No meio do mato, a sessenta quilômetros da cidade. Não há estradas nem vestígio ou ruído da civilização. Era o fim do verão, fazia sete anos que não acampávamos naquela ilhota toda coberta de pinheiros.
O que teria mudado durante aqueles anos? — pensei.
Eu sabia das temperaturas extremas que ocorrem nessa parte norte das florestas do Canadá, invernos frígidos, tempestades de vento, incêndios na floresta. Calculei que pelo menos os rochedos não teriam sofrido alterações. Depois de milhares de anos desde que o último glaciário deslizara por ali com quase dois mil metros de gelo, medidos na vertical, criando nitidamente a forma de cada uma das rochas, sete anos parecia pouco mais do que um piscar de olhos, na história daqueles barrancos de pedra dura. Fora isso, o que mais teria permanecido igual, de tudo o que eu lembrava da ilha, como o lago, as árvores, as flores e os animais?
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