Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O verdadeiro nome de cada um

Da edição de fevereiro de 2001 dO Arauto da Ciência Cristã


Como sempre, no início do ano escolar, os professores comentavam sobre as novas turmas de alunos. “Minha classe é tão agitada!” “Este ano não dei sorte... tenho dois meninos chamados Rafael, na minha turma!” “Ah, este ano tenho um Leonardo, você sabe como são todos os Leonardos...” É sempre muito grande a sugestão de que crianças com um determinado nome apresentam um determinado tipo de comportamento. Por associação de idéias, não é raro os professores rotularem este ou aquele aluno, com base em experiências anteriores, agradáveis ou ruins.

Todos ficaram admirados por ser eu a única professora que não havia se queixado de sua classe. Com o passar das semanas, porém, acabei me convencendo de que não era possível que só a minha turma, na escola toda, não tivesse nenhum problema. E os problemas começaram a aparecer. Agressividade, ciúmes, apatia, parecia que eu estava perdendo o controle da classe e a cada dia eu me sentia mais incomodada.

As crianças estavam aprendendo a ler e, como primeiro texto, como ponto de partida para o processo de alfabetização, estávamos utilizando o nome de cada uma delas. O nosso nome é o que primeiro nos dá um senso de identidade. Na época de que nos fala a Bíblia, o nome da pessoa muitas vezes era dado, ou mudado, de acordo com as características dessa pessoa; ele era, realmente, a expressão de sua natureza, de sua identidade. Por isso, comecei a me perguntar: “Qual é o verdadeiro nome, a verdadeira identidade, destas crianças?”

O meu amor pelos alunos não dependia das características deles

Muito antes de serem meus alunos, cada um deles era o filho amado de Deus. O Pai-Mãe era o verdadeiro responsável por meus alunos, pois Ele criou tudo e só criou o que é puro, bom, belo e harmonioso. Eu também estava sob o cuidado constante de Deus, guiada por Ele a tomar as atitudes corretas, a cada momento. Aos poucos fui adquirindo uma sensação doce e serena de paz, profunda paz interior. Comecei a perceber claramente o que era necessário fazer: em vez de me fixar no nome de cada um deles, devia reconhecer a identidade espiritual, pronta e madura, de cada aluno. Cada criança, independentemente do nome humano que tivesse, só podia manifestar o nome, a natureza, do Cristo. Certa vez, Jesus disse: “...quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe” (Mateus 18:5). Não é de admirar que, à medida que eu reconhecia as qualidades que o Cristo conferia àqueles pequeninos, eu mesma me tornava mais calma, mais serena, mais paciente.

O mais interessante, nessa experiência, foi que meu amor pelos alunos não dependia das características deles (como gostar mais de quem era bonzinho e menos de quem era rebelde). Eu conseguia ver e amar as qualidades divinas do Cristo em todos, sem distinção. Essa é uma lei do Princípio infinito, Deus. Todos nós já estamos capacitados a amar, ou seja, a reconhecer em nós mesmos e nos outros o perfeito reflexo espiritual de nosso Criador.

Já quase no meio do ano, um aluno de outra turma, classificado de “hiperativo”, foi transferido para a minha classe. Ele havia causado muitos transtornos para os colegas e para a professora anterior a mim. Como eu estava apoiada na oração e nos fatos espirituais que já expliquei, recebi com alegria o novo aluno. E o nome dele era Rafael, um “daqueles” nomes. Não tardou muito que algumas colegas viessem me felicitar pela “coragem” de aceitar o menino, inclusive contando de outros Rafaéis “terríveis”.

Lembrei-me de um trecho de Ciência e Saúde que diz: “As opiniões humanas não são espirituais. Procedem do ouvir dos ouvidos, da corporalidade e não do Princípio, do mortal e não do imortal” (p. 192). Ora, se não procedem do Princípio, não procedem da Verdade, que é outro sinônimo de Deus, e portanto não podem ser verdadeiras. Vi que não precisava ter “coragem”, pois não teria de enfrentar um combate. Já me havia sido demonstrado o poder do pensamento inspirado para estabelecer a harmonia na classe. Partindo da convicção íntima de que o menino possuía qualidades cristãs como todo filho de Deus, não o vi como se fosse um problema. Reconheci e dei realce às características espirituais que ele refletia de Deus. Em pouco tempo, ele se tornou meu auxiliar, ajudando a coordenar as atividades na sala. Esse Rafael teve um ano escolar em tudo bastante produtivo e seu nome era ouvido somente em elogios.

A Sra. Eddy diz, em Ciência e Saúde: “Toda a educação das crianças deve visar a formação de hábitos de obediência à lei moral e espiritual, com os quais a criança possa enfrentar e vencer a crença nas pretensas leis físicas, crença essa que engendra as moléstias” (p. 62). A melhor maneira de levar a criança à “obediência à lei moral e espiritual” é procurarmos nós mesmos obedecer a essa lei, mantendo em nossa consciência a individualidade espiritual, o verdadeiro nome de cada um.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 2001

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.