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Você pode vencer a depressão

Da edição de fevereiro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Ciente de que depressão na sociedade atual, seja ela diagnosticada clinicamente ou de alguma outra forma, é uma preocupação crescente tanto em crianças como em adultos, entrevistamos praticista e professor da Christian Science na cidade de Clifton, na Virgínia, Estados Unidos, para falarmos sobre como a oração pode ser um antídoto eficaz contra a depressão.

Arauto: A depressão pode ser curada? ou é algo que aprendemos a suportar?

Timothy MacDonald: Sem dúvida, pode ser curada, eliminada por completo. Todos nós temos o direito de nos libertar de qualquer tipo de discórdia, inclusive da depressão. O meio pelo qual conseguimos sentir essa liberdade é espiritual, e começa com a compreensão da proximidade do amor de Deus.

A: Qual é a origem da depressão?

TM: Os ensinamentos que encontramos na Bíblia mostram inequivocamente que Deus é bom e que Ele é Tudoem-tudo. Se Ele é Tudo, o bem tem necessariamente de ser universal e não pode existir nada que se oponha a ele. As curas realizadas por Cristo Jesus ilustram e provam isso e mostram que não seria possível o mal fazer parte da criação de Deus, pois Jesus não iria desobedecer a seu Pai, curando o mal, se o mal fosse da vontade de Deus. A depressão tem origem na ignorância da totalidade e da bondade de Deus.

A: controvérsia sobre alguns medicamentos prescritos para o tratamento da depressão. A oração é uma alternativa viável na busca da cura?

TM: Como a realidade, a bondade e a totalidade de Deus impossibilitam a existência de qualquer oposição a Ele, talvez a pergunta a ser feita seja: “Existirá alguma alternativa melhor que a oração?” O tipo de oração ao qual estou me referindo não é um processo material por meio do qual as coisas ruins se transformam misteriosamente em coisas boas, nem uma tentativa de persuadir a Deus de fazer alguma coisa que Ele ainda não esteja fazendo. A oração é mais eficaz quando compreendemos que Deus é Vida, Verdade e Amor. Pense um pouco nos efeitos dessa compreensão. Ela literalmente elimina a ignorância sobre Deus.

Existem alguns outros aspectos importantes. Primeiro: a ausência de uma compreensão profunda acerca de Deus faz com que a ignorância a respeito dEle pareça tomar a forma de realidade. Por exemplo, a ausência de uma compreensão profunda da totalidade do Amor faz com que a raiva e o ódio nos pareçam reais. Esse estado de ignorância é aquilo que conhecemos como existência material. Segundo: a busca de soluções materiais para os problemas, inclusive para a depressão, é decorrente dessa maneira ignorante de encarar a vida. É o resultado da crença de que um Deus perfeito poderia criar a imperfeição ou permitir que a imperfeição existisse no universo, imperfeição essa que, de uma forma ou de outra, precisa de diagnóstico, tratamento e cura físicos. Terceiro: no meu entender a depressão é o resultado da crença de que alguma espécie de imperfeição pode fazer parte da criação de Deus.

A: Será que a depressão é inevitável? talvez até genética?

TM: De forma alguma. A resposta de Jesus à questão da predisposição genética, que lhe foi colocada em relação à cegueira, é válida para todo tipo de dificuldade presumivelmente hereditária. Quando lhe perguntaram: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”, Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9:2, 3). A verdadeira identidade de cada um de nós é a imagem e semelhança de Deus. O homem está predisposto unicamente a ser essa imagem, a expressar bondade, compreensão espiritual, dignidade, integridade, propósito, progresso, ou seja, tudo aquilo que pode ser atribuído a Deus e que reflete Sua natureza. A depressão não tem lugar nesse cenário.

A: Mas algumas pessoas acreditam que existam momentos em que a depressão é inevitável, uma reação natural, até mesmo apropriada a circunstâncias difíceis.

TM: Como Deus é real, existe uma solução para todo problema. Cada solução é alcançada por meio da compreensão sobre Deus. Certa vez Jesus observou o sofrimento de uma mãe pela perda de seu único filho, ao acompanhar o enterro (ver Lucas 7:11–15). Embora manifestasse respeito pelas circunstâncias, Jesus não deixou a situação como estava. Ele fez parar o funeral e ressuscitou o menino, demonstrando que o homem, a imagem e semelhança de Deus, não pode morrer. Essa, e outras curas contidas na Bíblia, mostram que existe uma verdade espiritual por trás de toda ignorância mortal a respeito do homem, seja ela manifestada sob a forma de pesar, solidão, envelhecimento, incurabilidade, ou qualquer outra. Essas curas mostram que as verdades espirituais, quando compreendidas, agem sobre a mente humana e substituem a escuridão da ignorância pela luz da verdade espiritual.

