse caso, eu precisava estar alerta. Primeiramente, por saber que a imagem e semelhança de Deus não é material. E também por não ter medo das pretensões que o mal nos sugere, mas estar atenta e disposta a só admitir como verdadeiro aquilo que vem de Deus, que é sempre bom. O mal não procede de Deus.

Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian Science, dá uma definição de homem que diz, em parte: “O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos e de outros elementos materiais. As Escrituras nos informam que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. A matéria não é essa semelhança. A semelhança do Espírito não pode ser tão dessemelhante do Espírito. O homem é espiritual e perfeito; e por ser espiritual e perfeito, tem de ser compreendido como tal na Ciência Cristã” (p. 475).

Ao estudar diariamente esse livro, também encontrei inspiração e apoio no trecho que diz: “Mantém-te firme na compreensão de que a Mente divina governa e de que na Ciência o homem reflete o governo de Deus. Não receies que a matéria possa doer, inchar e inflamar-se como resultado de uma lei de qualquer espécie, quando é evidente por si mesmo que não pode haver dor nem inflamação na matéria” (p. 393).

Ao seguir essas injunções eu não estava em atitude passiva ou contemplativa. Eu estava orando, com o pensamento em ação, ocupando-me com entender e estar em linha com a lei de Deus. Foi, com efeito, como arrancar a máscara da sugestão de dor e doença. Em pouco tempo, as dores desapareceram, dessa vez de forma definitiva. Eu havia aprendido uma lição inspirada, simplesmente ao observar uma inocente, mas significativa brincadeira, numa noite de carnaval.

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