O fato de a Bíblia atravessar os séculos trazendo à humanidade consolo, paz e esperança, comprova o seu valor como monumento histórico e literário inigualável.
Muitas pessoas a lêem, independentemente de pertencerem a uma ou outra denominação religiosa, muitas igrejas a adotam como base de suas doutrinas e muitos estudiosos aprofundam seus conhecimentos sobre ela e os publicam, sob a forma de dicionários ou comentários bíblicos que tanto nos auxiliam.
Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian Science, se refere à Bíblia como o "mapa náutico da vida" (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24).
Podemos ler a Bíblia anos a fio, estudá-la com regularidade, aumentar nosso conhecimento a respeito dela, consultando compêndios e referências bíblicas.
Contudo, nos surpreendemos às vezes com o sentido de um versículo que, embora conhecido, salta aos nossos olhos como que iluminado por uma luz especial. Aí sentimos a inspiração divina, norteando nosso pensamento, dando-nos maior entendimento, suprindo nossa necessidade de compreensão sólida sobre o universo que Deus criou com Sua palavra e do qual somos parte integrante.
Foi o que me ocorreu há algum tempo. Ao estudar a Lição Bíblica semanal, conforme consta no Livrete Trimestral da Christian Science, encontrei a tão conhecida passagem em que Jesus cura o homem da mão ressequida (Marcos 3:1-6). Chamou-me a atenção a ordem dada por Jesus àquele homem: "Vem para o meio!"
Jesus estava na sinagoga, rodeado pelo povo, entre os quais se achavam seus inimigos, os fariseus, que procuravam um motivo para acusá-lo, para traí-lo, acusando-o de desrespeitar a lei mosaica, segundo a qual era proibido trabalhar no sábado, dia sagrado dos judeus. O fato de Jesus curar naquele dia, configurava o desrespeito à lei.
O evangelista diz que eles, os fariseus, "estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem. "Então Jesus disse ao homem: "Vem para o meio!"
Nem o medo nem a dúvida impediram aquele homem de obedecer ao Mestre. E o texto continua com o relato de que Jesus dirigiu aos fariseus uma pergunta que ficou sem resposta: "... É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?" E disse ao homem que ali estava diante de todos, esperando com calma: "Estende a mão. Estendeu-a e a mão lhe foi restaurada."
Em calma reflexão, continuei a examinar o relato. A pergunta que me vinha era: Por que ir para o meio? O que significava isso? Será preciso que nos desloquemos de um lugar para outro, para sermos curados?
Claro que não! E tive a resposta: o meio é o ponto de equilíbrio, a aceitação tranqüila da realidade espiritual na qual não há imperfeição. Aquele homem não hesitou em obedecer à ordem do Mestre, à expressão do Amor divino, que não está delimitada por um lugar ou circunstância. O Cristo, que fala à consciência humana e revela a Verdade divina, fez com que se manifestasse a lei divina, que restaura, que traz harmonia.
É essa ação do Cristo que nos permite ter o desejo sincero de atender ao chamado divino e estar em condições de estender a mão ao próximo, abençoá-lo com nossas orações e nosso apoio constante, obedecer à ordem de amar.
Depois de ter entendido melhor a passagem citada, comecei a rememorar as curas obtidas com o estudo da Bíblia e do Ciência e Saúde. Algumas mais demoradas, outras quase que instantâneas, mas todas foram conseguidas no momento em que eu encontrei o equilíbrio e a calma no meu pensamento. Percebi então que algo que me perturbara por muito tempo e que, ao retornar, prejudicava minhas atividades normais, havia desaparecido por completo. Era um mal-estar que provocava um desequilíbrio, comumente conhecido como labirintite.
Estou certa de que a compreensão do texto bíblico foi a razão da cura desse mal que não mais me perturbou.
É imensa a minha gratidão pelo entendimento adquirido no estudo da Bíblia, auxiliado pelo livro-texto da Christian Science, que Deus colocou em nossas mãos graças à dedicação e árduo trabalho de Mary Baker Eddy.
Na página 505 do Ciência e Saúde, a Sra. Eddy diz: "A compreensão é a linha de demarcação entre o real e o irreal."
