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Matéria de capa

A oração presente nos negócios e no trabalho

Da edição de setembro de 2001 dO Arauto da Ciência Cristã

O Arauto da Christian Science


O mercado de trabalho e os negócios trazem constantes desafios, seja pela competição, pela corrupção ou pelo índice de desemprego. É muito importante que saibamos como utilizar a oração como um meio eficaz para resolver esses problemas. Transcrevemos aqui um programa de Rádio, no qual convidou e

Leide Lessa: Muita gente quer saber como orar e como a oração pode nos ajudar. O que você diria a esse respeito?

Magda Völker: Esse assunto é muito importante. Eu gosto muito de buscar respostas na Bíblia, pois ela é um excelente guia. Jesus deu-nos uma recomendação muito prática: "...quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará". (Mateus 6:6)

LL: Será que alguém pode pensar que isso significa que, em casa, devemos fechar a porta do nosso quarto e só então começar a orar?

MV: Não, se interpretarmos a Bíblia espiritualmente, e não ao pé da letra. Para mim, esse quarto não é um local físico, mas sim o nosso pensamento. Significa que devemos nos recolher à intimidade do nosso pensamento e aí procurarmos ouvir a Deus.

LL: Você pode nos dizer o que pensa da idéia de "fechar a porta"?

MV: Eu a entendo como "fechar a porta à confusão do dia-a-dia, à agitação mental do trabalho, da casa, do trânsito", onde quer que estejamos, e recolher-nos na intimidade do pensamento.

Jacó, no início da Bíblia, é outro exemplo (ver Gênesis 27 a 33). Jacó havia se desentendido com o seu irmão Esaú. Foi embora, passou anos fora e depois voltou. Ele intuiu que Deus queria que ele voltasse e se reconciliasse com o irmão, o que não lhe foi fácil. A Bíblia diz que, à noite, ele ficou só e "...lutava com ele um homem, até o romper do dia", Entendo que esse homem não era um ser físico, mas sim a luta que ele estava tendo com seu próprio pensamento: "devo ir ou não?", "faz tanto tempo que estamos separados, o que é que ele vai fazer"? Jacó passou aquela noite, sozinho, orando. Até que "ao amanhecer, esse homem (a luta mental), disse "...Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. E respondeu Jacó, não te deixarei ir se me não abençoares". Aquela atmosfera de oração estava começando a se desfazer e ele viu que ainda precisava reforçá-la. Então, firmou-se naquelas idéias que estava tendo. A Bíblia diz que então ele viu "...a Deus face a face...", chamou o local de Peniel e sua vida foi salva. Esse "recolher-se ao quarto e fechar a porta" ocorre quando nos dispomos a ver a Deus face a face, não fisicamente, mas intuitivamente, por meio de pensamentos que nos trazem serenidade, que nos acalmam. Essa é a comunicação divina, o anjo de Deus, isto é, a mensagem de Deus, que também se apresentou a Jacó. E como somos filhos de Deus, cada um de nós tem direito a essa comunicação divina, que não é nem física nem mística, mas nos traz as respostas que precisamos.

LL: Com relação a isso, a Sra. Eddy em Ciência e Saúde (ver pp. 308 e 309) escreveu que "Jacó estava só, lutando contra o erro — combatendo um conceito mortal de que a vida, a substância e a inteligência existem na matéria, com seus falsos prazeres e dores — quando um anjo, uma mensagem da Verdade e do Amor, lhe apareceu e lhe tocou o tendão..." Gosto muito de pensar nesse anjo como mensagem. Todos nós podemos estar esperando pela mensagem da Verdade e do Amor, porque ela é boa e útil. "...o mensageiro não era um ser corpóreo, e sim uma comunicação incorpórea, sem nome, do Amor divino ao homem, a qual, para usar a palavra do Salmista, refrigerou-lhe a Alma — deu-lhe o sentido espiritual do ser e repreendeu-lhe o sentido material". Não é maravilhoso ver que essa comunicação incorpórea, que temos com Deus ao orarmos, nos refrigera a alma, quer dizer, nos traz alívio, conforto, esperança e força? A compreensão sobre o poder espiritual que obtemos ao orar nos transforma.

MV: E a qualquer instante podemos sentir esse toque divino que nos refrigera a Alma, pois se aplica a qualquer situação. Não é uma rotina, mas sim, o hábito de manter-nos nessa atmosfera, nesse espírito de oração.

LL: Justamente. Não é preciso orar somente quando temos problemas. Ao orarmos diariamente, temos uma vida melhor, muito mais feliz e tranquila. Você teria um exemplo de como a oração foi importante na sua vida?