A: Que pode fazer uma pessoa que esteja sofrendo de depressão?

TM: Ela precisa tomar consciência de que a depressão não nos atinge de forma involuntária. Não é o produto da matéria, do cérebro. Os pensamentos depressivos não ficam em algum lugar no espaço etéreo, minando nossa resistência, até que finalmente decidamos deixá-los entrar. Os pensamentos depressivos não têm mais realidade do que aquela que lhes atribuímos, ao contemplá-los voluntariamente e permitir que eles controlem nossa vida.

Em realidade, nós cometemos a depressão. Por favor, entenda que eu coloco a questão dessa forma porque as pessoas precisam saber que Deus lhes dá o poder de controlar os seus pensamentos, não importando quais sejam os argumentos em contrário. E, assim como podemos cometer a depressão, por encarar a vida a partir da ignorância a respeito da criação de Deus, assim também podemos curá-la, recusando-nos a abrigar pensamentos contrários à bondade e ao amor de Deus. Porém, para que essa recusa seja eficaz, precisamos de algo que ocupe o lugar do raciocínio ignorante. A melhor substituição é a compreensão de que Deus é Amor. Essa compreensão substitui a ignorância que nos apresenta uma vida arrasada pela falta de esperança. Quando permitimos que o Amor, e somente o Amor, nos guie, podemos nos livrar da depressão.

Algumas pessoas talvez digam que não sentem a presença de Deus. Mas o amor genuíno que sentimos por um membro da família, por um amigo, por uma criança, por um animal, ou mesmo por uma flor, nos ajuda a ver que estamos na presença de Deus, pois Deus é Amor. O amor que sentimos agora nos ajuda a satisfazer as necessidades deste momento.

A: E se tivermos a sensação de que a cura espiritual é muito difícil ou demorada?

TM: O Amor, Deus, não é complicado, é muito simples e direto. Por isso, a criação do Amor tem de ser muito simples e direta, fácil de ser entendida. Visto que o homem, a imagem e semelhança de Deus, já se encontra sob o cuidado de Deus, não é necessário nenhum período de tempo para uma pessoa se qualificar a receber esse cuidado ou para ser perfeito nesse Seu amor.

A: Existe algum tipo de depressão, como a depressão maníaca, por exemplo, que possa resistir ao tipo de tratamento que o senhor está descrevendo?

TM: Considerando que a ignorância nunca é poder, o tipo específico de ignorância não a torna mais difícil de ser curada por meios espirituais. Pense desta forma: um erro só pode parecer real e resistente à correção se o encararmos a partir do ponto de vista de que ele é real, incorrigível, ou seja, do ponto de vista do erro. Quando observamos uma criança tendo um pesadelo, não tentamos entrar no sonho para expulsar o dragão que parece angustiar a criança. Ao invés disso, acordamos a criança para que veja aquilo que está acontecendo fora do sonho. Esse despertar é a cura do problema. Assim também acontece com a cura espiritual.

Não devemos procurar aprender mais acerca do problema, mas sim despertar a pessoa para a realidade espiritual que existe fora do problema. Em seu livro Não e Sim, a Sra. Eddy fala dessa premissa espiritual: “Deus se compadece de nossas mágoas com o amor de um Pai para com Seu filho, — não por tornar-se humano, conhecendo o pecado ou o nada, mas eliminado o nosso conhecimento daquilo que não é. Ele não poderia destruir totalmente nossas aflições se Ele tivesse algum conhecimento delas. Sua compaixão é divina, não humana. É o conhecimento que a Verdade tem de sua própria infinitude que proíbe a existência genuína de qualquer pretensão ao erro. Este conhecimento é a luz na qual não há trevas, — não uma luz contendo trevas em si mesma. A consciência da luz é como a lei eterna de Deus, que O revela, e nada mais” (p. 30).

Mesmo enquanto estamos aprendendo sobre a natureza curativa do Amor, já estamos salvos e seguros nesse Amor. O amor de Deus por Sua criação é maior — infinitamente major — do que o amor que sentimos uns pelos outros. O Amor não deixa ninguém de fora. Por essa razão, nossa alegria e nossa paz, nossa certeza do bem, não podem ser abatidas. Podemos acabar com qualquer espécie de depressão.

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