do nosso programa de rádio The Christian Science Sentinel, entrevistou a jovem Emily contou sua experiência ao buscar um sentido espiritual para a vida. Hoje ela mora sozinha e estuda sociologia na Universidade de Boston.
Emily Laclau: Aos 11 anos, eu ia à Escola Dominical da Christian Science. Num domingo, durante a aula, a professora nos pediu para que disséssemos algo que realmente sentíssemos ser verdade sobre Deus. Eu não consegui pensar em nada. Lembrei-me de todas as coisas que me haviam dito desde pequena, mas eu não tinha certeza absoluta de nada. Um tempo depois, nós nos mudamos para um país onde não havia nenhuma igreja da Christian Science. Continuei com minhas dúvidas. Aos 12 anos comecei a fumar. Aos 13, minha mãe ficou doente e entrou em estado terminal; tentou muitos tipos de tratamentos, mas nenhum funcionou. Quando minha mãe faleceu, perdi toda a fé em Deus. Comecei a fumar mais e a beber bastante. Aos 14 anos, usava todo tipo de droga que caía na minha mão e já tinha relações sexuais com meu namorado. Aos 15 anos, a cocaína era algo fundamental para mim. Mas, no segundo ano do curso médio, comecei a sentir-me infeliz com esse tipo de vida.
Alexis Decon: Você disse que tinha perdido a fé em Deus. Você continou, porém, procurando outras religiões. Por quê?
Emily: Eu queria parar com o que estava fazendo. O relacionamento com meu pai e com meu irmão era péssimo. Nessa época, eu vivia longe de casa, numa escola interna, sem nenhuma supervisão. Percebi que precisava me disciplinar para ter uma vida normal. Eu já tinha pensado até em suicídio, porque não sabia que rumo dar para minha vida. Amigos e professores me sugeriram algumas filosofias e religiões. Visitei diversas igrejas, mas sempre achava chato.
Alexis: Você desistiu de procurar uma saída?
Aprendi sobre a natureza amorosa de Deus.
Emily: Desisti. Mas voltei a morar com meu pai, em Taiwan, onde as drogas não eram tão acessíveis. Ele trabalhava para o Serviço Estrangeiro Francês. As leis taiwanesas para importações de drogas eram muito severas. Isso me forçou a parar com as drogas. Mas comecei a beber como louca: ia aos barzinhos umas cinco vezes por semana. Era muita pressão: na escola eu tinha matérias difíceis; tinha de adaptar-me à nova cultura; voltar a morar com meu pai, depois de três anos foi uma barra... E para acrescentar, fiquei doente. Tinha constantes ataques de bronquite. Recorri à medicina. Eu tomava tanto remédio, que os efeitos colaterais eram piores que a própria doença. Minha saúde ficou debilitada. Um dia, eu estava passando mal e meu pai me perguntou se eu queria ser tratada pela Christian Science e eu respondi, sem hesitar: “quero”. Em seguida, pensei comigo mesma: “O que estou dizendo? Eu nem acredito em Deus! Isso nunca vai dar certo!”
Alexis: E por que você escolheu a Deus?
Emily: Acho que foi porque eu havia perdido a fé na medicina, mais do que a minha fé em Deus. Meu pai ligou para um praticista da Christian Science para que orasse por mim. Eu estava sem voz, escrevia o que queria dizer ao praticista, meu pai lia para ele e depois colocava o fone no meu ouvido para eu ouvi-lo. “A exposição científica do ser”, do livro Ciência e Saúde, me ajudou muito (p. 465).
Alexis: O que lhe chamou mais a atenção?
Emily: A primeira frase. A idéia de que não há nem vida nem inteligência na matéria, pois é muito diferente do que eu havia visto em outras religiões. Quanto mais eu pensava nisso, mais lógico me parecia. Os elementos físicos não têm poder para nos dizer como devemos nos sentir ou pensar. Os sete sinônimos de Deus, como a Sra. Eddy os define, também me ajudaram: “Mente, Espírito, Alma, Princípio, Vida, Verdade e Amor.” Durante aquela época, eu dormia no quarto do meu pai, para ficar mais perto dele. Ás vezes, eu acordava de noite com dores terríveis, e lhe pedia que conversasse comigo. Ele me falava sobre os sinônimos de Deus, o que significavam e a importância que tinham para minha vida. Isso me acalmava muito e eu voltava a dormir.
Alexis: O que aconteceu depois?
Emily: Depois de duas semanas, eu acordei um dia me sentindo muito bem e de bom humor. Tive uma sensação incrível de que Deus me amava. Logo depois, o abscesso na minha garganta supurou. Comecei a me sentir muito melhor.
Alexis: A cura completa ocorreu naquele momento?
Emily: Nos dias seguintes eu consegui voltar a comer e a dormir normalmente, andar, falar, sorrir e ir para a escola. Comecei a estudar bastante para recuperar o tempo perdido. Fui curada não só fisicamente mas também mental e emocionalmente. Voltei a me sentir em paz pela primeira vez em anos! Praticamente parei de fumar e beber. Também aprendi que podia confiar em Deus, mais do que em qualquer outra pessoa e senti isso por dentro. Foi um alívio. Quanto mais eu estudava a Christian Science, mais aprendia sobre a natureza amorosa de Deus, sobre o Seu perdão irrestrito e Sua relevância na minha vida. Hoje a oração, para mim, é algo a ser feito em silêncio, algo que cura e não depende de um processo intelectual. Eu não tive de “entender intelectualmente” o que o praticista me dizia ou o que eu lia, mas fui curada.
Alexis: O conceito que você tinha sobre si mesma mudou?
Emily: Aquilo que eu estava aprendendo sobre Deus influenciou muito o que eu pensava a meu próprio respeito. Comecei a ver-me como filha de Deus e não mais como uma viciada. Ao fazer essa distinção, tudo começou a mudar: o relacionamento com meu pai, com meu irmão e com amigos. Parecia que o joio estava se separando do trigo. Ao invés de companheiros para drogas e bebidas, encontrei pessoas em quem podia confiar. A escola ficou mais fácil, tirava boas notas, e já não me sentia uma fracassada. Retornei aos Estados Unidos e fui morar com uns amigos da família que eram Cientistas Cristãos. Voltei a freqüentar a Escola Dominical. Um ano mais tarde, a doença reapareceu. Liguei imediatamente para o mesmo praticista. Por meio de sua oração, ficou-me claro que eu deveria separar minha identidade espiritual da história humana. Foi muito difícil fazer isso. Na definição de “dia”, em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: “...a Mente mede o tempo de acordo com o bem que se desdobra” (p. 584). Com essa definição compreendi que o importante era a maneira como eu estava vivendo e não o que eu fizera de errado antes. Eu estava expressando qualidades divinas como pureza, beleza, doçura, bondade, o que trouxe a cura completa. Há mais de três anos que não tenho mais nenhum sintoma de bronquite. Nos Estados Unidos eu me deparei novamente com drogas, bebida e sexo, mas à medida que eu estudava mais a Christian Science fui perdendo, gradualmente, o interesse nisso. Agora estudo em uma ótima universidade, o que não teria sido possível antes da minha cura, devido às notas baixas. Escolho meus amigos de acordo com o bem que eles expressam e vejo bênçãos em todos os aspectos da minha vida.
