Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O Evangelho de Marcos em nossa vida

As obras poderosas: Jesus acalma a tempestade e expele demônios — Marcos 4:35—5:20

(Sétima Parte)

Da edição de julho de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Logo após abordar os ensinamentos de Jesus, o Evangelho de Marcos nos apresenta outra seção que se caracteriza por relatos de curas maravilhosas que fluem naturalmente da mensagem transmitida por Jesus e da compreensão que ele tinha de Deus. Apesar de os discípulos receberem explicações especiais a respeito das parábolas, eles ainda têm muito a aprender, como veremos. Seu comportamento e suas perguntas nos parecerão bastante surpreendentes.

4:35–41 À noite, depois de um longo dia de ensino, Jesus disse a seus discípulos: Passemos para a outra margem ... no barco ... Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. Embora essas tempestades fossem comuns no mar da Galiléia, esses pescadores experientes acreditaram que o barco estivesse prestes a afundar.

Enquanto isso, Jesus parecia ignorar o perigo, pois estava na popa, dormindo sobre o travesseiro. Com sua total confiança no cuidado de Deus e na experiência dos pescadores, seu sono tranqüilo contrasta tremendamente com a fúria da tempestade e com o temor dos discípulos. Apavorados, eles acordaram Jesus, gritando: Mestre, não te importa que pereçamos? Suas palavras ríspidas revelam pânico e desespero. Não fica muito claro se eles esperavam que Jesus fizesse alguma coisa a respeito da situação. Mas essa viagem tinha sido idéia dele, e ele certamente poderia ajudá-los a orar.

Para grande surpresa deles, Jesus, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalmate, emudece! Da mesma forma como advertira o demônio na sinagoga, a ordem "emudece!" significa "fica quieta!", como se a tempestade fosse um animal selvagem que precisasse ser domesticado, treinado e ensinado a ser obediente. Imediatamente o vento se aquietou, diminuiu de intensidade, e fez-se grande bonança. Ele então voltou-se para seus discípulos e os repreendeu: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? Especialmente depois de tudo o que tinham visto e ouvido e depois de todos os ensinamentos que haviam recebido anteriormente, naquele mesmo dia!

E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? Devido justamente ao fato de serem pescadores, por conhecerem os caminhos do lago, os ventos e as ondas, eles foram tocados pessoalmente por esse acontecimento, ficaram intimidados e reverentes, ao mesmo tempo. E a pergunta "Quem é este... ?" escapou-lhes da boca. Quem poderia fazer aquilo que eles acabado de presenciar? Em nossa condição de leitores, sabemos o que os discípulos não sabiam.

5:1—20 Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. Território dos gentios, considerado imundo devido aos porcos e aos túmulos que lá havia. Os judeus evitavam lugares como esse, considerados impuros e contaminados. Contudo, é exatamente nesse lugar que Jesus desembarca.

Imediatamente, veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo. Abandonado por seus conterrâneos, esse homem vivia com os mortos, mas não se havia resignado a essa situação. As cadeias usadas para amarrálo haviam sido quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. Por desafiar o controle da comunidade, ele havia sido rejeitado, isolado e mantido à margem de uma vida normal. Fora banido pelos habitantes daquela localidade! Mas o leitor atento notará a ironia existente na história. Apesar de todos os esforços da população, ele resistia à falta de compaixão, mantendo um certo grau de liberdade.

Esse homem, contudo, estava em guerra consigo mesmo. Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedra, como que punindo a si mesmo, por razões que desconhecemos. Gritando em sinal de protesto e de desespero, ele perambulava pelos morros, procurando algo mais elevado, lutando para perceber as possibilidades da vida, buscando recolhimento e também ajuda. Tudo havia sido em vão, até aquele momento.

Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou, exclamando com alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Sua atitude mostra seu caos interior. O homem correu em direção a Jesus e o adorou, caindo de joelhos, enquanto o demônio gritava de dentro dele: "Deixe-me em paz!" Reconhecendo Jesus por nome e por título, o demônio sabia que o auxílio estava próximo e resistia vigorosamente a ele. Imaginem aquele homem sendo impelido a resistir a alguma coisa de que necessitava tanto!

Conjuro-te por Deus que não me atormentes! Pedido surpreendente do demônio, que havia feito exatamente isso com o corpo e com a vida daquele homem. Mas o pedido demonstra a total subserviência do demônio a Jesus, aquele que iria amarrar o valente. Ver Marcos 3:27.

Jesus disse: Espírito imundo, sai desse homem! Essas palavras são concisas e diretas. E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Essa pergunta não tem nada a ver com conhecimento, mas sim com domínio. Os demônios agem como ladrões na noite. O anonimato é sua marca registrada. Porém, na presença do Cristo, o espírito imundo tem de responder, sem se esconder, mostrando de novo sua subserviência.

Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. Legião. Não chega a ser um nome realmente; é uma palavra que expressa tamanho e força típicos de uma unidade de soldados romanos, o que remete o pensamento a um campo de batalha. Essa seria uma guerra totalmente nova mas, na verdade, ela já estava terminada, porque o demônio foi subjugado, pedindo que os não mandasse para fora do país... E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos neles. Na tentativa de negociar um acordo, eles já reconheceram a derrota. A imundície dos porcos os anfitriões perfeitos para receber os demônios imundos. A autoridade de Jesus é tão completa que os demônios tiveram de implorar, sem berros, gritos ou violência.

Dada a permissão, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. Se os demônios haviam, ou não, previsto esse desfecho, fica aberto à pura especulação. Eles não queriam deixar aquele local, mas vão morar no fundo do mar, há muito associado com a imagem do caos. De certa forma, eles retornaram para o abismo do qual nunca deveriam ter saído.

Mas será que isso foi justo para com os porcos? O que dizer da perda financeira com o perecimento dessa grande manada? Essas preocupações nunca ocupariam os pensamentos de Marcos. Aos olhos dos judeus, esses porcos eram tão impuros quanto os demônios, e sua destruição merecia ser festejada do mesmo modo. Além disso, sua remoção daquele local teria sido vista como uma bênção para a região, que não precisaria mais sustentar animais impuros! Tudo isso faz parte da ordem que Jesus veio restaurar.

É claro que a notícia se espalhou e as pessoas da cidade saíram para ver o que sucedera. Quando viram o homem totalmente curado, assentado, vestido, em perfeito juízo ... temeram... E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles. Sua súplica contraria a hipótese de que houve explosões de fúria pela perda dos porcos. Eles temiam o poder de Jesus. Ignorando a origem desse poder, não reconheceram que eles também haviam ficado livres da ameaça dos demônios. Eles não estavam maravilhados com a cura do homem ou com sua reintegração à comunidade; só queriam que Jesus saísse dali e os deixasse em paz.

Jesus realmente foi embora e o homem implorou para acompanhá-lo. Jesus, porém, lhe disse: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti. Da mesma forma como os apóstolos foram enviados, essas palavras sugerem que Jesus queria que o homem ficasse, justamente porque ele havia sido rejeitado por seus conterrâneos. Ele seria uma testemunha viva das boas novas, pregando que o reino de Deus estava próximo. Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam. Esse homem cumpriu fielmente a ordem de Jesus. Ele saiu a proclamar as boas novas por toda Decápolis. E as pessoas ficaram maravilhadas!

A próxima série de curas nos levará a cruzar o lago novamente, de volta ao território dos judeus, para uma análise mais profunda das leis judaicas sobre a pureza e maior confronto com elas. E, uma vez mais, teremos uma história dentro de outra história, uma esclarecendo e aprofundando nossos conhecimentos a respeito da outra

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / julho de 1999

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.