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Olhe sempre para a frente!

Da edição de outubro de 2001 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando dirigimos um carro, precisamos olhar sempre para a frente. É obvio que, de vez em quando olhamos para trás, pelo espelho retrovisor. Mas, para chegar a qualquer lugar, precisamos olhar para a frente. Com nossa vida acontece o mesmo.

Em certos momentos nos sentimos levados a olhar com saudade para o passado. Talvez, naquela época, a vida fosse mais feliz ou mais simples. Pode ser que tenhamos em casa objetos que nos foram deixados por pessoas queridas, aos quais nos apegamos demais, ou que às vezes fiquemos remoendo coisas que lamentamos ter feito, ou mesmo nossas grandes realizações. Qualquer que seja a forma sob a qual se apresente, essa “volta ao passado” pode atrapalhar nosso progresso.

Há um relato na Bíblia que ilustra essa tendência humana de ficar olhando para o passado. Um homem chamado Ló vivia com sua família na cidade de Sodoma ( ver Gênesis, capítulos 18 e 19). Deus disse a ele para deixar a cidade, pois ela seria destruída. Ló e sua família partiram um pouco antes de começarem os terremotos e os incêndios. Deus então os advertiu: “Vocês não devem olhar para trás”.

A família fugiu para as montanhas próximas e todos obedeceram à orientação que tinham recebido, menos a mulher de Ló. Como ela gostava muito da cidade e dos atrativos que esta oferecia, ela ficou no final do grupo que fugia e, com pesar, olhou para trás. É difícil dizer exatamente o que aconteceu, mas a história diz que, quando a mulher de Ló olhou para trás, ela virou uma estátua de sal. (Gênesis 19:26).

Se não entendermos claramente como é inútil viver no passado, corremos o risco de deixar passar o bem que o presente nos oferece. “O homem caminha na direção em que olha, e onde está seu tesouro, aí estará também seu coração” (Ciência e Saúde, p. 451).

Um fazendeiro, na época do plantio, não conseguirá nada se apenas se sentar no campo e ficar pensando em como foi boa ou ruim a última safra. Pode ser útil nos lembrarmos do passado para aplicar nossa experiência às situações atuais; esse é um pensamento ativo, que implica o desejo de progredir, de uma forma produtiva. Mas a atitude de ficar lembrando-nos dos acontecimentos passados com um sentimento de saudade, condenação, ou mesmo lamentando o que fizemos ou deixamos de fazer, nos impede de realizar muitas coisas boas no presente. Divagar dessa maneira, em realidade, nos coloca em uma posição contrária a tudo o que Deus preparou para nós.

Nossa família aprendeu a importância de olhar sempre para a frente e não ficar olhando para trás. Certa ocasião, precisamos vender a casa em que morávamos numa época em que o mercado estava muito instável. Para conseguir vendê-la, tivemos de baixar o preço de tal maneira que o que recebemos não cobriu nem o que havíamos pago pela casa nem o que havíamos gasto na sua reforma. Em suma, perdemos nessa venda mais do que o equivalente a um ano de salário. Além disso, para fechar o negócio, tivemos de fazer um depósito de valor considerável, como garantia.

Ficamos arrasados. Às vezes, a tentação de olhar para trás com recriminação e arrependimento era muito forte. Sem dúvida, era válido considerar o que havia acontecido e aprender alguma coisa com aquela experiência. Porém, estávamos conscientes de que não podíamos nos deixar hipnotizar e ficar apenas pensando nesse acontecimento triste, remoendo sentimentos amargos de derrota e condenação.

Começamos a nos libertar dessa obsessão quando passamos a valorizar o bem que estava presente em nossa vida e a fixar nosso olhar no futuro. Oramos, e então começamos a perceber que mesmo naquele momento poderíamos ajudar outras pessoas. Assim, decidimos tomar as providências para que Deus nos utilizasse para esse fim e seguir o exemplo do homem que, há muito tempo, disse: “...uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filip. 3:13, 14).

Pouco a pouco, as desventuras daquela experiência perderam sua atração sobre nós e começamos a procurar maneiras de abençoar outras pessoas. Em apenas dois anos, conseguimos pagar a entrada de uma casa extremamente agradável, algo que nem sequer imaginávamos. E essa casa nos proporcionou meios de nos chegarmos a outras pessoas mais facilmente. Nela havia mais espaço para as crianças se movimentarem e também um local tranqüilo, onde instalamos um escritório para receber visitantes. O fato de termos mudado nossa maneira de pensar nos fez perceber que, embora a beleza da casa tivesse sido importante para nós a princípio, agora era sua funcionalidade o que mais nos agradava.

Também pudemos nos desfazer de objetos que não utilizávamos mais, bem como de sentimentos de mágoa e das tristes lembranças nas quais havíamos mergulhado antes. O medo de que o mal pudesse repetirse também passou. O desejo sincero de ajudar as pessoas e de progredir abriu o caminho para a inspiração, e nos libertou do passado.

Aprendemos uma lição: a disposição de valorizar constantemente o bem que cada novo dia nos traz, é o que nos liberta do passado e nos abre o caminho para o progresso. Aceitar o bem que já temos e fazer o trabalho que nos está proposto, resulta em uma ação que flui livremente e nos leva a progredir.

Olhar para a frente não tira a importância do passado. Apenas nos ajuda a dar o mesmo valor à oportunidade que Deus nos oferece no exato momento em que nos encontramos. O dia de hoje precisa de toda a nossa atenção. O dia de hoje requer que valorizemos e aceitemos o que Deus está nos dando agora mesmo.

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