MV: Eu Já me senti numa situação muito semelhante a essa de Jacó. Há alguns anos, uma série de coisas no meu trabalho não me agradavam. Sentia-me muito indignada com o que via e muito desgostosa. Não podia fazer nada, nem dizer nada para ninguém. Como há tempos pensava em mudar de atividade, achei que essa era a hora de sair. Mas eu precisava mudar minha maneira de pensar. Eu criticava muito certas pessoas pela atitude que tomavam. Comecei a orar muito, como Jacó. Precisava ver que todos eram filhos de Deus e cada um expressava integridade e honestidade. Afinal, eu estava ali para cumprir com o meu trabalho, embora sabendo que não tinha mais oportunidades profissionais naquele emprego. Mas, antes de pedir demissão, eu deveria curar no meu coração a indignação, a crítica e a condenação que sentia para com certas pessoas. Passei muito tempo orando e passei a ter idéias mais puras e de perdão. Entendi que Deus soluciona o problema para cada um.

LL: Mas se você está no trabalho e vê que uma pessoa não está agindo honestamente, como você pode, na sua oração, pensar que todas as pessoas expressam honestidade?

MV: A nossa oração cria o ambiente propício para que a solução seja encontrada. É preciso enxergar a natureza divina de cada um. A Bíblia diz que somos a imagem e semelhança de Deus e não podemos condenar essa natureza divina. Quando orei, sabendo que é Deus quem determina a solução e a correção para cada um, senti-me muito em paz. Foi aí que vi que poderia pedir demissão, pois já não tinha raiva, indignação ou rancor. Confiei que a lei divina se encarregaria de solucionar o que estava errado. Na mesma ocasião em que pedi demissão, ocorreram mudanças administrativas e várias pessoas que estavam agindo corruptamente foram transferidas.

LL: A sua oração trouxe, então, benefícios não só para você, mas também para seu ambiente de trabalho?

MV: Sim. E isso me mostrou que temos de orar e temos de ter clara essa nossa responsabilidade. Esse período durou quatro meses, mas eu estive no "meu quarto", ou seja, orando.

LL: Quando enfrentamos situações desagradáveis no nosso ambiente de trabalho, podemos nos lembrar que o pensamento de Deus com relação a cada um de Seus filhos é perfeito. E ao alinharmos nosso pensamento com o pensamento de Deus, obtemos a cura.

A nossa oração cria o ambiente propício para que a solução seja encontrada. É preciso enxergar a natureza divina de cada um.

Entrevista com Décio Colombini

Décio Colombini: Quando minha mulher e eu éramos recémcasados, quisemos abrir um negócio. Oramos e procuramos a direção divina. Depois disso, encontramos um local adequado, que ficava a duas quadras do setor bancário de São Paulo. Quando as instalações já estavam prontas, pedimos para a prefeitura o alvará de localização e funcionamento. Ao invés desse alvará, recebemos uma intimação para, no prazo de seis meses, fechar o negócio, porque estava em uma rua estritamente residencial.

LL: E vocês tiveram de fachá-lo?

DC: Primeiramente, nós nos lembramos de que havíamos buscado a direção divina e a tínhamos recebido. A direção divina nunca erra. O fechamento do estabelecimento implicaria numa multa, prevista no contrato de locação e também na perda de todo o investimento feito. Nós não pensamos em dar propina ao fiscal para conseguir o alvará ou para que aquela medida de fechamento fosse suspensa. Nessa época, todos os dias levantávamos mais cedo, minha mulher e eu, para resolver esse problema por meio da oração.

LL: Por que vocês não pensaram na possibilidade de dar propina ao fiscal?

DC: Se fizéssemos isso, estaríamos infringindo a lei. A lei deve ser sempre o reflexo do Princípio divino, Deus. A lei humana e a lei divina protegem o homem e devemos obedecer a ambas. Pedimos uma prorrogação de seis meses para fechar o negócio. E a prefeitura nos concedeu. Estávamos orando, e estávamos cumprindo a lei divina e a humana. Sabíamos que esse nosso negócio estava trazendo benefícios para usuários e à comunidade, por isso não poderia causar nenhum prejuízo a ninguém. Quando o prazo adicional estava para vencer, pedimos mais seis meses, o que a prefeitura nos concedeu. com o comentário de que não haveria mais prorrogações. Durante a segunda prorrogação, foi nomeado um novo prefeito para a cidade e ele verificou que a lei que regia o zoneamento da cidade era muito antiga e causava muitos problemas como o nosso. Então, promulgou uma lei municipal no sentido de que todas as empresas que haviam solicitado o alvará, como era o nosso caso, poderiam permanecer nos locais em que estivessem, até que fosse promulgada uma lei moderna de zoneamento da cidade, que faria justiça a todos. Logo depois essa nova lei foi promulgada e está em vigor até hoje, e isso ocorreu há mais de 30 anos.

LL: E vocês puderam continuar com o negócio?

DC: Sim, pudemos porque cumprimos a lei. Se tivéssemos feito como outros comerciantes, que não pediram o alvará, não teríamos sido protegidos pela nova lei.

LL: Qual efeito teve a oração de vocês num sentido mais amplo?

DC: Nós estávamos cumprindo a lei divina, a nossa obrigação moral, e essa lei divina nos orientou e abençoou não só a nós, mas a toda cidade. A oração honesta, sincera, que visa a buscar o cumprimento da lei divina, ajusta o que deve ser ajustado, corrige o que deve ser corrigido e sempre produz bons resultados.

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